África casa feita com embalagens de alimentos lançados pela Força Área Americana
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Nasa divulga pornografia no Universo. Onde estão os moralistas de museus que não impedem isso?
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Marionetes da TV
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John Lennon
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Soprano – Nuria Rial Mezzo-soprano – Giuseppina Bridelli Male alto – Vincenzo Capezzuto Countertenor – Jakub Józef Orliński Ensemble – L’Arpeggiata / Christina Pluhar
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Arte – Fotografia
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Aos corruptos a remissão, aos poderosos, as benesses.
Temer demonstra acima de tudo que é um ás da política ou da velha política. Um profissional à altura do que tem de pior e fedorento neste contexto político. O Temer e sua turma são bem representadas pelas malas com os 51 milhões de dólares encontrados em um apartamento alugado a familiares do Geddel. Aperfeiçoaram o patrimonialismo e o fisiologismo que virou coisa de profissionais.
Temer avança nos seus propósitos e deve mesmo se safar das acusações de práticas monstruosas de corrupção. E consegue ter para tanto, além do Congresso e de setores do Judiciário, a tolerância das ditas vozes da ruas. Uma coisa parece certa, então, a corrupção é coisa a merecer tolerância.
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Lula o infiltrado, General Golbery¹, AFL-CIO e o Livro de Mário Garneiro².
Todos os companheiros presos são mau caráter porque falam a verdade? Ou na verdade já eram mau caráter?
Lula é nos palanques e/ou no “banco dos réus” o que sempre foi, um ser político criado pelo General Golbery do Couto e Silva – recebeu treinamento patrocinado pela ditadura brasileira no Iadesil (Instituto Americano de Desenvolvimento do Sindicalismo Livre), escola de doutrinação interligada com a AFL-CIO(American Federation of Labor-Congress of Industrial Organizations), ambas à sombra da CIA.
Peça chave e sombra do regime militar, para ser o infiltrado no sindicato para informar e delatar companheiros contrários ao regime. Fez isso a vida toda, só mudou pelas mãos do marqueteiro Duda Mendonça. Deixou e entregou companheiros (foi apelidado de Bagre/Traíra e Barba (Judas); deixou para trás Celso Daniel, Dirceu, Genoíno, seu filho, sua esposa, Palocci e muitos outros. Não passa de uma vergonha, prepotente e está se sentindo um Deus, acreditando ser melhor que o partido.
A CUT faz o mesmo papel pois foi financiada pela AFL-CIO como também o PT.
Lula foi membro ativo da AFL-CIO durante muitos anos (não sei se ainda continua, mas, pelo visto, sim).Ps. “Jogo Duro” o livro no qual Mário Garnero¹, testa de ferro do Barão Rothschild no Brasil, conta sobre o “Lula Secreto”. A partir desse livro, pus-me insone nas pesquisas. É estarrecedor.
Diógenes e sua lanterna aqui vagariam eternamente.¹ O General Golbery do Couto e Silva explicou, que sua estratégia era estimular a imprensa para projetar o Luiz Inácio da Silva, o Lula, um grande líder metalúrgico de São Paulo como uma liderança inteligente expressiva, para ser preparado como o anti-Brizola.
Golbery tinha um especial fascínio pela manipulação das pessoas certas para fazer as coisas erradas de uma forma inteligente, um talento na hora certa para fazer a coisa errada, uma habilidade que induzia o bem para o mal e dava a uns e outros a errada e útil convicção de cometer o erro como se acerto fosse.
Golbery colaborou para o surgimento de Lula – visando dividir a liderança da classe trabalhadora – com receio de que Leonel Brizola voltasse muito forte do longo exílio e fosse eleito presidente.
Foi ele, o General Golbery, quem teve a ideia, incentivou e planejou a criação do PT²O empresário Mario Garnero retornou ao centro do poder em 2004 pelas mãos do PT, quase 20 anos depois de ser banido, como ladrão, do mercado financeiro, acusado de desviar US$ 95 milhões. O ex-banqueiro foi a estrela de um seminário patrocinado pelo Banco do Nordeste, em Fortaleza, aquele ano, para a atração de investimentos para a região, a frente dos então presidentes do Senado, José Sarney, e do STF, Nelson Jobim, dos ministros Dilma Roussef e Ciro Gomes e de sete governadores. “Todos políticos coniventes e omissos”.
