O desmatamento não está limitado à Amazônia. Entre outubro do ano passado e o último março, foram registrados mais de 4.500 alertas de perda de vegetação nativa em todo o país, dos quais quase 1.500 na Amazônia. Os demais alertas vêm de todos os biomas e aconteceram em todos os 26 estados e em 22% dos mais de 5.570 municípios. O total da área atingida foi de quase 1.000 km2.
Praticamente todos esses alarmes aconteceram em áreas onde o desmatamento é proibido ou sem a devida autorização. Metade aconteceu em áreas da União: Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Quilombolas e em áreas devolutas. Apenas 5% dos alarmes apontaram para áreas de propriedade privada que tinham a autorização para desmatar.
Os alarmes foram emitidos pela plataforma MapBiomas Alerta, lançada na 6a feira passada.
O sistema analisa imagens de quatro fontes para emitir os alertas. São três cobrindo a Amazônia:
– DETER/INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais);
– SIPAMSar/Censipam, onde SAR (Radar de abertura sintética) equipa satélites que “enxergam” através das nuvens que cobrem a Amazônia durante a metade chuvosa do ano; e
– SAD/Imazon.
O restante do país é coberto pelo:
– GLAD da Universidade de Maryland.
O sistema reconhece quando há uma mudança na vegetação e identifica o polígono onde, antes, havia vegetação nativa. Cruza-se as coordenadas do polígono com o Cadastro Ambiental Rural para saber se são terras da União ou propriedades privadas.
E, neste último caso, se ocorreu em área de Reserva Legal ou de Proteção Permanente. Se configurado, o sistema, então, emite um alarme identificando o local exato e o proprietário da área.
Quando for configurada uma operação ilegal, o sistema emite um laudo para ser usado pelas equipes de fiscalização.