Brasil: da série “O tamanho do buraco”!
Suas (deles) ex-celências, não se cansam de nos surpreender. Pra pior.
Os Tupiniquins, acreditávamoas que a corja política brasileira já havia esgotado o repertório de marmotas, falcatruas e afins.
Mas, qual o quê! Lêdo Ivo engano. Agora é o Corregedor da Câmara dos Deputados quem nos causa espanto. Vejam só, que o referido cidadão é o Corregedor da Câmara dos Deputados. Isso mesmo. O “ínclito deputado” é o guardião da moral e dos bons costumes dos demais parlamentares, responsável por vigiar os deslizes das outras ex-celências.
Achando pouca, sua (dele) ex-celência, é possuidor de um castelo no interior de Minas Gerais. Não vocês não estão lendo errado não! É um castelo mesmo. Não é figura de linguagem.
São 7.500 metros quadrados de área construída (maior que o Castelo de Neuschwanstein, nos Alpes da Baviera, que inspirou o castelo da Cinderela de Walt Disney), 32 suítes, dezoito salas, oito torres, 275 janelas, uma piscina com cascata, fontes e espelhos d’água. Fica no distrito de Carlos Alves, vilarejo de pouco mais de 1.000 habitantes e 300 casas, no município de São João Nepomuceno, a 70 quilômetros de Juiz de Fora.
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Castelo do Deputado Edmar Moreira, corregedor da Câmara dos Deputados.
Avaliado por corretores entre 20 a 25 milhões de reais.
O nobre deputado, sim, nobre, afinal o homem tem um castelo, declarou ao TRE que a propriedade vale ínfimos R&17.500,00 – dezessete mil e quinhentos reais! Uáu!!!
Argh!
Corregedor da Câmara é acusado de fraudar a Previdência
Deputado Edmar Moreira
O novo corregedor da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG), foi denunciado à Justiça em dezembro de 2007 pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, acusado de se apropriar ilegalmente de contribuições ao INSS feitas por seus empregados em uma empresa de vigilância.
Na denúncia, o procurador diz que os impostos foram descontados dos funcionários da F.Moreira Empresa de Segurança e Vigilância Ltda., sediada em São Paulo, mas não repassados ao governo. Esta dívida, segundo a Previdência, é de R$ 1 milhão (valor de 2005, incluindo o imposto não pago, juros e multas).
Moreira é investigado em inquérito aberto em 2007 no Supremo Tribunal Federal. Se o relator do caso, Eros Grau, aceitar a denúncia, o deputado passará a ser réu e responderá a processo criminal por apropriação indébita. Grau ainda não se pronunciou.
No inquérito, o advogado do congressista, Alberto Felício Júnior, reconhece a dívida e justifica o não-pagamento informando que “a empresa vem passando por dificuldades decorrentes de constantes atrasos em seus recebimentos”. Com capital social de R$ 2,7 milhões, segundo a Junta Comercial de São Paulo, a F.Moreira foi a principal doadora das últimas campanhas do deputado. Conforme declarações entregues ao Tribunal Superior Eleitoral, em 2002, a empresa bancou 61% dos gastos da campanha dele (R$ 168 mil), e, em 2006, 39% (R$ 79 mil).
Na investigação, também há a informação de que são cobrados da F. Moreira R$ 8,2 milhões em outros processos por não recolhimento de impostos. A defesa nega essas dívidas.
A história iniciou em 2000, quando a empresa de Moreira foi multada por não recolher os tributos descontados de março de 1997 a dezembro de 1998.