Boa noite
De clara ação
Nirton Venâncio¹
Declaro para os devidos fins
que sou poeta.
Não declamo versos:
reclamo em versos.
E se me falta a lua sobre os olhos
e os homens traçam planos para o crepúsculo,
o movimento de minhas mãos
é muito mais do que um aceno:
é o trabalho na estampa do dia
para resgatar o luar
e a eternidade do alvorecer.
¹Nirton Venâncio
* Crateús, CE – 1955
Formou-se em Letras, em 1982, pela Universidade Estadual do Ceará, com habilitação em Português e Literatura da Língua Portuguesa.
Começou a publicar poemas nos cadernos de cultura dos jornais O Povo, Tribuna do Ceará, Unitário e diversos tablóides e revistas literárias em meados dos anos 70. Em 1979 participa da criação do Grupo Siriará de Literatura.
Dois anos depois é vencedor do 1º Prêmio Filgueiras Lima de Poesia, com os originais de Roteiro dos pássaros, livro publicado e lançado naquele ano.
Durante a década de 80, em Fortaleza, integra da I Semana de Arte, promovida pela União dos Artistas Cearenses, publica poemas nas revistas Nação Cariri, Philos, O Catolé, Comboio, Porão e outras publicações nacionais, como Diversos Caminhos, Mostra Visual Brasileira de Literatura, Há Vagas e tem várias letras musicadas por cantores cearenses.
Em 1982 tira o primeiro lugar no III Concurso Nacional Mackensie de Poesia, com o poema “O morto”. Com o poema “Armadura” conquista a primeira colocação no I Salão de Poesia de Bicas, MG, é vencedor por duas vezes nos II e III Prêmio Nacional Scortecci de Poesia com os trabalhos “Metade” e “Trem da memória”, respectivamente. Seu segundo livro, Cumplicidade poética, é publicado em 1984.
O cinema é uma atividade que anda junto com a literatura na vida de Nirton Venâncio. É roteirista e diretor de filmes. Os curtas-metragens Um cotidiano perdido no tempo (1988) e O último dia de sol (1999) receberam prêmios principais em festivais nacionais.
Em Fortaleza trabalhou como técnico em audiovisual na Secretaria de Cultura do Estado e foi colaborador no jornal O Povo, escrevendo por dez anos a coluna semanal “Zoom”.
Em 1985 muda-se para Brasília, trabalhando na Câmara dos Deputados como assistente legislativo, consultor técnico no Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessoria do Congresso Nacional, e técnico educacional no Arquivo Nacional do Ministério da Justiça.