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Fatos & Fotos

“De homens muito maus não se pode nem mesmo imaginar que morram.” Theodor Wiesengrund Adorno ***** Brasil da série “Ministro Rogério “imexível” Magri. Gilmar Mendes tem 6 pedidos de impeachment: 2 engavetados e 4 em banho-maria. ***** Brasil da serie “É um manicômio” Comissão do Senado, CCJ, não chega a um acordo para definir o Dia Nacional da Resolução de Conflitos. Hahahahaha! ***** Alguém explica pro velhote da Grobunius o que significa o sistema do foro privilegiado? Só pra ver se ele para de passar vergonha? ***** Da série “Sem humor não dá pra agüentar o tranco desse hospício” No Sensacionalista:”Após míssil norte-coreano, avião de temer sobrevoa Japão e país eleva alerta de risco” ***** Artes Plásticas – Pintura de Jon Redmond ***** Joesley afirma ter acertado pessoalmente propina de 6 milhões a José Serra (PSDB-SP) ***** Minha nossa. Isso não é um país. É um bordel. É o fim. Precisa que a justiça obrigue o Estado a cumprir a lei? O esc*roto corrupto do “desgovernador Maãozão”, ops!, Pezão, quer que os policiais sejam Kamikazes? Faltam machos nesse bordel. Peguem o ‘fela’ desse Pezão, não coloquem colete nele e soltem o nojento no complexo da Maré. Sem escolta nem carro blindado. Aposto como nunca mais nenhum governante deixará de proteger os policiais. Leiam abaixo: “O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do RJ e diretor adjunto da Fenapef, Luiz Carlos Cavalcante, destaca o risco que os policiais federais correm utilizando coletes vencidos – só neste ano, 100 policiais foram mortos no estado. “Há direitos fundamentais em risco, que devem ser garantidos aos policiais”, destacou.” Leia: goo.gl/fD7dde #AçãoSindical #FenapefNaMídia ***** PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO #FASCISMO. Maniqueísmo, mentalidade binária, dualidade, escolher um inimigo, atacar, defender. #BlogdoMesquita #Mussolini #PT ***** Brasil da série “Você já deu uma cusparada nos pés de um político hoje?” Cidade do semiárido baiano, 8 mil habitantes, a Câmara gasta R% 700 mil por ano. O município não tem esgoto. Abaixo o estado dos pneus da Van do Transporte Escolar desse município. os pneus da van dos alunos. Ps. Não informo o nome do município para não comprometer a integridade da fonte, que é meu amigo, confiável e mora no município. ***** Brasil da série “Isso não é mais um país. É uma bordel” Inacreditável! Juízes do Acre recebem gratificação de 40% sobre o salário, pasmem!, por possuírem Curso Superior”. Ser gratificado por ter requisito inerente à função! PQP! É do Caraglio! Égua! Po**a!  [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]      

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Fatos & Fotos – 29/08/2017

“Em nosso século, o grande homem pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.” Nelson Rodrigues ***** Hã? E é? Puxa! E vale para todo e qualquer réu seja quem for? “Moro lamenta que a palavra de um acusado, levante suspeição a respeito de sua conduta e de suas relações: ‘acusados dizem qualquer coisa’.” Eu aprendi que a prova testemunhal é a prostituta das provas. Até que enfim um senhor de todos os saberes confirma tal assertiva. Ps. Parece-me que o filósofo Beccaria está voltando à moda. ***** Eu quero que todos os canalhas que lesaram este pais fiquem confinados numa casa com televisões ligadas, sem cabo, só tv aberta. ***** Meu ofício é incomodar. Quanto custa seu #Vereador? Quanto custa a cadeira que ele senta e quanto custa um #LeitoHospitalar ? Adivinha qual está em falta!  ***** As manchetes jornalísticas estão cada vez mais dúbias. “Temer confunde a vida pública com a privada” Blog Josias de Souza ***** STF. Pacote suspeito faz com que Gilmar Mendes requisite Esquadrão Anti-Bombas. Se,se, nesse caso seriam duas, né? ***** Brasil da série “O Brasil não é para amadores” Evangélico Eduardo Cunha recorre ao Papa Francisco para ajuda no julgamento. Vá ser assim sincrético só no Brasil. ***** STF tem avaliação pio que a Dilma no Impeachment e mais baixa que o Temer. ***** O país da piada pronta. Introduzir? “Ni min?” “Nã nã ni ni nã!” Eu quero é que você se Fufuque. ***** Brasil da série “Besta é tu!Besta é tu!” O desgoverno recuou no lance da Amazônia. É blefe. Jogou verde pra colher maduro,vence a proposta original e dá um cala boca em todos os Tapuias. ***** Brasil da série “Besta é tu!Besta é tu!” O sorriso ancho e cínico da certeza da impunidade. A mais fiel tradução da importância de ter penas. ***** Da série “Momento Dalton” Estranho. Muito estranho nunca ter vazado fotos de Eduardo Cunha preso, quando Dirceu estava na cadeia até a comida que ele comia a imprensa divulgava. ***** Da série “Minha porção Herculano Quintanilha” Minha bola de crista, minhas cartas de Tarô e minhas pedras de Runa, indicam que o sorteado como relator do Processo no STF do José “RodoAnel” Serra, será o Ministro Gilmar Mendes.    

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Fatos & Fotos -28/08/2017

“É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.” Epiteto ***** A meritíssima está togada de razão. Ministra Cármen Lúcia; “Nenhum brasileiro acredita mais nas instituições”. ***** Design – Mobiliário – Estantes ***** Happy 99th birthday Katherine Johnson, NASA mathematician who calculated the trajectory of the Apollo 11 mission.***** O gigante voltou! Pro Paraguai. Segundo esse jornal comunista. Brazil’s Woes Multiply as Manufacturers Move to Paraguay https://www.wsj.com/articles/brazils-woes-multiply-as-manufacturers-move-to-paraguay-1503745201 ***** Éeeeeeeeeeeeeegua! Quidiabuéisso? Internet lotada de imagens da caravana da enganação do Lula, o “omi” nos braços do povo, falando para multidões e as TVs não dão uma noticiazinha? Ótima publicidade para quem faz discurso de perseguido pela mídia. “Ô” povo burro, caraglio! Irá terminar igual aos comícios da Diretas Já. ***** Brasil da série: “É impressionante o dano que uma pessoa munida só com a burrice pode causar” Dei uma olhada na sua timeline e vi que estou perdendo tempo ao tentar argumentar – seu negócio é antissemitismo da pior espécie. Bloqueado. Mas, ainda lhe darei uma chance de usar o cérebro com lógica. Leia esse:  ***** [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Brasil da série “só dói quando eu rio” ***** Tucanada tem desaprovação maior do que a do Lula. Desaprovação – Fonte: Estadão Doria 53% Bolsonaro 56% Ciro 63% Marina 65% Lula 66% Alckmin 73% Serra 82% Aécio/Cunha 91% Ps. Eu não acredito em pesquisas. Nenhuma. ***** STF precisa urgentemente pacificar a questão da Delação Premiada como Prova. Como está, tal fica seletivamente interpretada pelos magistrados. Aos amigos tudo. As inimigos as delações são provas concretas e inquestionáveis. Ou todos ou nenhum. ***** Os arrependidos do – “Eu não tenho culpa. Votei no Aécio” – breve terão mais um ídolo para demonstrarem novo arrependimento. Quando aprenderão que um país que precisa de ídolos está no caos? ***** Filha do gatuno Romero Jucá possui mineradora – mera coincidência seus maldosos – na Amazônia que o escroque do Jaburu está entregando às multinacionais. ***** Após proibição de usar a palavra Helicoca para a aeronave dos Perrelas, que nome você daria para o aspirador voador preso pela Polícia Federal com 400K de cocaína? A – Cocacóptero B – Helicócatero C – Helipóptero D – O Brasil é um put**ro [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Fatos & Fotos

“Os homens dizem amar a liberdade, mas, de posse dela, são tomados por um grande medo e fogem para abrigos seguros. A liberdade dá medo. Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo dos abismos. Por isso abandonam o vôo e se trancam em gaiolas.” Fiódor Mikhailovich Dostoiévski * Moscou, Rússia – 11 de Novembro de 1821 + São Petesburgo, Rússia – 9 de Fevereiro de 1881 ***** Finalmente chegou meu novo “Kindle”***** [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]Amo apaixonadamente a imparcialidade e a seletividade da justiça brasileira. Lava Jato paulista acusando políticos já enrolados do Paraná. Continuo aguardando por políticos paulistas na Lava Jato paulista. ***** Feliz semana que vem: Temer vai à China com o 1º VP da Câmara. Maia assume a Presidência da República. E a presidência da Câmara vai para o Depufede ANDRÉ FUFUCA (PP-MA) Este aí em primeiro plano. Fufuca? PQP ***** A prova contundente da máxima de Nelson Rodrigues sobre os Idiotas da Objetividade. Ministro Luis Roberto Barroso diz que: “Sistema punitivo brasileiro não funciona para os ricos”. Hahahaha. Jura excelência? Descobriste agora? Pois eu cá na minha “ignorança” sei que há 517 anos que sempre foi assim. Ontem mesmo o Cmt.da ROTA/SP deu uma amostra, verbal, do apartheid em SP. Vosmicê leu? Nããããããããão? Então tá.***** Na Folha de São Paulo. Antônio Palocci afirmou que Cesar Asfor Rocha recebeu suborno no valor de pelo menos R$ 5 milhões da construtora Camargo Corrêa para barrar a Operação Castelo de Areia.***** Manter a floresta em pé é “custo”, diz chefe da bancada ruralista, Deputado Nilson Leitão.***** Brasil da série “Só dói quando eu rio”***** O Senado americano quer enquadrar a Wikileaks como “Agência de Inteligência Hostil” ***** Arte – Fotografia de Brett Weston***** A história sempre volta para cobrar. Mentiroso e falso, Malafaia irá “pretin pros infenu”  ***** Design – Objetos – Relógios***** Marco Beasley: Passacaglia della vita de Stefano Landi 1587/1639 https://mesquita.blog.br/marco-beasley-musica-barroca-stefano-landi ***** Lava Jato é enxugar gelo Atenção desvairados e paranoicos “ceguetas” que teimam em continuar me chamando de petista. Pois então? Catem aí na minha TL e no Blog, para ler há quanto tempo eu digo isso. Deltan Dallagnol. “Sem mudanças mais profundas, a Lava Jato é enxugar gelo. Não dá para adotarmos a teoria da maçã podre, que para resolver bastaria tirar a maçã podre do cesto” ***** ***** É do Caraglio. Atualizem aí, porque os excelentíssimos magistrados não querem que a gente fale: – helicoca – ladrão de merenda – Aécio [ad name=”Retangulo – Anu  

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Hackers interrompem quimioterapia em hospitais

Os crimes dos hackers que interrompem até quimioterapia em sequestros virtuais de hospitais Direito de imagemMIRELE MATTOS RIBEIROOs computadores do Hospital das Clínicas de Barretos foram atacados em junho, o que atrasou atendimentos No dia 28 de junho, Mirele Mattos Ribeiro acordou cedo para acompanhar a mãe, Neusa, à sua sessão semanal de quimioterapia contra um agressivo tipo de câncer nos seios da face, diagnosticado no início do ano. Os procedimentos deveriam começar às 6h30, mas um ataque cibernético havia paralisado os computadores do Hospital de Câncer de Barretos, onde Neusa se trata. “Nós chegamos lá e estava tudo parado. Dos 20 computadores usados para a quimioterapia, apenas um estava funcionando”, relembra Ribeiro, que reside em Americana e viaja a Barretos (SP) para acompanhar a mãe na luta contra a doença. A possibilidade de atraso no tratamento atemorizou a família. “Cada vez que atrasa uma quimioterapia, o problema pode atingir outros órgãos e piorar o estado de saúde da minha mãe. A quimioterapia nada mais faz que tentar reduzir o tamanho do tumor. O medo é o tumor crescer”, explica Ribeiro. Para contornar o problema, o hospital colheu amostras de sangue para os exames necessários antes da sessão e as enviou a um laboratório externo em caráter de emergência. Sete horas após o horário previsto, Neusa deu início à sessão de quimioterapia marcada para aquele dia. “Sentimos indignação porque a vida das pessoas depende disso. O pessoal da radioterapia ficou quatro dias sem poder fazer sessão. Isso afeta muito o tratamento”, afirma Ribeiro. Direito de imagemVINÍCIUS MARINHO/FIOCRUZ IMAGENSAtaques a equipamentos essenciais podem paralisar atendimentos de emergência, adulterar exames e induzir médicos a erros ou mesmo impedir que pacientes sejam medicados O ataque cibernético que paralisou o hospital foi causado por uma variante do vírus Petya, que em junho infectou computadores com o sistema Windows no mundo todo em troca de “resgates”, a serem pagos em moedas digitais – nesse caso, a bitcoin. Chamados de ransomware, vírus de resgate invadem sistemas em que há vulnerabilidades. Uma vez que rompe as barreiras de proteção, o software malicioso embaralha dados das máquinas infectadas e os criptografa, paralisando os computadores. Para restabelecer o acesso, é preciso uma chave, que fica de posse dos criminosos e é liberada mediante o pagamento de um resgate. No caso do Hospital de Câncer de Barretos, o resgate era de US$ 300 por máquina, o que geraria ao hospital um custo de US$ 360 mil, o equivalente a R$ 1,08 milhão. Além do custo financeiro, que o hospital conseguiu evitar, houve o custo humano: cerca de 3 mil consultas e exames foram cancelados e 350 pacientes ficaram sem radioterapia por conta da invasão no dia 27 de junho. Outras unidades do hospital, localizadas em Jales (SP) e Porto Velho (RO), também foram afetadas. “Trabalhamos em regime de 24 horas, nos revezando, para restabelecer o sistema do hospital. Todo mundo virou técnico, foi um trabalho braçal. O problema mais grave foi o ‘sequestro’ das máquinas”, afirma Douglas Vieira, gerente do departamento de TI da instituição. Em