Exmo. MD. Sr. Dr. Sérgio Moro, em Harvard, via Folha de S.Paulo: “Se eu peguei essa propina e coloquei em uma conta na Suíça, isso é um crime, mas esse dinheiro está lá, não está fazendo mal a ninguém. naquele momento. Agora, se eu utilizo para ganhar uma eleição, para trapacear uma eleição, isso para mim é terrível. Eu não estou me referindo a nenhuma campanha eleitoral, estou falando em geral”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]
– Minha nossa! Nova interpretação judiciária do “rouba mas faz”? Anauê Adhemar de Barros! Excelência não sou de incensar ídolos fabricados, mas reconhecia o conhecimento jurídico de V.Exa., embora, ela, a competência, trafegasse, em muitas vagas mais bravias, ao largo da filosofia do direito e da hermenêutica, evitando atracar no cais da isonomia.
Agora, excelência, vossa barca, na realidade uma vulnerável piroga, faz água. Espero, na realidade pelo bem do Brasil – ou do que nos resta de esperança, oro, rogo – prostro*-me nas lápides do Altar de Themis, para que a ela, a divindade, o ilumine para manter claro o estrito definido na lei.
Se a Folha de S.Paulo está mentindo, como entendem alguns, por ser um jornal, segundo esses, comprometido(sic) eu me penitenciarei. Quanto à minha interpretação do discurso do juiz, quem me conhece sabe que não carrego vocabulário de paixão, a favor ou contra ninguém, exceto à própria paixão da poesia. Agora, é tudo uma questão de concordar ou não com minha opinião.
Aliás, nunca tive a pretensão de ousar ter a soberba de convencer ninguém de nada. E passo ao largo de ser conivente com a Guerra Híbrida. O homem público está sujeito a ser criticado e/ou elogiado, e se, formador de opiniões e posturas, deve mais que todos, policiar com mais rigor o que fala e como age.
O ser público, por compulsório, não tem direito à privacidade. Não deve um juiz simpatizar mais com um dos lados, apesar da importância do mesmo.
Ps. “Não está fazendo mal a ninguém?” Minha nossa! Quanta inocência!
Eu não tenho ídolos! Entenderam?
Respeito, admiro, louvo e cito quem faz o que deve ser feito, da forma que deve ser feito, e não o tenho pelos que têm o discurso diferente da prática. Se for para dizer sim, direi sim. Se for para dizer não, direi não.
Cada vez que escrevo uma opinião a favor ou contra algum incensado, sou tratado como um insensato. Faz parte da minha natureza não assimilar nada de prima face. Questionar sempre. Quem sabe no questionamento eu encontre a verdade, ou a expiação?
Há horas em que me questiono se não perdi tempo cursando a Faculdade de Direito.
“O importante é não parar de questionar.” Albert Einstein
* Ato de prostrar, fazer cair ao chão ou sobre algo.