Senado desce à sargeta. Mais ainda!

Brasil: da série “Acorda Brasil”!

Esqueletos saem do armário e sujeiras inacreditáveis emergem dos tapetes.

Tudo o que está narrado abaixo, era desconhecido de suas (deles) ex-celências. Acredite, o ínclito Senador Jarbas Vasconcelos e seus (deles) paladinos da ética, com dezenas de anos no exercício de mandatos parlamentares e militância política, não “sabiam” de nadica de nada disso e, pasmem, mostram-se televisivamente espantados com tanta corrupção.

Ah é, é?

Essa turma nos faz sentir saudades dos “descuidos” – gíria policial para caracterizar pequenos furtos de meliantes insignificantes – de Maluf, Quércia, Severino Cavalcante, anões do orçamento,…

Como costuma dizer o jornalista Neno no programa TVNeno na TV Diário:
“mar minino!”


Há no Senado 131 direitores (!?!?!).

Nesta quarta (18), depois de uma reunião com os senadores que integram a Mesa diretora do Senado, Sarney anunciará um lote de providências saneadoras.

Decidiu, por exemplo, encomendar ao TCU uma análise de todos os contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada do Senado.

Deve encomendar à FGV (Fundação Getúlio Vargas) uma avaliação dos métodos de gestão do Senado.

Sarney se move sob o assédio de uma onda de denúncias. Começaram depois que ele virou presidente, em 2 de fevereiro. E não pararam mais. Vieram à luz, por exemplo:

1. A mansão não declarada de R$ 5 milhões do diretor-geral Agaciel Maia, já afastado;

2. A existência de 36 servidores fantasmas no setor de comunicação do Senado;

3. O uso irregular de apartamento funcional pelo filho de diretor do Senado;

4. O pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras em pleno recesso parlamentar;

5. A burla à proibição do nepotismo. Parentes de senadores e funcionários do Senado foram contratados por meio de empresas provedoras de mão-de-obra terceirizada.

6. A suspeita de que Roseana Sarney (PMDB-MA) usou passagens aéreas pagas pelo Sendo para trazer amigos e parentes a Brasília. Alguns deles hospedaram-se na residência oficial da presidência do Senado.

A saraivada de denúncias envenou a sessão plenária desta terça (17). Derrotado por Sarney na disputa pela presidência do Senado, Tião Viana (PT-AC) foi ao microfone.

Repeliu as insinuações, encontradiças nos corredores do Senado, de que estaria por trás das acusações que sacodem a administração do Senado.

“Meia dúzia de fofoqueiros estão fazendo insinuações com o meu nome. Não mostram a identidade, o DNA, o rosto. Plantam notinhas nos jornais…”

“…Como homem da Amazônia, aprendi a não ter medo de medo de onças. Também não temo os patifes e os canalhas”.

O líder tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que Tião não deveria se preocupar com as insinuações. “Mazelas não devem ser jogadas pra baixo do tapete…”

“…Se souber de alguma irregularidade, vou denunciar. Não estou aqui pra isso. Eu me elegi senador, quero trabalhar. Isso aqui não é um clube…”

“…Estou de saco cheio desse clima de inércia e desmoralização a que está submetido o senado nesse momento…

“Não estou aqui para decidir se a próxima festa do Havaí será de sarongue ou de sunga. Quero trabalhar. Precisamos cuidar da crise”.

Wellington Salgado (PMDB-MG), membro destado da guarda pretoriana de Renan Calheiros (PMDB_AL), saiu em defesa de Sarney.

Disse que “o presidente tem agido prontamente, tomou atitudes imediatas sempre que surgiram denúncias”.

Criticou a imprensa. Disse que os repórteres denunciam o Senado, mas se esquivam de informar sobre as mazelas do Poder Judiciário.

“Denúncias verdadeiras, tudo bem. Mas precisamos ter mecanismos para processar judicialmente aqueles que fazem denúncias mentirosas”.

Salgado não especificou quais seriam as falsidades que enxerga as manchetes que trovejam notícias azedas sobre o Sendo.

Em meio ao lufalufa, o vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), que presidia a sessão, informou aos colegas acerca da decisão de Sarney.

Declarou que o presidente acabara de determinar que os diretores da Casa pedissem exoneração.

O líder ‘demo’ José Agripino Maia (DEM-RN) saudou a decisão: “A decisão chega em boa hora…”

“…O presidente Sarney vai recomeçar. Com a competência que tem, estou certo de que vai pôr ordem na Casa, para que essa onda de denuncismo não salpique as pessoas que não têm contas ajustar”.

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