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Deputados ganharam emendas; Juízes e promotores aumento; Sonegadores perdão; Estrangeiros Pré-Sal; E pobres de direita um legal do SKAF!
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Maria Bonomi – Pedra Vegetal 1983
Xilogravura – 51.50 x 33.00 cm
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Se eu pudesse eu pegava a dor. Colocava dentro de um envelope e devolvia ao remetente!Mário Quintana
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Perco o Acarajé, mas não perco a piada.
Em qual cidade tal cena é normal?
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O Bananil sempre “nas cabeças”. Ganhamos mais uma!
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+Sintra,Portugal – 1 de março de 1996
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As manobras nas redes se tornam uma ameaça que os governos querem controlar
Dois anos depois, quando Barack Obama tentava a reeleição, os cientistas do Facebook publicaram os resultados desse experimento político na revista Nature. Era a maneira de exibir os músculos diante dos potenciais anunciantes, o único modelo de negócio da empresa de Mark Zuckerberg, e que lhe rende mais de 9 bilhões de dólares por trimestre. É fácil imaginar o quanto devem ter crescido os bíceps do Facebook desde que mandou para as ruas centenas de milhares de eleitores há sete anos, quando nem sequer havia histórias patrocinadas.
Há algumas semanas, o co-fundador do Twitter, Ev Williams, se desculpou pelo papel determinante que essa plataforma desempenhou na eleição de Donald Trump, ao ajudar a criar um “ecossistema de veículos de comunicação que se sustenta e prospera com base na atenção”. “Isso é o que nos torna mais burros e Donald Trump é um sintoma disso”, afirmou. “Citar os tuítes de Trump ou a última e mais estúpida coisa dita por qualquer candidato político ou por qualquer pessoa é uma maneira eficiente de explorar os instintos mais baixos das pessoas. E isso está contaminando o mundo inteiro”, declarou Williams.
“Citar a coisa mais estúpida que qualquer político diga é uma maneira de explorar os instintos mais baixos das pessoas. Isso está contaminando o mundo inteiro”, declarou o fundador do Twitter
Quando perguntaram a Zuckerberg se o Facebook tinha sido determinante na eleição de Trump, ele recusou a ideia dizendo ser uma “loucura” e algo “extremamente improvável”. No entanto, a própria rede social que ele dirige se vangloria de ser uma ferramenta política decisiva em seus “casos de sucesso” publicitários, atribuindo a si mesma um papel essencial nas vitórias de deputados norte-americanas ou na maioria absoluta dos conservadores britânicos em 2015.
O certo é que é a própria equipe de Trump quem reconhece que cavalgou para a Casa Branca nas costas das redes sociais, aproveitando sua enorme capacidade de alcançar usuários tremendamente específicos com mensagens quase personalizadas. Como revelou uma representante da equipe digital de Trump à BBC, o Facebook, o Twitter, o YouTube e o Google tinham funcionários com escritórios próprios no quartel-general do republicano. “Eles nos ajudaram a utilizar essas plataformas da maneira mais eficaz possível. Quando você está injetando milhões e milhões de dólares nessas plataformas sociais [entre 70 e 85 milhões de dólares no caso do Facebook], recebe tratamento preferencial, com representantes que se certificam em satisfazer todas as nossas necessidades”.
E nisso apareceram os russos
A revelação de que o Facebook permitiu que, a partir de contas falsas ligadas a Moscou, fossem comprados anúncios pró-Trump no valor de 100.000 dólares colocou sobre a mesa o lado negro da plataforma de Zuckerberg. Encurralado pela opinião pública e pelo Congresso dos Estados Unidos, a empresa reconheceu que esses anúncios tinham alcançado 10 milhões de usuários. No entanto, um especialista da Universidade de Columbia, Jonathan Albright, calculou que o número real deve ser pelo menos o dobro, fora que grande parte de sua divulgação teria sido orgânica, ou seja, viralizando de maneira natural e não só por patrocínio. A resposta do Facebook? Apagar todo o rastro. E cortar o fluxo de informações para futuras investigações. “Nunca mais ele ou qualquer outro pesquisador poderá realizar o tipo de análise que fez dias antes”, publicou o The Washington Post há uma semana. “São dados de interesse público”, queixou-se Albright ao descobrir que o Facebook tinha fechado a última fresta pela qual os pesquisadores podiam espiar a realidade do que ocorre dentro da poderosa empresa.
