O governo desistiu do sistema de autorização para importações que afetaria a indústria de eletrônicos.
O Ministério do Desenvolvimento anunciou, esta semana, uma barreira não tarifária que aumentaria a burocracia para as importações brasileiras e causaria impacto direto sobre o mercado de eletrônicos, já que PCs, smartphones ou TVs LCD contam invariavelmente com componentes importados para sua fabricação no Brasil.
A medida exigia que todo importador obtivesse uma autorização do governo para trazer produtos do exterior. O sistema é semelhante ao praticado no país nas décadas de 70 e 80, quando o Brasil não tinha abertura comercial relevante.
A decisão foi interpretada como uma forma do governo bloquear importações e preservar as contas internacionais do Brasil, que nos últimos meses registra alta saída de dólares e menor entrada de moeda estrangeira.
O Ministério do Desenvolvimento, que editou a medida, nega esta intenção. Afirma que o sistema de autorizações visava apenas “melhorar as estatísticas” do governo sobre comércio exterior.
Em meio à forte polêmica, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou no fim desta quarta-feira (28) que a medida será suspensa.
Mantega disse que nunca foi intenção do governo fechar a economia brasileira e que a medida foi “mal compreendida” pela indústria e pela sociedade.
A Abinee, associação que reúne as indústrias brasileiras de eletrônicos, comemorou a decisão.
O presidente da Abinee, Humberto Barbato, havia classificado a medida restritiva como “um retrocesso que pode agravar ainda mais a crítica situação do setor”.
Os fabricantes nacionais de eletrônicos apontaram que a restrição elevaria seus custos, o que faria aumentar o preço dos eletrônicos no país.
da Info