Etienne de La Boétie
* Perigot,França – 1530 d.C.
+ Perigot,França – 1563 d.C.
Étienne de La Boétie nasceu em 1530, no Périgord, França, e faleceu jovem, em 1563.
Em 1553 tornou-se bacharel em Direito, tendo já escrito, nesta data, o Discurso sobre a servidão voluntária.
Ao lado dos estudos jurídicos, sua imensa atividade intelectual abrangia também Filosofia, História, Filologia e Poesia.
Deixou sonetos, traduções de Xenofonte e Plutarco e o Discurso da Servidão Voluntária, o primeiro e um dos mais vibrantes hinos à liberdade dentre os que já se escreveram.
Toda a sua obra ficou como legado ao filósofo Montaigne (1533 – 1592), seu amigo pessoal que, diante de uma primeira publicação – pirata – do Discurso em 1571, viu-se obrigado a se pronunciar a respeito da Obra, que procura minimizar em seus efeitos apodando-lhe o epíteto de “obra de infância” e “mero exercício intelectual”.
Montaigne, com todo o seu inegável brilho intelectual, era um Homem do Estado e disso não escapava.
Entre muitos pontos importantes e relevantes do Discurso da Servidão Voluntária em si, ressalta-se:
– O poder que um só homem exerce sobre os outros é ilegítimo.
– A preferência pela república em detrimento da monarquia.
– As crenças religiosas são frequentemente usadas pelas monarquias para manter o povo sob sujeição e jugo.
– A afirmação da liberdade e da igualdade de todos os homens na dimensão política.
– Evidencia, pela primeira vez na história, a força da opinião pública.
– Repele todas as formas de demagogia.
Incursionando pioneiramente pelo que mais tarde ficará conhecido como psicologia de massas, informa da irracionalidade da servidão, desde o título provocativo da Obra, indicada como uma espécie de vício, de doença coletiva.
O Discurso, que no século XVI Montaigne considerava difícil prefaciar, hoje em dia é ainda tristemente atual.
O ser humano encontra-se em amarras auto-infligidas por toda a parte.
Como dizia Manuel J. Gomes, importante tradutor de La Boétie para o português:
“Se em 1600 era tarefa difícil escrever um prefácio a La Boétie, hoje não é mais fácil. Hoje como nos tempos de La Boétie e Montaigne, a alienação é demasiado doce (como um refrigerante) e a liberdade demasiado amarga, porque está demasiado próxima da solidão. E da loucura.”
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