três dias, a equipe conseguiu recuperar 800 dos 1200 computadores da instituição. Mas o atendimento aos pacientes só seria completamente normalizado seis dias depois. Um mês antes, o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, também teve seu sistema atingido por um ataque cibernético que vitimou empresas e instituições de mais de 150 países. O ransomware, chamado WannaCry, infectou mais de 230 mil computadores globalmente e também paralisou hospitais no Reino Unido, num ataque que a polícia europeia, a Europol, classificou como sem precedentes. Segundo o Sírio-Libanês, o “apenas alguns computadores” do hospital foram infectados. “Nenhum sistema ou servidor foi atingido”, afirma a instituição, em nota. Direito de imagemDVULGAÇÃO/HC DE BARRETOSImage captionHospital das Clínicas de Barretos recebeu pedido de resgate após infecção de computadores Cada vez mais comuns Ataques a instituições de saúde são cada vez mais comuns e devem crescer no futuro, já que hospitais aumentam a dependência de máquinas computadorizadas e da conexão à internet, afirmam especialistas em segurança cibernética. “O princípio de hacking é obter informação. Quanto mais há digitalização e inclusão de tecnologias, mais informações valiosas surgem para serem hackeadas e roubadas”, afirma Ghassan Dreibi, gerente de desenvolvimento de negócios em segurança para América Latina da Cisco, empresa que oferece serviços de segurança cibernética. Em um relatório global apresentado em julho, a Cisco aponta que 49% das empresas já foram alvo de algum tipo de ataque de ransomware, atividade ilegal que rendeu US$ 1 bilhão a criminosos no ano passado. Em um relatório paralelo, produzido pela Symantec, os serviços em saúde aparecem com o segundo maior segmento alvejado em 2016. “Não tem mistério: o ladrão vai onde está o dinheiro. E qual o melhor lugar que um hospital para ter retorno rápido? Um hospital não pode parar”, diz Dreibi. Além do retorno rápido com resgates, os criminosos digitais também se aproveitam de informações pessoais roubadas que podem ser revendidas a outros criminosos, para que possam ser usadas em falsificações de documentos e cartões bancários, além de outros golpes. “Hospitais são fontes de informações sigilosas, que têm valor e são vendidas. São também fonte natural de pessoas que estão desesperadas, ou seja, vítimas fáceis. É chocante”, diz o executivo. Segundo Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab, especializada em segurança digital, informações pessoais roubadas nesse esquema são usadas em golpes como o do “falso médico”, registrados recentemente em vários Estados – em que, de posse dos dados sobre pacientes, criminosos ligam para parentes se apresentando como médico ou diretor do hospital dizendo precisar de dinheiro para custear um tratamento “urgente”. “O vazamento de dados de pacientes pode ser resultado de um ataque cibernético ou quando algum empregado copia esses dados e os entrega a golpistas, participando do esquema. Existe uma tecnologia que controla e impede que os dados sejam acessados de forma indevida, mas infelizmente boa parte dos hospitais não adota tal tecnologia”, diz Assolini. Ataques no Brasil É difícil mensurar a abrangência e o impacto desses ataques, pois as

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Prisão domiciliar, comum na Lava Jato e raridade para mães presas

Enquanto as mulheres com filhos pequenos lutam para obter a prisão domiciliar, direito previsto por lei, presos da Lava Jato gozam desse benefício sem amparo da legislação penal A venezuelana Vitória deixou o presídio quando o filho, a quem deu à luz no cárcere, tinha seis mesesANDREA DIP AGÊNCIA PÚBLICA A pequena casa de dois cômodos onde moram Vitória*, seu bebê e sua mãe, Laura, no Jardim Guarani, na periferia da zona norte de São Paulo, em nada se parece com as mansões luxuosas onde vivem em prisão domiciliar alguns réus delatores da operação Lava Jato – uma até com vista para o mar. Em contraste com as áreas verdes, piscinas e academias, como mostrou em abril deste ano uma reportagem do Fantástico sobre os presos domiciliares da Lava Jato, Vitória nos recebe para um café em uma pequena cozinha que também faz as vezes de sala. Ao fundo, o quarto com um beliche onde os três dormem e guardam seus pertences frequentemente é inundado pela água que transborda do banheiro, conta Vitória enquanto amamenta o filho. É algo a mais para resolver na lista da família, que tenta sem sucesso uma vaga para Lucas na creche do bairro e tem como renda apenas o dinheiro que dona Laura ganha trabalhando com limpeza em três empregos diferentes. Na Venezuela, a mãe de Vitória era professora primária, mas sem fluência no português tudo aqui é mais difícil. Quando soube da prisão da filha grávida, dona Laura deixou a família e veio correndo ao auxílio dos dois. ão descansou até conseguir alugar essa casa e por a documentação da filha em ordem para, junto ao Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC), que trabalha com mulheres estrangeiras presas, tentar o habeas corpus para a prisão domiciliar. Vitória foi presa com cocaína no aeroporto de Guarulhos e levada para a Penitenciária Feminina da Capital (PFC), onde descobriu a gravidez e permaneceu por pouco mais de um ano, até que seu filho completasse 6 meses. Apesar da vida difícil, ela se sente aliviada por ter deixado o presídio e se sente “privilegiada” entre as tantas mães que conheceu no cárcere que continuam sem previsão de mudança de rumo. “Quando saí, deixei tudo que tinha para as mães com os bebês de lá. Porque é muito difícil, tem gente que não tem família, não tem nada. Eu mesma lavava roupa para outras mulheres para conseguir maços de cigarro que trocava por sabonete e fraldas para o Lucas até minha mãe chegar”, lembra. Na verdade, Vitória poderia ter saído mais cedo e evitado as três quedas que teve, já em trabalho de parto, no banheiro da penitenciária, ou o tempo que o filho passou na incubadora por causa de sofrimento fetal decorrente da demora para ser levada ao hospital. O artigo 318 do Código de Processo Penal determina que o juiz pode substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando, entre outras razões, o agente for “gestante”, “imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência” e, a partir de 2016, com o Marco Legal da Primeira Infância, a Lei 13.257, “mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos”. O Brasil é signatário da Convenção de Bangcoc que determina, entre outras condições para a mulher mãe encarcerada, que ela possa responder ao processo em liberdade. Mas essa não é nem de longe a regra, como aponta a pesquisa “Quando a casa é a prisão: uma análise de decisões de prisão domiciliar de grávidas e mães após a Lei 12.403/2011”, de Ana Gabriela Braga e Naila Ingrid Chaves Franklin. Elas analisaram sentenças em casos de pedidos de prisão domiciliar de 2011 a 2013, enfocando mulheres pobres, negras e jovens, com base nos dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A conclusão do trabalho é que as prisões domiciliares são concedidas às mães por múltiplos fatores, mas que “a discriminação negativa incide sobre o gênero feminino, fazendo com que as figuras de ‘mãe’ e ‘criminosa’ sejam socialmente irreconciliáveis”. “A prisão domiciliar é um gênero que comporta duas espécies. Uma está prevista no Código de Processo Penal como medida cautelar, quando a pessoa ainda não foi julgada. De outro lado, você tem a prisão domiciliar no âmbito da Lei de Execução Penal, prisão pena. Uma serve para garantir o regular curso do processo, a ordem pública e aquelas condições para a prisão preventiva. E a prisão domiciliar no âmbito da execução penal, quando a pessoa já foi condenada, é um modo de cumprimento da pena”, explica o advogado criminalista Lucas Sada. “Os requisitos são mais ou menos parecidos nos dois casos: para pessoas maiores de 80 anos, pessoas muito debilitadas por doença grave, pessoas imprescindíveis ao cuidado de menores de 6 anos ou com deficiência e gestantes, e uma regra nova que é para mulher com filhos com até 12 anos e para o homem caso seja o único responsável pelo cuidado desse filho. O que está na LEP [Lei de Execuções Penais] fala em condenados maiores de 70 anos com doença grave, com filho menor ou deficiente físico, mental ou gestantes”, acrescenta. Ainda assim a prisão domiciliar, que tem sido aplicada frequentemente aos delatores da Lava Jato, encontra forte resistência do Judiciário quando os réus são “pessoas comuns”. Segundo Patrick Cacicedo, defensor público do Núcleo Especializado de Situação Carcerária, de 70% a 80% das mulheres em prisão preventiva hoje em São Paulo deveriam estar em casa: “É muito difícil conseguir. Os juízes arrumam subterfúgios interpretativos para manter a prisão, e a grande maioria das mulheres está presa por tráfico de drogas, um tráfico muito pequeno, sem violência e sem armas. Nos casos de cumprimento de pena, então, como os aplicados na Lava Jato, eu pessoalmente não me lembro de ver um caso em São Paulo”. A Agência Pública entrou em contato com o Ministério da Justiça, com o Depen, com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e com cada estado do país para obter – inclusive mediante a Lei de Acesso à Informação – o número atualizado de pessoas em prisão domiciliar como medida cautelar e como pena, mas novamente deparou com a falta de dados sobre

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A vidraça de Temer

O metódico operador das sombras que virou a vidraça de Michel Temer Presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. ADRIANO MACHADO/REUTERS Coronel João Baptista Lima Filho virou atalho para movimentos sociais pressionarem o presidente. Lava Jato aponta ex-assessor que atuou na PM e conserva armas como intermediário de propina. Coronel reformado da Polícia Militar, João Baptista Lima Filho apareceu nas tramas de corrupção reveladas pela Operação Lava Jato acusado de ser um intermediário do presidente da República, Michel Temer (PMDB). Mais do que isso, um preposto para entregar vultuosos pagamentos de propina a Temer, de acordo com delatores e provas colhidas até agora pelas investigações em andamento.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] De ponte virou vidraça. Lima é hoje um atalho para movimentos sociais variados pressionarem o presidente. Como revelou reportagem do EL PAÍS, sem-terras do interior de São Paulo comemoram as tratativas do Incra para adquirir uma fazenda depois que o grupo ocupou imóvel rural do coronel para chamar a atenção do presidente. Nesta terça-feira, a mesma propriedade de Lima em Duartina, a 380 km de São Paulo, foi alvo novamente. Desta vez, foi o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que voltou mais uma vez à fazenda Esmeralda como parte de uma série de protestos contra políticos e personalidades que consideram símbolos da corrupção. Lima virou uma das vidraças de Temer não só pelas manifestações, mas também pelas investigações em curso na Procuradoria-Geral da República. De acordo com investigadores, ele é considerado o mais antigo operador de propinas de Temer. Quando o presidente foi mencionado pela primeira vez em um escândalo de corrupção, no Porto de Santos no fim dos anos 90, Lima já estava lá, descrito como um opaco assessor. Naquele caso, Temer e o coronel foram citados pela ex-mulher de um diretor como beneficiários de propinas desviadas de contratos do porto. O caso chegou a ser arquivado em 2001, mas teve nova análise solicitada pela Procuradoria-Geral da República no começo de julho, depois que vieram à luz  delações da JBS que citavam o envolvimento de Lima nos pagamentos de propina a Temer. Nascido em Bauru, a 340 km de São Paulo, o coronel fez carreira na área administrativa da Polícia Militar de São Paulo. Ele e o presidente se conheceram no começo de 1984, quando Temer assumiu a Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo pela primeira vez. Naquela época, Lima estava distante da rotina operacional da polícia nas ruas. Era um assessor do gabinete do secretário anterior, Miguel Reale Júnior, e por lá ficou. A relação de confiança logo ganhou força — o coronel ajudou no primeiro divórcio do presidente no fim dos anos 80. O coronel, de 74 anos, ainda mantém autorização para porte de arma, como ex-policial. Ele goza da permissão para uso de dois revólveres calibre 38 e uma carabina calibre 20. Essa imagem, de homem armado, contribui para que moradores de Duartina tenham medo de falar do coronel. Em entrevista ao EL PAÍS, o prefeito Juninho Aderaldo (PPS) diz apenas que Lima é “metódico” e fica sem palavras ao explicar a atuação do coronel no município. Quem conhece o amigo de Temer na pequena cidade, de 12 mil habitantes, diz que ele raramente aparece em locais públicos e que não faz reuniões com mais de uma pessoa em local fechado. “Ele é metódico, muito organizado. Sempre possui seguranças na portaria da fazenda”, afirmou o prefeito de Duartina ao EL PAÍS. A fazenda de Duartina pertence ao coronel e a sua empresa de arquitetura, a Argeplan, mas moradores e movimentos sociais dizem que o imóvel, na verdade, é de Temer. Na primeira ocupação de manifestantes ao local, ainda no ano passado, ativistas do MST acharam uma correspondência endereçada ao presidente. Reforma e confiança Não faltam episódios ilustrativos da confiança de Temer em Lima. Foi o arquiteto Fabiano Polloni, da Argeplan, quem reformou a casa do presidente em São Paulo, na rua Bennett, em 1999, como revelam documentos obtidos pelo EL PAÍS. Na rede social Linkedin, Polloni mencionava apenas a Argeplan como lugar onde já trabalhou. Procurado, Temer informou que “pagou as reformas com recursos próprios e tem todas as notas fiscais dos serviços executados”. Funcionário de empresa de coronel assina reforma na casa de Temer em 1999 DANIEL HAIDAR EL PAÍS O coronel já foi mencionado em dois acordos de delação premiada como um intermediário utilizado por Temer para receber propina. Na delação de José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, que não foi aceita pelo Ministério Público, Lima foi citado como o homem que recebeu R$ 1 milhão em outubro de 2014 destinados a Temer, para a campanha eleitoral daquele ano, como recompensa por contrato da Eletronuclear. Embora a delação não tenha sido assinada, o pagamento foi comprovado em reportagem da revista ÉPOCA de junho do ano passado, onde foi revelado que uma fornecedora da Engevix transferiu pouco mais de 1 milhão de reais para uma conta bancária da PDA Projeto, outra empresa do coronel, naquele mês. O coronel negou que o pagamento fosse propina, mas não revelou o motivo concreto da transferência de dinheiro. Na delação premiada da JBS, Lima também foi citado como intermediário de 1 milhão de reais para Temer. O dinheiro foi entregue em 2 de setembro de 2014 na sede da Argeplan, de acordo com Florisvaldo Oliveira, o entregador de propinas do frigorífico. Só com essa revelação Lima passou a ser oficialmente investigado pela Procuradoria-Geral da República como operador de Temer. Ele foi um dos alvos da Operação Patmos, deflagrada em 18 de maio. Outros vínculos financeiros do coronel com o presidente foram revelados com o cumprimento de mandados de busca no apartamento de Lima e na sede da Argeplan. Policiais federais acharam nessa operação e-mails, recibos e cobranças de reformas na casa de Maristela, uma das filhas de Temer, realizadas no segundo semestre de 2014. De acordo com as investigações, enquanto recolhia propina, o coronel bancava despesas de familiares do presidente. Assim, o custeio de parentes de Temer também entrou na mira da Justiça, embora os fatos tenham ocorrido antes do mandato presidencial e haja

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Brasil e o barulhento silêncio das ruas

