Yao Feng – Versos na tarde – 19/12/2016

Silêncio
Yao Feng ¹

Ao cabo
pusemos o silêncio no centro,
como se põe a mesa,
para a qual nada foi servido.

O banquete tinha já acabado
E, nunca mais, a mesa,
deixaremos florir a língua.

Silêncio. Apenas o canto eventual
o desperta.
O que murmuram os pássaros
nos ramos do sonho?
Não sonhamos de novo,
nesta noite menos nossa.
Ainda o silêncio. O vento sopra
a abundância do teu cabelo
o grito, o uivo

¹ Yao Feng
Pseudônimo de Yao Jingming
* Pequin, China – 1958[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]A

Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Fudan, em Shangai.

Actualmente, é Professor Auxiliar no Departamento de Português da Universidade de Macau. Além de ter traduzido para o chinês dezenas de poetas portugueses, já publicou cinco obras de poesia, em chinês e em português: Nas asas do vento cego (1990), Confluência (1997), Viagem por momentos (1999), A noite deita-se comigo (2001) e Canção para longe

(2006). Recebeu vários prémios e coordena a revista Poesia Sino-Ocidental. Em 2006, recebeu a insígnia da Ordem Militar de Santiago de Espada, atribuída pelo Estado português.


[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]

Share the Post: