A Fonte do Vale
Paulo Fichtner ¹
Neste vale de cá nos encontramos,
depois de tantos anos apartados,
e, sob a sombra destes velhos ramos,
amamo-nos quais dois desesperados.
Que ao fim do entardecer adormeçamos
sob o farol da noite, embalsamados
sobre a relva, dois corpos nus deitados
no leito verdejante e frio dos gamos.
E, quando nasce a aurora e vem o sol,
beijando-nos até que o arrebol
se quede enfim atrás do antigo monte,
sentimos fome, nós sentimos sede,
temos, das árvores, os frutos…vede
que perto corre a luz do luar na fonte!
¹ Paulo Fichtner
* Porto Alegre, RS. – 1971 d.C
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