Esteban Moro, que também se dedica a buscar frestas entre as opacas paredes da rede social, critica a decisão da companhia de se fechar em vez de apostar na transparência para demonstrar vontade de mudar. “Por isso tentamos forçar que o Facebook nos permita ver que parte do sistema influi nos resultados problemáticos”, afirma esse pesquisador, que atualmente trabalha no Media Lab do MIT. “Não sabemos até que ponto a plataforma está projetada para reforçar esse tipo de comportamento”, afirma, em referência à divulgação de falsas informações politicamente interessadas.
“Seus algoritmos são otimizados para favorecer a difusão da publicidade. Corrigir isso para evitar a propagação de desinformação vai contra o negócio”, explica Moro
O Facebook anunciou que contará com quase 9.000 funcionários para editar conteúdos, o que muitos consideram um remendo em um problema que é estrutural. “Seus algoritmos estão otimizados para favorecer a difusão de publicidade. Corrigir isso para evitar a propagação de desinformação vai contra o negócio”, explica Moro. A publicidade, principal fonte de rendas do Facebook e do Google, demanda que passemos mais tempos conectados, interagindo e clicando. E para obter isso, essas plataformas desenvolvem algoritmos muito potentes que criaram um campo de batalha perfeito para as mentiras polícias, no qual proliferaram veículos que faturam alto viralizando falsidades e meia-verdades polariza
“É imprescindível haver um processo de supervisão desses algoritmos para mitigar seu impacto. E necessitamos de mais pesquisa para conhecer sua influência”, reivindica Gemma Galdon, especialista no impacto social da tecnologia e diretora da consultoria Eticas. Galdon destaca a coincidência temporal de muitos fenômenos, como o efeito bolha das redes (ao fazer um usuário se isolar de opiniões diferentes da sua), o mal-estar social generalizado, a escala brutal na qual atuam essas plataformas, a opacidade dos algoritmos e o desaparecimento da confiança na imprensa. Juntos, esses fatos geraram “um desastre significativo”. Moro concorda que “muitas das coisas que estão ocorrendo na sociedade têm a ver com o que ocorre nas redes”. E aponta um dado: “São o único lugar em que se informam 40% dos norte-americanos, que passam nelas três horas por dia”.
A propaganda informática é “uma das ferramentas mais poderosas contra a democracia”, segundo especialistas de Oxford, e por isso as redes “precisam se redesenhar para que a democracia sobreviva”
A diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, braço direito de Zuckerberg, defendeu a venda de anúncios como os russos, argumentando que se trata de uma questão de “liberdade de expressão”. Segundo a agência de notícias Bloomberg, o Facebook e o Google colaboraram ativamente em uma campanha xenófoba contra refugiados para que fosse vista por eleitores-chave nos estados em disputa. O Google também aceitou dinheiro russo para anúncios no YouTube e no Gmail. Não em vão, o Facebook tem pressionado há anos para que não seja afetado pela legislação que exige que a mídia tradicional seja transparente na contratação de propaganda eleitoral. Agora, o Senado pretende legislar sobre a propaganda digital contra a pressão dessas grandes plataformas tecnológicas, que defendem a autorregulação. Tanto o Twitter quanto o Facebook expressaram recentemente a intenção de serem mais transparentes nesta questão.
A responsabilidade do Twitter
Em meados deste ano, o Instituto de Internet da Universidade de Oxford publicou um relatório devastador, analisando a influência que as plataformas digitais estavam tendo sobre os processos democráticos em todo o mundo. A equipe de pesquisadores estudou o que aconteceu com milhões de publicações nos últimos dois anos em nove países (Brasil, Canadá, China, Alemanha, Polônia, Taiwan, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos) e concluiu, entre outras coisas, que “os bots [contas automatizadas] podem influenciar processos políticos de importância mundial”.
