Por muito menos, mas muito menos mesmo, se um décimo desta sujeira parlamentar estivesse ocorrendo na Argentina, os “hermanos porteños” já estariam na rua fazendo panelaços.
No paupérrimo país do Obama, por exemplo, aquela “miserável” nação ao norte do Rio Grande, em virtude dos imorais bônus pagos pela AIG aos seus executivos, o governo está sofrendo uma tremenda pressão, tanto das ruas como do parlamento americano.
O secretário do tesouro de Obama está “frito”, por ter liberado “zilhões” de dólares para a falida seguradora.
O nababesco presidente da AIG, já foi levado debaixo de vara, no sentido figurado, a comparecer ao congresso para dar explicações.
Nas terras dos “cowboys” quem é pegue com a mão na botija do erário, leva cacete não interessando a qual partido pertence o marginal.
Por aqui, entretanto, samba carnaval e futebol que ninguém é de ferro, não é mesmo? Qual uma Carmem Miranda rediviva parece só termos bananas na cabeça.
Agora se você achava que 181 senadores era o fundo charco, tampe o nariz e leia a reportagem abaixo.
O editor
Quando chegar ao Senado nos próximos dias, a Fundação Getúlio Vargas vai descobrir que a Casa tem uma frota de 165 veículos, dezenas de diretores sem uma função determinada, e gastos milionários com telefonia, despesas médicas, passagem aérea, consultoria, combustíveis, além de uma bilionária folha de pagamento. Vai se deparar, por exemplo, com um número guardado até hoje sob sigilo: 1,8 mil funcionários terceirizados.
Cerca de R$ 200 mil, por exemplo, foram depositados no ano passado nas contas dos buffets mais caros da cidade. No período, a Casa despejou R$ 369 mil de dinheiro público com “festividades e homenagens”, quase o dobro do ano anterior. O Senado guarda a sete chaves, sob o discurso do sigilo pessoal, as despesas médicas de senadores, familiares e servidores. Os valores chamam atenção. Somente em 2008, R$ 60 milhões caíram na conta de hospitais privados e clínicas famosas de Brasília e São Paulo.
A pedido do Correio, o site Contas Abertas levantou as despesas do Senado nos últimos dois anos, incluindo não só folha de pagamento, mas também custeio e investimento. As diárias de viagens ao exterior de servidores e parlamentares também quase dobraram: saltaram de R$ 481 mil em 2007 para R$ 700 mil no ano passado. A polêmica das passagens aéreas a amigos envolvendo a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) trouxe à tona esse tipo de despesa. Em dois anos, R$ 40 milhões foram liberados para a agência de turismo responsável pelas viagens dos gabinetes dos senadores.
A garagem do Senado é famosa pelo brilho dos carros luxuosos expostos no local. A reportagem teve acesso à frota completa da Casa, relação que provavelmente deve cair nas mãos dos auditores da FGV. São 165 veículos no total, sendo 88 usado pelos senadores. O restante pertence à estrutura administrativa e boa parte, luxuosas camionetes e picapes 4 x 4, é usada pela polícia legislativa, diretores e servidores influentes, alguns inclusive com motoristas de empresas terceirizadas.
São carros comprados entre 2005 e 2008, mais novos do que os dos próprios senadores, adquiridos em 2003. Comparando com a tabela Fipe, a frota do Senado beira os R$ 6 milhões. Os dados mostram que R$ 2 milhões saíram dos cofres do Senado para encher os tanques desses veículos em 2008.
do Correio Brasiliense – Leandro Colon