Obama assume com aprovação de 83%, diz Gallup
Emmnuel Dunand/AFP
Nesta terça (20), Barak Obama toma posse como o 44º presidente dos EUA. Chega à Casa Branca com uma taxa de aprovação notável.
Segundo o Gallup, 83% dos americanos aprovam a maneira como Obama conduziu a transição nos dois meses que separaram a eleição de sua posse.
O feito prestígio de Obama agiganta-se quando comparado aos índices que ostentavam no início do mandato os dois presidentes que o antecederam.
Em janeiro de 2001, o Gallup atribuíra a Bill Clinton o percentual de 61%. Antes, em 1993, Bill Clinton amealhara 68%.
Durante a campanha, Obama cavalgou a impopularidade de Bush. Serviu-se, por assim dizer, da crise. Seu slogam -“Yes, we can“- revelou-se premonitório.
Na presidência, Obama terá de evitar que a crise o devore. Precisa demonstrar que pode vencer, além de eleições, a adversidade.
Assedia-o um bordão no singular: “Yes, I Can”. O eleitor fez a parte dele. E espera que Obama faça a sua.
Também nesse aspecto é flagrante o otimismo da platéia. O Gallup perguntou aos americanos se confiam na capacidade de Obama de tornar-se um bom presidente.
A maioria expressiva -64% – respondeu que sim. Ou seja, neste início de jornada, torcida não é problema para Obama.
Deposita-se mais confiança no presidente do que na equipe dele. Instados a qualificar o time montado por Obama os americanos mostraram-se divididos.
Para 45% dos entrevistados o gabinete é excelente (13%) ou acima da média (38%). Para 48% o time é apenas mediano (38%), abaixo da média (5%) ou fraco (5%).
Desde que foi eleito, em novembro, o jovem Obama, 47 anos, assistiu à deterioração da crise.
Acossado por uma recessão que rói o poder aquisitivo e a paciência de seu povo, os EUA ainda não superaram nem o primeiro estágio da crise, a encrenca bancária.
Nesta sexta (16), a quatro dias da posse festiva, o governo teve de borrifar US$ 349 bilhões nas arcas de dois gigantes ajoelhados: o Citigroup e o Bank of América.
Dias atrás, ao discorrer sobre o conteúdo de seu discurso de posse, Obama prometeu um pronunciamento “honesto”. Deve pintar a crise com as cores da tormenta.
Antes, dissera que a hora é de “medidas dramáticas”. Coisa para “já”. Seu primeiro desafio será arrancar do Congresso a aprovação de mais um plano bilionário.
Um pacote de US$ 825 bilhões. A despeito da robustez, sem precedentes históricos, talvez não baste para debelar uma crise que o próprio Obama já antevê como longeva, com a qual os EUA terão de conviver “talvez por muitos anos”.
Barak Obama vai à cadeira de George Bush obcecado por Franklin Delano Roosevelt (1933-1945).
O novo presidente esquadrinha com vivo interesse textos sobre os primeiros 100 dias do presidente que livrou os EUA da depressão provocada pelo crash de 29.
Só um milagre permitiria a Obama reter os 83% de aprovação que ostenta agora. Se conseguir evitar um tombo, já terá obtido um feito.
Neste sábado (17), como que pressentindo o que está por vir, Obama disse que cometerá alguns erros. Pediu paciência aos americanos. Um pedido que os desempregados terão certa dificuldade em atender.
blog do Josias de Souza