Facebook, Twitter, YouTube e Google tinham funcionários com escritório próprio no quartel-general de Trump: “Quando você injeta tantos milhões, tem tratamento preferencial”
Nos EUA, os republicanos e a direita supremacista usaram exércitos de bots para “manipular consensos, dando a ilusão de uma popularidade on-line significativa para construir um verdadeiro apoio político” e para ampliar o alcance de sua propaganda. E concentraram seus esforços nos principais estados em disputa, que foram inundados com notícias de fontes não confiáveis. Em países como a Polônia e a Rússia, grande parte das conversas no Twitter é monopolizada por contas automatizadas. Em estados mais autoritários, as redes são usadas para controlar o debate político, silenciando a oposição e, nos mais democráticos, aparecem as cibertropas para intencionalmente contaminar as discussões. As plataformas não informam nem interferem porque colocariam “sua conta em risco”.
“Os bots utilizados para a manipulação política também são ferramentas eficazes para fortalecer a propaganda on-line e as campanhas de ódio. Uma pessoa, ou um pequeno grupo de pessoas, pode usar um exército de robôs políticos no Twitter para dar a ilusão de um consenso de grande escala”, afirma a equipe da Oxford. E concluem: “A propaganda informática é agora uma das ferramentas mais poderosas contra a democracia” e é por isso que as plataformas digitais “precisam ser significativamente redesenhadas para que a democracia sobreviva às redes sociais”.
Zuckerberg diz que é “loucura” pensar que o Facebook pode definir eleições, mas se gaba de fazer isso em seu próprio site
O Twitter também deletou conteúdo de valor potencialmente insubstituível que ajudaria a identificar a influência russa na eleição de Trump. Mais recentemente, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia alertaram sobre o desenvolvimento de um mercado paralelo de bots políticos: as mesmas contas que antes apoiaram Trump, tentaram mais tarde envenenar a campanha na França a favor de Le Pen e, depois, produziram material em alemão colaborando com o partido neonazista Afd. Zuckerberg prometeu fazer o possível para “garantir a integridade” das eleições alemãs. Durante a campanha, sete das 10 notícias mais virais sobre a primeira-ministra alemã Angela Merkel no Facebook eram falsas. O portal ProPublica acaba de revelar que a rede social tolerou anúncios ilegais que espalhavam informações tóxicas contra o Partido Verde alemão.
Galdon trabalha com a Comissão Europeia, a qual considera “muito preocupada” nos últimos meses em dar uma resposta a esses fenômenos, pensando em um marco europeu de controle que, atualmente, está muito longe de ser concretizado. “Há quem aposte pela autorregulação, quem acredite que deve haver um órgão de supervisão de algoritmos como o dos medicamentos e até mesmo quem peça que os conteúdos sejam diretamente censurados”, diz a pesquisadora. Mas Galdon destaca um problema maior: “Dizemos às plataformas que precisam atuar melhor, mas não sabemos o que significa melhor. As autoridades europeias estão preocupadas, mas não sabem bem o que está acontecendo, o que mudar ou o que pedir exatamente”.
SAIR DA BOLHA
Tem sido muito discutido o verdadeiro impacto do risco das bolhas de opinião geradas pelas redes, depois do alerta do ativista Eli Pariser. “Esse filtro, que acaba reforçando nossos próprios argumentos, está sendo decisivo”, alerta Galdon. Recentemente, Sheryl Sandberg, do Facebook, disse que a bolha era menor em sua plataforma do que na mídia tradicional (embora tenha negado categoricamente que sua empresa possa ser considerada um meio de comunicação). Cerca de 23% dos amigos de um usuário do Facebook têm opiniões políticas diferentes desse amigo, de acordo com Sandberg.
