Luiz Gonzaga – Versos na tarde – 08/02/2016

Palavras ao vento
Luiz Gonzaga¹

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança
em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dávida
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras momentos
Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

¹Luiz Gonzaga do Nascimento
* Exú, PE. – 13 de Dezembro de 1912 d.C
+ Recife, PE
– 2 de Agosto 1989 d.C


Compositor popular brasileiro, conhecido como o “rei do baião”.

Nasceu em uma fazenda chamada Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, no sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em “Pé de Serra”, uma de suas primeiras composições.

Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-la. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai.

Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil.

O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído.

Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85.

Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia. Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nodestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou.

Era a representação da alma de um povo…era a alma do nordeste cantando sua história…E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música brasileira só tem que agradecer…

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