O silêncio das ruas do Brasil Protesto contra o impeachment de Dilma em maio de 2016: atual presidente tem sido preservado Impopular, suspeito de corrupção e à frente de controversas reformas, Michel Temer tem sido poupado de grandes manifestações. O que está por trás da atual passividade dos brasileiros?[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Um presidente extremamente impopular que tenta aprovar reformas rejeitadas pela maioria da população; escândalos de corrupção envolvendo diretamente o próprio ocupante do Planalto; economia que dá sinais apenas tímidos de recuperação; apoio parlamentar sendo largamente negociado com verbas e loteamento de cargos; pesquisas que apontam que a maioria da população deseja eleições diretas. Diante de cenários com bem menos elementos, os ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff tiveram que enfrentar multidões que foram às ruas do Brasil para pedir suas cabeças. Por que então Michel Temer, que foi gravado em uma conversa comprometedora com um empresário e amarga popularidade de apenas 7% (segundo último levantamento do Datafolha) não está sofrendo com grandes protestos tal como ocorreu com seus antecessores? Temer enfrentou em seu governo algumas manifestações convocadas por centrais sindicais contra as reformas ou concentrações de apoio à Lava Jato. Mas todas as iniciativas tiveram adesão que ficou longe dos números registrados ao longo de 2015 e início de 2016. Uma greve geral organizada no final de junho acabou sendo um evento esvaziado, mesmo após a apresentação da denúncia criminal contra o presidente. Mais de 2.500 policiais foram convocados para acompanhar manifestantes em Brasília, mas pouca gente apareceu. O mesmo se repetiu nos dias do julgamento da Chapa Dilma-Temer pela Justiça Eleitoral, no julgamento pelo Supremo sobre a permanência de Edson Fachin como relator da delação da i e após a divulgação do fim da força-tarefa da Polícia Federal em Curitiba que se encarregava dos casos da Lava Jato. Fadiga? O silêncio das ruas tem chamado a atenção da imprensa internacional. O jornal Süddeutsche Zeitung, da Alemanha, chegou a publicar em junho que é “surpreendente que não haja milhões nas ruas para exigir a saída de Temer.” Sensação de “fadiga” e “apatia” foram algumas das palavras usadas por jornais estrangeiros para explicar a passividade das ruas diante dos escândalos e da insatisfação com o governo. À DW Brasil, o brasilianista Peter Hakim, presidente emérito do Inter-American Dialogue, com sede em Washington, opina que “fadiga” não é a definição mais precisa para explicar o que está acontecendo. “Não é que as pessoas não queiram protestar, mas elas estão sendo desencorajadas pela conjuntura”, afirma. Segundo Hakim , muitos que protestaram contra Dilma desejam a saída de Temer, mas agora hesitam em sair porque isso pode beneficiar o PT e Lula – aqueles que foram originalmente alvo de protestos. “A polarização da sociedade continua a desempenhar um papel que impede as pessoas de se unirem. Já o PT e parte da esquerda que convoca protestos transformam regularmente seus atos em um ‘volta, Lula’, e não em um ‘Fora, Temer’ ou algo que aponte para uma solução política eficaz que seja capaz atrair mais pessoas”, completa o brasilianista. Ainda de acordo com Hakim, isso cria um efeito em que “muitas pessoas acabam ficando com a sensação de que a ação política não está resolvendo a situação”. “Não há liderança, não há ninguém que seja capaz de apresentar uma direção ou novas ideias. As pesquisas mostram que a maioria das pessoas quer eleições diretas, mas fica claro elas também não sabem o que  vai acontecer na sequência. Nesse meio tempo, ninguém quer fazer algo que acabe beneficiando o outro lado.” Agenda oculta Entre os principais movimentos que pediram a saída de Dilma em 2015 e 2016, a mensagem adotada nas convocações dos protestos esvaziados deste ano tem, por enquanto, passado longe de um “Fora, Temer”, sendo substituída  pela defesa da Lava Jato e repúdio às medidas de anistia para políticos envolvidos com corrupção. Já o lado que defendeu Dilma tem mostrado oficialmente repúdio às reformas de Temer e pedido eleições diretas para presidente. Mas os eventos muitas vezes se transformam em palco para comícios do ex-presidente Lula, que não esconde o desejo de voltar ao poder. Segundo o professor de gestão de políticas públicas Pablo Ortellado, da USP, a explicação para a falta de protestos mais incisivos pode ser explicada também pelo comprometimento e agenda de interesses das lideranças que têm a influência para fazer grandes mobilizações. Os países mais corruptos do mundo “Não acho que seja fadiga, não há uma pesquisa que não demonstre insatisfação. O que parece claro é que as lideranças que tem conquistaram legitimidade para mobilizar manifestações, seja na esquerda ou na direita, não estão se empenhando na organização de novos protestos”, diz. Segundo Ortellado, essas lideranças de ambos os lados “estão altamente comprometidas com o sistema político, que naturalmente não está interessada em manifestações”. “É preciso muito esforço para mobilizar, são os poucos os grupos que conseguem fazer isso. Mas justamente esses atores têm feito pouco ou nenhum esforço. As lideranças dos grupos que pediram a saída de Dilma deixaram claro que defendem as reformas econômicas de Temer, então não querem que o presidente saia.” “Já na esquerda petista e nos sindicatos ligados ao partido, a falta de empenho ficou nítida na última e esvaziada greve geral”, continua o especialista. “Esses grupos adotam um discurso oficial de ‘Fora, Temer’, mas é possível especular que a manutenção do presidente interessa aos políticos aos quais eles são ligados. Quanto mais impopular Temer fica, mais Lula conquista a preferência do eleitorado. Então é interessante que eles deixem Temer sangrando até 2018. O presidente atual também está empenhando em fazer reformas similares àquelas que a própria Dilma propôs no final do seu governo. Dessa forma, também é conveniente deixar outro presidente enfrentar o desgaste de aprová-las.” Histórico Em maio, logo depois da divulgação da delação do empresário Joesley Batista, da JBS, que acabou rendendo ao presidente uma denúncia por corrupção, os movimentos de direita Vem Pra Rua (VPR) e Movimento Brasil Livre (MBL) chegaram a convocar um ato em São Paulo contra o presidente. Mas

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342agora.org.br – O movimento virtual para afastar Temer