“Sabemos que as dinâmicas do Facebook favorecem o reforço de opiniões, que tudo é exacerbado porque buscamos a aprovação do grupo, porque podemos silenciar pessoas das quais não gostamos, porque a ferramenta nos dá mais do que nós gostamos. E isso gera maior polaridade”, diz Esteban Moro. Um exemplo: um estudo recente do Pew Research Center mostrou que os políticos mais extremistas têm muito mais seguidores no Facebook do que os moderados. “Vivemos em regiões de redes sociais completamente fechadas, das quais é muito difícil sair”, afirma. E propõe testar o experimento de seus colegas do Media Lab, do MIT, que desenvolveram a ferramenta FlipFeed, que permite entrar na bolha de outro usuário do Twitter, vendo sua timeline: “É como se você fosse levado de helicóptero e lançado no Texas sendo eleitor de Trump. Assim você percebe o quanto vivemos em um ecossistema de pessoas que pensam exatamente como nós”.
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A ala do PSDB que quer Alckmin no Planalto com os votos da esquerda
Movimento ‘Esquerda pra Valer’ quer resgatar a social-democracia do partido e vê Alckmin como um “nome alinhado” com a defesa dos direitos humanos
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) deu nesta semana o primeiro passo declarado rumo à sua candidatura à presidência. Em uma tacada só, lançou um novo site, mudou suas fotos de perfil nas redes sociais e passou a usar a hashtag #PreparadoParaOBrasil em suas publicações. Em sua página no Facebook afirmou defender “as prévias com muito entusiasmo”. Em sua conta no Twitter, usou títulos de reportagens na imprensa nacional para enaltecer seu Governo.
Enquanto o discreto governador caminha para ser o candidato do PSDB, uma organização dentro do seu partido tenta turbinar a campanha, colando nele a marca de um político de centro-esquerda, social-democrata, comprometido com os direitos humanos. O movimento Esquerda pra Valer (EPV) diz que pretende resgatar o eleitor “progressista do PSDB”. E para isso, Alckmin seria “um nome alinhado” com o que defende esta ala do partido, de acordo com o coordenador nacional do EPV, Fernando Guimarães.
Dentre as pautas defendidas estão a descriminalização e regulamentação da maconha e do aborto, cotas raciais e a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas. Temas nunca antes defendidos por Geraldo Alckmin. Guimarães afirma que quer resgatar o “eleitor histórico do PSDB” e defende que o partido é de “centro-esquerda”, mas se distanciou muito de seus eleitores nos últimos anos por causa de “algumas pautas equivocadas na bancada do partido no Congresso”.
O grupo diz que é contra o impeachment de Dilma Rousseff. Apesar disso, nenhum dos 52 deputados e 11 senadores da bancada tucana no Congresso votou contrário ao impedimento da petista na época. Fontes próximas ao partido dizem que este fato é um indicativo da falta de representatividade da organização dentro do PSDB. Afirmam que o EPV não deve interferir, por exemplo, no programa de governo de uma eventual candidatura de Alckmin, embora seja conveniente para o atual governador se aproximar dos rótulos oferecidos pelo movimento.
Guimarães esclarece, no entanto, que o grupo não foi criado agora, apenas pensando nas próximas eleições. Segundo ele, o EPV foi constituído em 2004, é feito de 160 militantes orgânicos, entre lideranças, dirigentes e parlamentares, de 14 Estados. Eles defendem, por exemplo, Alberto Goldman (vice-governador de São Paulo na gestão José Serra, entre 2007 e 2010, tornando-se titular até 2011) para a presidência do partido no lugar do senador Aécio Neves. Realizam um encontro anual no qual aprovam um caderno de teses, onde estão as pautas defendidas. “Sempre tivemos um foco mais voltado para dentro do partido”, explica Guimarães. “Ocorre que o momento nacional hoje, quando se tem um avanço de setores da direita, do conservadorismo, de retrocessos nos direitos humanos, faz com que os movimentos tenham que ter uma voz maior. Por isso estamos com mais visibilidade”.
O PSDB conta hoje com 1,5 milhão de filiados, segundo o coordenador do EPV. Ele diz que não tem uma “preocupação numérica” quanto ao tamanho da sua organização. “Não trabalhamos muito com quantidade. Temos um processo mais qualitativo”, diz. Afirma que há um grupo no Facebook onde estão cerca de 5.000 militantes. Na página pública do grupo nesta rede social foi publicado um vídeo de Alckmin durante um encontro do movimento na semana passada. Ali, o governador dizia que “não tem economia moderna sem consumo nem salário ou renda. Não existe isso. Nós temos que ter um foco na inovação e outro na questão social. Aí vem a social-democracia”.
