Sem título
Wang Way¹
montanha vazia não se vê ninguém
ouvir só se ouve um alguém de ecos
raios do poente filtram na espessura
um reflexo ainda luz no musgo verde
¹Wang WeiWang Wei
* Taiyuan, China – 701 d.C
+ Shanxi, China – 761 d.C
Pintor, calígrafo, poeta e estadista chinês da Dinastia Tang. Também foi conhecido como o “Poeta de Buda”.
Aprovado nos exames imperiais no ano de 721, chegou a ocupar no ano de 758 o cargo de “Chanceler da China” (丞相) (Cheng Xiang) ou (宰相) (Zai Xiang), o mais alto posto no governo imperial da China antiga após o Imperador.
Durante a Rebelião de An Lushuan contra a dinastia Tang, evitou servir de forma ativa aos insurreitos durante a ocupação da capital fingindo ser surdo.
Por dez anos estudou com o Mestre Tch’an Daoguang. Após a morte de sua esposa no ano de 730, não voltou a se casar e estabeleceu um monastério em suas terras.
Suas pinturas
Apesar de nenhuma de suas pinturas originais ter sobrevivido até a atualidade, a reputação artística de suas pinturas de paisagens é elevada.
Seu trabalho é conhecido apenas a partir de cópias e de artistas que influenciou e criaram pinturas com características similares às suas.
Influenciou especialmente os artistas que viriam a formar a Escola do Sul da arte da paisagem Chinesa, caracterizada por pinceladas fortes em contraste com aguadas de tinta diluída.
É considerado o provável criador da pintura monocromática a tinta. A sua obra de paisagista esteve na origem da pintura letrada chinesa.
Em suas poesias de Wang Wei reafirma através de a beleza do mundo, simultaneamente questionando a sua realidade. Ele também tece uma comparação entre a aparente simplicidade de seus trabalhos e o caminho Tc’han para a iluminação espiritual, construída através de uma preparação cuidadosa, mas adquirida sem esforço consciente.
As criações mais famosas de Wang Wei, como o poema “Deer Park” (“Parque dos cervos”), integram um conjunto entitulado “coleção do Rio Wang”. Registram a jornada de um poeta, presumivelmente do próprio Wang Wei e seu amigo próximo Pei Di.
Tem um caráter mais universal que uma simples viagem, tendo inspirado poetas ao longo de diversas gerações, como registra o ensaio de Weinberger e Paz [2]. Há inclusive adaptações bem recentes, como a de Barry Gifford “Replies to Wang Wei” e a de Gary Blankenship “A River Transformed”.
Um dos poemas de Wang Wei, Weicheng Qu (“Canção para a Cidade de Wei”) recebeu uma adaptação para a famosa melodia musical chinesa Yangguan Sandie (“Três Refrões sobre a Passagem Yang”). A mais conhecida versão desta melodia é tocada em guqin, instrumento tradicional chinês provavelmente utilizado por Wang Wei.