Como disse St.Agostinho: “o que não é moral não pode ser legal”. E o sábio e mordaz Catilina séculos antes já vociferava na tribuna do senado romano: “à mulher de César…”.
Essas básicas e elementares condutas éticas necessárias e imprescindíveis aos homens públicos, passam ao largo da conduta dos caciques que dirigem a depauperada e infelicitada taba dos Tupiniquins.
Um observador mais leniente dirá que o ilustre magistrado está sendo altruísta, dividindo seu largo saber com os desprovidos das luzes da inteligência.
O Editor
Presidente do TCU dá aula paga a órgãos que fiscaliza
Benjamin Zymler recebeu pelo menos R$ 228 mil por palestras desde 2008.
Ministro do tribunal afirma que palestras e cursos ministrados por ele de 2008 a 2010 eram “atividades docentes”
Órgãos públicos e entidades submetidos a fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) pagaram ao menos R$ 228 mil ao presidente do tribunal, ministro Benjamin Zymler, por palestras e cursos de um ou dois dias entre 2008 e 2010.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]
Após as palestras, Zymler seguiu como relator de seis procedimentos e participou de ao menos cinco julgamentos de processos de interesse dos contratantes.
Em nenhuma das vezes entendeu que havia motivo para se declarar impedido.
As palestras, os custos e as agendas de Zymler não são divulgados pelo site do TCU.
No final de 2008, ele ministrou a servidores da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil), por R$ 21,5 mil, curso de dois dias intitulado “Licitações e Contratos sob a Ótica do TCU”.
Zymler é ou foi relator de 41 processos que têm relação direta com a Eletronorte.
São provenientes de denúncias de irregularidades, auditorias e acompanhamento.
Meses depois da palestra, Zymler relatou um processo de monitoramente de obras da Eletronorte na usina de Tucuruí (PA).
Ele concordou com a área técnica do tribunal e mandou reclassificar os indícios de “irregularidades graves com retenção de pagamento” para “irregularidades graves com recomendação de continuidade”.
No ano passado, Zymler recebeu R$ 59 mil por um curso de dois dias, segundo pesquisa realizada a pedido da Folha no Siafi (sistema de acompanhamento de gastos do governo) pelo site Contas Abertas.
O pagamento foi feito pela UFABC (Fundação Universidade Federal do ABC), de Santo André (SP), vinculada ao Ministério da Educação.
Zymler abriu uma empresa, a EMZ Cursos e Treinamento, que passou a ser contratada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), para uma série de sete palestras em várias capitais. Cada uma custou R$ 13 mil.
Por R$ 20.232,16, o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) contratou Zymler para um curso de oito horas de duração, realizado num único dia, no Rio.
Rubens Valente/Folha de S. Paulo