Gravações da PF apontam suposta doação de construtora a dois deputados.
Mais dois parlamentares aparecem nos relatórios da operação Castelo de Areia, que apura supostos crimes financeiros que teriam sido cometidos pela construtora Camargo Corrêa. A investigação também aponta a possibilidade de doações não declaradas para campanhas eleitorais.
A investigação tinha 14 volumes quando os suspeitos foram presos, na semana passada. São informações que a Polícia Federal foi repassando à Justiça à medida que avançavam as interceptações de telefonemas e de correspondências.
Um dos relatórios, relacionado ao período de 2 a 16 de outubro do ano passado, cita doações para políticos. Segundo a polícia, um dos telefonemas gravados é sobre uma doação para o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) no valor de R$ 25 mil reais, e outra para o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), de R$ 50 mil reais.
Quem fala sobre esse assunto são dois diretores da Camargo Corrêa. Um deles diz: “É 25 do Arnaldo Madeira. E 50 do Mendes Thame”.
Mendes Thame e Arnado Madeira foram eleitos deputados federais pelo PSDB em 2006, dois anos antes do diálogo gravado. Eles disseram que não receberam doação da Camargo Corrêa.
Anteriormente, o advogado da Camargo Corrêa, Antonio Cláudio de Oliveira, disse que empresa foi irá cooperar com todas as investigações e que está certa de que sua isenção será demonstrada. Ele reiterou que a construtora confia na Justiça.
Em nota divulgada no dia em que a operação foi realizada, a empreiteira disse que “cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais, gerando mais de 60 mil empregos no Brasil e em 20 países em que atua.” O grupo reafirmou que confia em seus diretores e funcionários.