Brasil: da série “Quem te viu, quem te vê”!
Até Zé Bêdêu — o derradeiro abestado crédulo da Praça do Ferreira, em Fortaleza — não imaginaria, um dia, o todo roxo e indignado Fernando Collor, ditando regras duras para “evitar” nepotismos e outras mazelas que infelicitam a taba dos Tupiniquins.
Mesmo Molière[1], o grande escritor de comédias francês, não ousaria se aventurar por tal ficção. Poi bem! Tal ópera bufa, está sendo encenado, ao vivo e a cores, pelo marajá das Alagoas, nesse instante, no palco hilário e despudorado do senado da república.
No momento sua (dele) ex-celência preside a Comissão de Infraestrutura do Senado.
A seguir nessa escalada pelos andaimes petistas, poderemos assitir, em breve, o “impichado” ex-presidente da república comandando, naturalmente de forma veemente e apoplética, um cruzada nacional contra a corrupção.
Abaixo transcrevo matéria, inacreditável, pelo conteúdo, publicado no O Globo.
O editor
[1]Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (Paris a 15 de Janeiro de 1622 – 17 de Fevereiro de 1673), foi um dramaturgo e ator francês.
Collor aprova ato que endurece aprovação de autoridades
De Maria Lima em O Globo:
Os integrantes da Comissão de Infraestrutura ficaram surpresos com o primeiro ato apresentado pelo novo presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, senador Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidente da República que enfrentou processo de impeachment em 1992.
O ato número 1, aprovado pelos presentes, mas sem o voto da senadora Ideli Salvati (PT-SC), que deixou a sala na hora da votação, endurece a aprovação de nomeação de autoridades – feita atualmente por meio de sabatinas.
Os indicados para direção das 11 agências reguladoras, por exemplo, terão que ser aprovados ao cabo de um duro processo seletivo.
Segundo Collor, a ideia é que os candidatos comprovem eficiência e idoneidade para estar à frente de importantes órgãos da administração pública.
– Pelo que está no ato, não adianta só ter um padrinho forte. Queremos extrair o máximo dos candidatos. Além da idoneidade e isenção, que ele nos mostre a sua visão estratégica, seus objetivos, o que pretende fazer nessas agências. É importante que tenhamos a noção exata de quem é verdadeiramente o indicado – disse Collor.
O processo, dividido em duas etapas, requer que os indicados comprovem, com documentos, desde o saber da área até declarações de próprio punho, garantindo que não tem parentes, sócios ou laços de amizade com pessoas que exercem função relacionada ao setor.
O rol de exigências prevê ainda comprovação de regularização fiscal em todos os âmbitos, além de confissão de que o indicado é ou não alvo de ações judiciais, como autor ou réu.