342 Agora, o movimento virtual contra Temer que sonha em acordar as ruas Mobilização de artistas faz campanha para pressionar deputados a aceitar denúncia. Pressão popular ainda não é significativa para votação decisiva, que ficou para agosto. Antes mesmo da vitória do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na última quinta-feira, um grupo de artistas já mirava o passo seguinte: a votação no plenário da Casa, onde 342 votos são necessários para que a denúncia de corrupção contra Temer seja aceita, e de fato o Supremo Tribunal Federal possa decidir ou não tirar-lhe do cargo. Nas redes sociais, o movimento 342.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Agora, liderado por vários artistas, tenta furar a polarização ideológica PT e anti-PT e reavivar uma mobilização que ainda não existe nas ruas, apesar da baixíssima aprovação popular do presidente. Fazem parte do movimento, por exemplo, tanto o ator Marcelo Serrado, que se posicionou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e fez campanhas na rede no ano passado pela sua queda, como o músico Tico Santa Cruz, identificado com a esquerda, e que na ocasião buscou denunciar “um golpe” e pede por “Diretas já”. Mas tem também Caetano Veloso, Marisa Monte, e outros famosos globais, como Adriana Esteves, ou Fabio Assunção. O “Fora, Temer” virou o ponto de concordância que tenta fazer ebulição até 2 de agosto, para quando está marcada a votação decisiva. “Sempre que os artistas se mobilizam, a repercussão nas redes é grande. Mas a Internet, apesar de conseguir cultivar uma ideia entre a audiência, não é capaz por si só de transformar isso em manifestações de rua”, diz Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura (LABIC). “Nem direita e nem esquerda conseguem dialogar com conjunto da população, que nega esse sistema político. Por isso há esvaziamento nas ruas. A população não quer fazer papel de isca, de bobo, e legitimar candidato A ou B. Sabe que em determinada manifestação podem pedir a volta do Lula ou querer entregar o poder para outra pessoa”. Os artistas começaram a se unir em torno do “Fora, Temer” no final de maio, quando muitos deles se apresentaram na praia de Copacabana e pediram por “Diretas Já”. Depois, houve também ato em São Paulo. Paula Lavigne – dona da Uns Produções e Filmes, que gerencia a carreira de Caetano Veloso e Teresa Cristina, entre outros – transformou seu apartamento em uma espécie de QG das “Diretas Já”, num movimento ao que também se engajaram o deputado Alessandro Molon (REDE), o senador Randolfe Rodrigues (REDE) e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Lavigne chegou a dizer que o encontro foi feito para “acima de tudo para sinalizar a sociedade que precisamos deixar esse racha ideológico de lado e voltarmos a conversar de forma respeitosa para pensamento junto o Brasil que queremos”. Apesar da natureza pretensamente supraideológica, foram os movimentos mais à esquerda que abraçaram a mobilização. Ao entrar no site 342agora.org.br, criado pela Mídia Ninja, um órgão claramente alinhado à esquerda, o usuário se depara com o placar dos deputados que são a favor da investigação, que são contra e que estão indecisos. Algo semelhante havia sido feito durante o impeachment por grupos à direita. Clicando no nome do parlamentar é possível enviar mensagens para ele ou ela através do e-mail, Facebook, Twitter, entre outros canais. No site estão dezenas de pequenos vídeos nos quais os artistas pedem: “Vamos pressionar para que os deputados aceitem a denúncia contra Temer”. Caetano Veloso, Glória Pires, Martinho da Vila, Karol Conka, Wagner Moura, Criolo, Adriana Esteves e Maria Padilha são alguns dos muitos que deixaram suas mensagens. Segundo postou a empresária Paula Lavigne, articuladora do movimento e companheira de Caetano Veloso, nas primeiras três horas online o site teve 250.000 acessos, 500.000 e-mails enviados a congressistas e um alcance de 10 milhões de usuários. Malini, do LABIC, explica não ser possível medir o desempenho no Instagram, onde os artistas costumam ter muita mais influência. Uma postagem de Marisa Monte sobre o 342 Agora teve, por exemplo, 8.011 curtidas até 17h40 desta quarta-feira. “Os artistas chegam à públicos que os movimentos não chegaram. Geralmente, muitos dos que seguem as celebridades não são apegados a temas políticos e estão fora a bolha ideológica”, argumenta Malini. Tudo isso ocorre em um momento no qual Temer balança no cargo, com o PSDB dando sinais de que vai sair da base do Governo e classe política se reunindo em torno da figura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também em um contexto de “aquecimento da esquerda, algo que inclusive o Datafolha reflete”, segundo Malini. A direita, explica o especialista, vem se mobilizando menos nas redes e o único tema que mais figura nas redes é “Bolsonaro 2018”. “A esquerda ainda tem uma hegemonia do PT, mas não tem a característica de criar uma central de mobilização nas redes sociais. Os movimentos da esquerda e as pautas são muito diversificadas, e a capacidade de influência é policentrada. Já a direita busca se afirmar como ser direita, algo muito novo. É uma relação é diferente. O MBL [Movimento Brasil Livre] e o Vem pra Rua têm hoje características de partido político”, explica o pesquisador sobre ciências de dados. Uma análise dos movimentos pró-impeachment Os movimentos que pediram pela queda de Dilma Rousseff tiveram uma queda de audiência e/ou mudaram de perfil. No dia 10 de abril de 2016, uma semana antes da Câmara autorizar a abertura do processo de impeachment, o Vem Pra Rua fez 10 postagens no Facebook que resultaram em 160.133 curtidas e 111.057 compartilhamentos. Em dia 11 de julho de 2017, quando a Câmara discute o caso de Temer e está prestes a definir seu destino, o grupo fez 17 posts que conseguiram 24.002 curtidas e 9.558 compartilhamentos. Os dados também são do LABIC de Malini, que contextualiza: “O Vem Pra Rua aumentou seu volume de publicações, mas desidratou de público. A manifestação que agendaram para o dia 28 muito dificilmente vai emplacar”. Em entrevista

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