PMDB: fazemos quaisquer negócios

Na realidade o que me causa mais espanto é o fato dos analistas políticos se espantarem com o fisiologismo mercenário do PMDB.

Afinal que tipo de posicionamento político ideológico pode se esperar de um partido que ostenta em suas (dele) hostes ex-celências do calibre do soba do Maranhão e do boiadeiro das Alagoas?

Ou de outro, o PT, que tem a desfaçatez de colocar na presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, o deputado João Paulo Cunha, um dos réus indiciados no processo do mensalão? Puro escárnio com tentáculos alcançando a seara do deboche.

A infelicitada democracia brasileira, exercitada com o esdrúxulo sistema político pseudo-presidencialista que torna o presidente da República, seja lá quem estiver no cargo, refém do parlamento, estabelece essa amoral prática de se trocar apoio político por cargos.

Alguns Tupiniquins, e crédulos os há em todas as esferas sociais, acreditam que essa turma irá promover a necessária reforma política, que iria por fim a tal mercantilismo fisiológico. Lêdo engano.

Nenhuma de suas (deles) ex-celências, tem a menor intenção de desmontar o rendoso balcão de negócios de há muito montado no Congresso Nacional. Todos os que ali negociam, vendem para a platéia de eleitores que tal milagre acontecerá.

Mais que a estéril discussão sobre o valor do salário mínimo, o que é pernicioso para a formação política das novas gerações é a percepção de que os interesses da nação são decididos por leilão. Tal realidade passa a quilômetros de distância do significado de política.

O Editor


Lealdade do PMDB renderá uma leva de nomeações

Ao acomodar no painel da Câmara 77 votos a favor do salário mínimo de R$ 545, a bancada do PMDB –100% fiel ao governo—, tornou-se credora do Planalto.

A lealdade está prestes a produzir efeitos. Com a aquiescência de Dilma Rousseff, o Planalto vai autorizar uma leva de nomeações requeridas pelo partido.

Sem especificar datas, auxiliares de Dilma informaram ao repórter que serão acomodados em poltronas do segundo escalão alguns grão-pemedebês.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]

A lista inclui náufragos das eleições de 2010. Os nomes chegaram ao Planalto antes da votação. Alguns encontravam-se bem encaminhados. Outros nem tanto. Carimbaram o passaporte:

1. Geddel Vieira Lima: Vencido na disputa pelo governo da Bahia, o ex-ministro da Integração Nacional de Lula vai à poltrona de vice-presidente de crédito para Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal.

2. José Maranhão: Derrotado na corrida pelo governo da Paraíba, deve ser acomodado na cadeira de vice-presidente de Loterias da Caixa.

3. Orlando Pessuti: Deve ser nomeado diretor de Agronegócios do Banco do Brasil. Ex-vice de Roberto Requião, ensaiou uma candidatura ao governo do Paraná.

Abdicou da pretensão para permitir que o PMDB-PR se coligasse à candidatura candidatura derrotada de Osmar Dias (PDT), cujo palanque Dilma frequentou.

4. Rocha Loures: ex-deputado ligado ao vice Michel Temer, foi às urnas de 2010 como candidato a vice de Osmar Dias. Deve ser guindado a uma diretoria de Itapipu Binacional.

5. Iris Rezende: Batido na disputa pelo governo de Goiás, deve comandar a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste).

6. Elias Fernandes: Nesse caso, não se trata de nomeação, mas de confirmação no cargo.

Apadrinhado do líder pemedebê Henrique Eduardo Alves, Elias será mantido no posto de diretor-geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca).

Em entrevista concedida nesta quinta (18), o ministro petê Luiz Sérgio (Relações Institucionais) declarou:

“Não existe nenhuma relação entre votação e nomeação. O PMDB é governo e, como governo, ele correspondeu à expectativa do governo”.

Então, tá! Ficamos combinados assim. Lavrem-se as atas. E não se fala mais no assunto.

blog Josias de Souza

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