Brasil da série: “O Tamanho do Buraco”!
Tenho certeza que em determinados momentos, os Tupiniquins, tomamos algum tipo de gororoba, ou gosma, ou seja lá que nome seja dado para alguma beberagem que ingerimos sem saber. Sei, que por conta desta bebida, ficamos anestesiados e mais dóceis que o costumeiro.
Desta forma é que é possível assistirmos impávidos aos absurdos que somente acontecem no Brasil, zil, zil, varonil. Vai desde o mensalão, passando pela “renovada” eleição de Zé Sarney e Michel Temer, os castelos do depufede Edmar Moreira e chegando até as carteiradas das chamadas “otoridades”.
Como filosofa Zé Bêdêu, o derradeiro abestado crédulo da Praça do Ferreira, em Fortaleza:
Arre Égua!
Cerca de 1.500 professores que tiraram zero em uma prova de seleção do próprio governo estadual de São Paulo poderão lecionar neste ano na rede.
O exame foi promovido pela Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB) com a intenção de selecionar 100 mil docentes temporários. 214 mil pessoas se candidataram.
Os 1.500 professores “nota zero” vão poder dar aulas porque uma decisão liminar (provisória) da 13ª Vara da Fazenda Pública suspendeu os resultados do exame, de 25 testes, realizado em dezembro passado.
A liminar atendeu ao pedido da Apeoesp (sindicato dos professores), que alegou que os docentes temporários que já trabalham na rede há muitos anos não podem ser descartados com base numa “provinha”. Considera que o correto seria realizar um concurso público.
Com receio de atrasar ainda mais o início das aulas (que deveria começar amanhã, mas foi adiado para segunda por conta do impasse judicial), a secretaria desistiu de tentar reverter a liminar e optou por manter o critério para selecionar os temporários -titulação e, principalmente, tempo de serviço.
Déficit de cargos
A rede pública utiliza 100 mil docentes temporários, porque tem mais demanda por professores do que cargos públicos criados por lei. No total, são necessários 230 mil professores, mas há só 130 mil concursados.
O Estado afirma que estuda criar 75 mil cargos, mas não há prazo. O cargo público traz gastos adicionais ao governo, como pagamento de férias.
Segundo a secretaria, se a prova não tivesse sido cancelada pela Justiça, cerca de 50 mil dos atuais professores temporários seriam substituídos por docentes de fora da rede, que tiveram nota melhor no exame.
Como o tempo de serviço voltou a ser o critério mais importante para a escolha, os 1.500 professores que não acertaram nenhum dos 25 testes da prova, mas que já eram da rede, passarão à frente dos candidatos que tiveram bom desempenho no exame. Outros 2.000 candidatos que não eram do sistema também zeraram.
“A Apeoesp é contra a avaliação. Ela faz o possível para atrapalhar o ensino. Quisemos fazer exames nos professores temporários para melhorar a qualidade”, disse Serra.
Por Fábio Takahashi e Laura Capriglione, – Folha de São Paulo