Flora Figueiredo – Versos na tarde – 03/02/2015

Poema
Flora Figueiredo ¹

A lembrança é um barbante.
Uma ponta amarrada no começo da história,
outra, em nosso tornozelo.

Se o fio estica muito, mal dá para continuar.
É a linha da Memória que vai ficando puída,
a da lembrança, não.

Feita de fibra grossa,
não afrouxa até que um anjo venha desatá-la
e a transforme numa corredeira de estrelas.
E quanto mais a corredeira for cumprida,
tanto mais rica há de ter sido a vida.

¹ Flora Figueiredo
* São Paulo, SP. – 1951 d.C


[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Share the Post:

Artigos relacionados