“Pseudo-liberal”
Com as pautas mais próximas à esquerda, Guimarães diz que pretende atrair inclusive eleitores decepcionados com o PT. “O que difere PT e PSDB não é a doutrina fundamentalmente, mas a prática”, diz. “O mesmo eleitor que vota no PT votaria no PSDB tranquilamente”. Para ele, candidatos da ultradireita, como o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), não terão a mesma força que PT e PSDB para competir nas urnas. “Esta eleição está muito fragmentada”, diz. “Mas se a gente apostar num cenário onde todos que estão se apresentando de fato coloquem as suas candidaturas, o que vai haver é uma situação onde tudo pode acontecer. Nisso, eu insisto que PSDB e PT ainda são os favoritos, e Lula é um potencial adversário”.
Os gestos agressivos na política neste momento também podem soprar a favor do governador paulista. Se em outros momentos Alckmin fora comparado a um picolé de chuchu por falta de energia em suas atitudes, agora, em meio um período de virulência empregado em discursos nas redes sociais , esta personalidade outrora classificada “insossa” virou sinônimo de ponderação para alguns eleitores de esquerda. Temendo que a tese de um pleito entre a direita e a extrema-direita vingue, Alckmin seria uma alternativa “menos pior”. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tido como o plano B do PT caso a candidatura de Lula seja impedida pela Justiça, vem elogiando o governador publicamente. “Convivi e trabalhei quatro anos com o governador Alckmin e nunca ouvi de um empresário qualquer insinuação sobre desvio de conduta da parte dele”, elogiou o petista. A ex-presidenta Dilma Rousseff foi ainda mais clara que seu correligionário: “Eu preferia o Alckmin ao Doria e ao Bolsonaro. Acho que o país preferia um candidato do perfil do Alckmin”, disse, para o jornal Folha de S. Paulo.
Enquanto o ex-presidente Lula realiza uma segunda caravana para fazer campanha, desta vez por Minas Gerais, dentro do PSDB a disputa ainda é por quem será o candidato do partido. E Alckmin sabe disso. Por isso, lançou a campanha defendendo as prévias. Seu maior rival até o momento é sua própria criatura, o prefeito de São Paulo João Doria, apadrinhado pelo governador quando se elegeu em 2016. Quanto a isso, Guimarães é taxativo. “Vamos trabalhar contra o lançamento da candidatura do Doria”, diz. “Não há a menor identificação dele com o PSDB. Foi um equívoco a candidatura dele”.
Doria, porém, foi eleito candidato nas prévias do partido, realizadas em março do ano passado. Guimarães justifica afirmando que não houve debate naquela época. Questionado se apoiariam o prefeito para uma eventual candidatura ao governo do Estado, novamente ele vira as costas para Doria. “Não apoiamos a candidatura dele a nenhum cargo”, diz. “O PSDB tem nomes históricos a oferecer ao país, não vamos apoiar um pseudo-liberal. Ele que procure um partido alinhado com o perfil dele”.
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Aécio – Rir melhor quem impune
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O mal-estar urinário de Temer e as dores morais dos brasileiros
Diante do espetáculo do obscurantismo que a elite política oferece, que os brasileiros saibam apostar no Brasil da normalidade política.
O presidente Michel Temer, ao deixar na tarde de quarta-feira o hospital do Exército, de Brasília, onde havia sido internado com urgência, escreveu: “Tive um mal-estar e já estou bem”. O tormento doloroso de Temer pertencia à baixa fisiologia corporal. E o que estão sofrendo os brasileiros em meio a uma tempestade política considerada uma das mais graves e decisivas de sua história democrática?
O mal-estar do Brasil de hoje é moral e por isso mais doloroso que o fisiológico de Temer, e não vai bastar a sonda das eleições de 2018 para desobstrui-lo. O mal-estar do Brasil é de esquizofrenia política, como pudemos observar no templo do Congresso na mesma tarde do mal-estar do presidente, quando os deputados decidiam em favor ou contra sua conduta moral.
