Como se cria o clima de circo do ‘habeas-corpus” impetrado por um palhaço provocador
O habeas corpus impetrado pelo provocador Marcelo Ramos Thomaz é só mais uma metástase do câncer que consome o sistema de comunicação brasileiro.
O desembargador a quem a pataquada foi parar às mãos sequer negou o habeas corpus, em seu mérito , mas recusou que o pedido tivesse seguimento, porque lhe faltavam, é obvio, bases fáticas.
Mas o o noticiário faz exatamente aquilo que o Desembargador disse se prestar a esdrúxula iniciativa: “expor e prejudicar Lula”.
O que torna os jornais e grandes sites cúmplices de um imbecil que agiu por vaidade, desequilíbrio ou por dinheiro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”]
“Ah, mas era um fato e fatos têm de ter o destaque que merecem”.
É?
Qual seria o destaque se um ilustre desconhecido impetrar um habeas corpus em favor de José Serra ou Geraldo Alckmin no caso do escândalo Alstom-Siemens?
Zero.
A notícia só serve para açular, mas os jornais se espalham e a espalham.
Claro, sem mencionar que a única “aventura jurídica” bem sucedida do sujeito foi obter um habeas corpus para Diogo Mainardi, por prescrição de pena. Aliás, devidamente comemorada na Veja por Reinaldo Azevedo que hoje, ao falar da “vida pregressa” do palerma “esquece” este solitário laurel jurídico de sua carreira de exibicionista.
A imprensa brasileira é, assim, mais irresponsável que o tal Thomaz, o palhaço, porque lhe arma o circo.
E não sozinha, com a colaboração de policiais, promotores e juízes que vivem de espetáculos.
Autor: Fernando Brito/Tijolaço