China clona do MSN ao Google e lidera web

Continua incompreensível a benevolência da mídia mundial com a ditadura Chinesa.

Dos mais elementares direitos humanos, passando pela liberdade de imprensa e desaguando na mais indecente e acintosa pirataria de produtos e marcas, o regime chinês, à custa dessa “boutade” midiática, vai dominando o cenário mundial.

Agora o regime totalitário do Hu Jintao avança no mercado dos softwares.
O bando do rio YangTzé não está nem aí pra direitos autorais.

Com a desfaçatez de um sorriso amarelo copiam plantas industriais, layouts gráficos, sistemas, metodologias, roupas, perfumes, subvertem grifes não dando a mínima pra qualquer legislação internacional vigente sobre o assunto.

O Editor


Algumas das maiores empresas de internet do mundo são cópias chinesas de sites dos EUA.

O mapa luminoso da presença global do Facebook mostra uma mancha negra sobre a China, onde a mais célebre rede social da internet é bloqueada, assim como YouTube e Twitter. Mas isso não significa que a maior população online do planeta está fora do universo dos microblogs, games e redes virtuais de amigos.

Dentro da invisível Grande Muralha de Fogo levantada pela censura chinesa surgiram algumas das maiores empresas de internet do mundo, que começam a rivalizar com os originais que clonaram, em valor de mercado e número de usuários.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]

O serviço de mensagens instantâneas QQ tem apenas 5% de seus clientes fora da China, mas a audiência doméstica é suficiente para colocá-lo em 10.º lugar no ranking dos sites mais visitados do mundo, elaborado pela consultoria Alexa – uma posição acima do MSN da Microsoft.

Na origem do sucesso do QQ estão os 477 milhões de usuários da internet na China, quase o dobro dos 250 milhões existentes nos Estados Unidos. Em poucos anos, a população online do país asiático será o triplo da norte-americana, estima Duncan Clark, da empresa de consultoria BDA China. “O centro de gravidade da internet está mudando”, observa.

QQ é a face mais popular da Tencent, a maior companhia de internet da China e a terceira do mundo em valor de mercado, com US$ 52 bilhões, abaixo apenas do Google (US$ 171,2 bilhões) e Amazon (US$ 89,9 bilhões). Se o Facebook tivesse ações em Bolsa, certamente estaria à frente da empresa chinesa.

O consultor Bill Bishop, editor do site Digichina, acredita que a internet representa o maior segmento da economia chinesa fora das mãos do Estado. As líderes são empresas de capital privado com ações nas Bolsas de Valores de Nova York ou Hong Kong – nenhuma tem papeis negociados na China.

Entre as 12 representantes chinesas que apareceram na lista BrandZ das 100 marcas mais valiosas do mundo divulgada no início de maio, só duas não eram estatais: Baidu e Tencent, ambas do setor de internet.

Elaborado pela agência Millward Brown Group, o ranking estimou o valor da marca Baidu em US$ 22,56 bilhões, alta de 141% em relação ao ano anterior, o que elevou a grife chinesa ao segundo lugar entre as de mais rápido crescimento do planeta, atrás apenas do Facebook.

O vigor da internet também se reflete na lista dos chineses mais ricos elaborada pela Forbes. O primeiro lugar de 2011 é ocupado por Li Yanghong, de 42 anos, o fundador do Baidu. Também conhecido como Robin Li, ele é dono de uma fortuna de US$ 9,4 bilhões, o que o deixa na posição 95 no ranking global da revista. O criador da Tencent, Ma Huateng, 39 anos, aparece na 10.ª posição entre os chineses endinheirados, com US$ 5 bilhões.

Idealizada para controlar a informação e barrar o que é considerado contrário aos interesses do Partido Comunista, a censura acabou funcionando como uma reserva de mercado, que permitiu o desenvolvimento dos sites chineses sem a ameaça de concorrência externa.

Mas a proteção não é o único fator que explica o sucesso de alguns deles. O Baidu já era líder do mercado de buscas antes de o Google decidir transferir seu site chinês para Hong Kong, em março de 2010, em razão da intensificação da censura.

De qualquer maneira, a saída de campo de seu principal competir elevou a fatia de mercado do Baidu de pouco mais de 60% para cerca de 80%. Nesse mesmo, o preço de suas ações na Nasdaq teve alta de quase 150%, o que jogou o valor de mercado da empresa para US$ 47,4 bilhões, mais que o dobro do Yahoo!. O Baidu está em sexto lugar no ranking dos sites mais visitados do mundo, segundo a consultoria Alexa, atrás de Google, Facebook, YouTube, Yahoo! e Live.

Os campeões da internet chinesa só conseguiram prosperar porque se sujeitaram aos limites impostos pelo Partido Comunista, que os transformam em agentes executores da censura.

Os sites são responsáveis por impedir que cheguem a seus portais todas as informações vetadas pelas autoridades de Pequim. A lista do que é proibido tem temas permanentes, como independência do Tibete, e outros que mudam de acordo com as circunstâncias.

Diariamente, a relação do que está vetado é distribuída pelos censores de Pequim. Jasmim, nome do chá mais popular da China, foi banido desde que foi vinculado à Revolução do Jasmim que derrubou o governo da Tunísia, em janeiro.

O agravamento da censura, a crescente dificuldade para atuar no país e o ataque de seu site por hackers foram os argumentos utilizados pelo Google para justificar a transferência de sua operação em chinês para Hong Kong. Na China, o Google tinha de a praticar a autocensura, como os demais sites do país.

Diante da barreira à entrada de empresas estrangeiras na China, a compra de ações em Bolsa ou a aquisição de participação direta no capital das empresas chinesas se transformaram nos únicos caminhos pelos quais os investidores podem apostar no boom da internet no país.

Há quem entre nesse mercado sem saber se terão uma rede de proteção. O site de relacionamento Renren, uma versão chinesa do Facebook, levantou US$ 743,4 milhões na Bolsa de Nova York este mês, dez vezes mais do que faturou em 2010. As ações perderam 24% desde então, mas estão em patamar que dá à companhia um valor de mercado de US$ 5,4 bilhões. “O Renren é pequeno, e isso certamente é uma bolha”, afirma Clark, da BDA.

Cláudia Trevisan/O Estado de S. Paulo

Share the Post:

Artigos relacionados