O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, recebeu R$ 33.ooo por uma palestra na Noeway, empresa de tecnologia citada em 1 acordo de delação em caso de corrupção na Lava Jato, indicam as últimas mensagens reveladas na Vaza Jato. Dallagnol também teria aproximado a empresa de outros procuradores com a intenção de comprar produtos para uso da operação.
Quatro meses depois de participar do evento escreveu em 1 grupo no aplicativo de mensagens Telegram que isso abriria uma brecha para atacá-lo.
“Isso é um pepino pra mim. É uma brecha que pode ser usada para me atacar (e a LJ), porque dei palestra remunerada para a Neoway, que vende tecnologia para compliance e due diligence, jamais imaginando que poderia aparecer ou estaria em alguma delação sendo negociada. Quero conversar com Vcs na segunda para ver o que fazer”, escreveu em 21.jul.2018.
O chat foi divulgado nesta 6ª feira (26.jul.2019) pela Folha de S.Paulo em parceria com o site The Intercept, que obteve acesso ao arquivo vazado por uma fonte mantida em sigilo. Para a Polícia Federal, Walter Delgatti Neto é quem obteve os dados.
Dallagnol contesta a autenticidade das mensagens, mas não indica os trechos que seriam verdadeiros e falsos. À Folha, o procurador afirmou que participava de centenas de grupos de mensagens e que está incluído em mais de 1.000 processos da Lava Jato. “Esse fato não me faz conhecer o teor de cada um desses processos”, disse.
A Neoway foi citada numa delação de 2016 que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas na Câmara que foi preso em 2017, e em negociatas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras privatizada nessa semana.
O ex-deputado Cândido Vaccarezza afirmou que “nunca sugeriu, pediu, aceitou, recebeu ou autorizou quem quer que seja a receber em seu nome vantagem, pagamento, benefício ou dinheiro de forma ilícita”.