Brasil: da série “O tamanho do buraco!”
Em matéria de “sarfanagem” — neologismo para safadeza e sacanagem — o maribondo de fogo das plagas maranhenses, o inefável Zé Sarney, é imbatível. Agora, sabendo que tucanalhas petralhas e democratalhas, comem todos no mesmo cocho e chafurdam na mesma pocilga, articula cena de corrupção explícita para “abocanhar” a presidência do senado.
Entre outras sem vergonhices, essa cambada já passou a mão na cabeça do senador mensaleiro Eduardo Azeredo e absolveu o boiadeiro Renan Calheiros.
Cadê o Ministério Público que não denuncia essa corja, todos os 81, no crime de formação de quadrilha?
Sarney promete ao DEM cargo com verbas de R$ 2 bi
Candidato do PMDB à presidência do Senado, José Sarney (AP) comprometeu-se a entregar para o DEM um dos cargos mais cobiçados da Mesa diretora.
Chama-se primeira secretaria. Cuida da administração do Senado. Gere um orçamento anual de mais de R$ 2 bilhões.
Passam pela mesa do primeiro secretário: a folha salarial do Senado, contratos milionários de aquisição de bens e serviços…
…Viagens dos senadores, verbas de gabinete, gestão de apartamentos funcionais e um interminável etc.
Hoje, a primeira secretaria é comandada pelo senador ‘demo’ Efraim Morais (PB). Deve passar às mãos de Heráclito Fortes (DEM-PI).
Sob Efraim, o Ministério Público abriu pelo menos cinco investigações. Envolvem da contatação irregular de servidores terceirizados a supostas fraudes em contratos.
Heráclito, o provável substituto de Efraim, deixará a presidência da Comissão de Relações Exteriores, reivindicada pelo PSDB, que planeja entregá-la a Eduardo Azeredo (MG).
Rival de Sarney na disputa pelo comando do Senado, o petista Tião Viana (AC) ofereceu a Primeira Secretaria ao PSDB.
A oferta foi vista como uma tentativa de Tião de provocar cizânia na seara oposicionista, indispondo o PSDB com o DEM.
O tucanato prefere ocupar na Mesa o cargo de primeiro vice-presidente, a ser entregue a Marconi Perilo (PSDB-GO).
Depois da primeira secretaria, por ordem de importância, o DEM reivindica a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
A pretensão submete Sarney e o centro-avante da candidatura dele, Renan Calheiros (PMDB-AL), a uma constrangedora saia justa.
Depois de mandar à cucuia a recandidatura de Garibaldi Alves (PMDB-RN), Renan e Sarney acenaram com a hipótese de acomodá-lo num posto de primeira grandeza.
Garibaldi ambiciona justamente a CCJ, comissão da qual os ‘demos’ não abrem mão. Sarney tem dificuldades para contrariar o DEM, seu parceiro de primeira hora.
Renan coordena, em nome de Sarney, a negociação dos cargos com os líderes dos demais partidos. Torra os miolos para arrumar uma acomodação para Garibaldi.
Sérgio Lima – Folha de São Paulo