Se a Casa dos deputados representa o sentir e o querer dos cidadãos que os elegem, o que ali vimos foi um espetáculo de dissociação mental. “Pelo Brasil” alguns deputados votaram sim à salvação de Temer, e pelo mesmo Brasil outros votaram não. Por quem vota o Brasil real, o que sofre a crise criada pelos políticos?
Enquanto as redes sociais e os meios de comunicação ironizavam as cenas, às vezes patéticas às vezes grotescas, de suas senhorias que votavam uma coisa e o contrário pelo Brasil, me golpeava a dúvida de que talvez uma parte da sociedade esteja repetindo o espetáculo de esquizofrenia da Câmara dos Deputados.
Em menos de um ano, 140 milhões de brasileiros deverão pronunciar-se sobre o bem desse mesmo Brasil pelo qual votaram os congressistas, em eleições presidenciais que se apresentam entre as mais cruciais e perigosas de sua história democrática.
Nas urnas é possível que se antes não fizerem uma profunda reflexão sobre o que querem para seu futuro e o de seus filhos muitos brasileiros repitam o mesmo paradoxo dos deputados, votando, indistintamente, “pelo bem do Brasil”, em candidatos tão opostos como o duro e direitista Bolsonaro e o populista sindical Lula, como Ciro Gomes, amante da testosterona, e a delicada Marina Silva, ou entre o clássico e viscoso Alckmin, imune a todas as aflições, e o saltimbanco Dória, que parece governar mais na nuvem virtual do que no asfalto da rua.
Enquanto o Brasil não for capaz de perceber que não é possível que a mesma pessoa, como foi Temer para os deputados, seja igual para o bem ou para o mal do país, porque todos são iguais, continuará a haver uma desorientação ideológica que pode conduzir a elegerem com seu voto um Congresso com a mesma indecência do de hoje.
O espetáculo que o Brasil está vivendo com os representantes que elegeu para que o governe deveria fazer todos refletirem antes de colocarem no ano que vem seu voto nas urnas. Um conselho prático para tentar desobstruir a democracia ferida seria não votar, por motivo algum, naqueles sobre os quais pese, não uma condenação criminal, mas até uma sombra de corrupção ou de flerte como autoritarismo.
Outra receita seria exigir dos candidatos que se comprometam a abolir, como primeira medida, o tão cobiçado “foro privilegiado”, que coloca os políticos corruptos sob as asas protetoras da grande mãe do Supremo Tribunal Federal, sempre compassivo e vigilante para que os políticos não tenham de sofrer a humilhação da cadeia, a mesma em que amontoam as pessoas comuns.
Parece que Temer, que em seus longos anos de política nunca pôde imaginar chegar ao Planalto, se conformaria, ao deixar a Presidência, em ser um ministro a mais daquele que vier a substituí-lo. Parece que Dilma, depois de ter sido considerada uma das mulheres mais influentes do mundo, não se sentiria apagada sendo senadora, e que para Aécio Neves, que antes de explodir em escândalos de corrupção aparecia como um dos candidatos-chave nas presidenciais de 2018, bastaria ser eleito simples deputado. E já vimos Lula, o presidente mais popular e aclamado dentro e fora do país, aceitar, embora tenha abortado o projeto, um ministério da então presidenta Dilma. Tudo para esses personagens poderem se abrigar no seio doce e seguro do Supremo, sinônimo de indulgência plena de seus pecados.
Diante do espetáculo do obscurantismo que está oferecendo a elite política e até uma parte da sociedade envenenada pela luta ideológica, que os brasileiros ainda não contaminados pelo vírus da discórdia saibam apostar no Brasil da normalidade política. Por um país com uma só ética, sem privilégios para os já privilegiados, e com o ouvido alerta aos queixumes mudos dos esquecidos à própria sorte, aos desprovidos de sua dignidade ou aos que estão de novo resvalando para a pobreza. Os satisfeitos já sabem muito bem defender-se entre si e deter as “sangrias” que os acometem. Eles nunca perdem.