Poema
Roberto Pontes¹
o piso não fabula a verdura
engastada na poeira e no salitre
nem mesmo as próprias raízes
desbebidas no lençol de anidro
o solo ingere as forras tessituras
dessangradas dos folículos e folhas
ele suga a sudorência do granito
seus produtos se arrimam na caliça
a terra não concebe o nobre cepo do cedro
cisma a figura inane do xerófito
o gozo estriado dos fibromas
e a indigência epitelial da citra
¹Francisco Roberto Silveira de Pontes Medeiros
* Fortaleza, CE. – 04 de Fevereiro de 1944 d.C
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