Câmara aprova novas medidas para passagens
Para evitar desgaste de uma votação, líderes partidários e Temer decidiram baixar por ato regras para cota
Seis dias depois de anunciar restrições para o uso de passagens aéreas pagas pela Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Michel Temer, decidiu, em reunião com os líderes partidários e integrantes da Mesa Diretora, instituir as novas regras por meio de ato da Mesa, um instrumento administrativo que não precisa de aprovação pelo plenário.
O ato entrará em vigor assim que for publicado.
A instituição de novas regras por ato da Mesa foi a saída política encontrada pela Casa e pelos líderes para evitar maior desgaste, no caso da votação, em plenário, hoje à tarde, de um projeto nesse sentido.
Deputados insatisfeitos com os cortes ameaçavam apresentar uma emenda, durante a votação, para afrouxar as regras e permitir que os conjugês e os filhos dependentes também pudessem viajar às custas da Câmara. Qualquer que fosse o resultado provocaria desgaste para a Casa, interna ou externamente.
Na reunião de hoje, os líderes abriram mão da cota extra de passagens aéreas. Essa foi a única mudança entre o projeto que seria votado e o ato da Mesa já assinado por Temer. Pelas novas regras, a verba de transporte aéreo corresponderá a quatro trechos aéreos (ida e volta), da capital do estado de origem a Brasília.
Isso não exclui os deputados do Distrito Federal, que terão o menor valor – R$ 3.764,58.
A maior cota é para os deputados de Roraima (R$ 14,989,95).
O ato da Mesa prevê que a cota será usada no território nacional pelo próprio parlamentar ou por assessores, desde que, nesse caso segundo caso, seja comunicado à 3ª Secretaria da Casa.
As regras acabam também com a possibilidade de acumular o valor da verba de um ano para o outro e estabelece a publicação dos gastos com passagem na internet, no prazo de 90 dias.