Soneto XXV
Ludovico Ariosto ¹
Que bela sois, senhora! Tanto, tanto,
que por mim nunca vi cousa mais bela!
Contemplo a fronte e penso que uma estrela
a meu caminho dá seu brilho santo.
Contemplo a boca e pairo no encanto
do sorriso tão doce que é só dela;
olho o cabelo de ouro e vejo aquela
rede que amor me impôs com terno canto.
É de terso alabastro o colo, o peito,
os braços mais as mãos, e finalmente
quanto de vós se vê ou se adivinha.
E embora seja tudo assim perfeito,
permiti que vos diga ousadamente:
mais perfeita era a fé que em vós eu tinha.
Tradução de David Mourão-Ferreira
Ludovico Ariosto¹
* Régio da Emília, Itália – 8 de setembro de 1474 d.C
+ Ferrara, Itália – 6 de julho de 1533 d.C
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