PSDB e DEM se preparam para explicar o ‘por fora’ da Camargo Corrêa

A oposição tem telhado de vidro. Não fica bem para o ex-presidente FHC — o caçador de cupins — cobrar moralidade do governo dos petralhas, enquanto tem cupim dentro da própria casa.

Enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai denunciando o cupim dos outros, os éticos partidos DEM e PSDB demonstram que aprenderam a lição mensaleira com os petralhas.

A filha do ex-presidente é funcionária do senado. Lotada no gabinete do senador Heráclito Fortes. Mas Luciana Cardoso não comparece ao trabalho como o comum dos mortais e ainda declara, com a cara de pau de quem não tem medo de cupins, que “não ia ao trabalho porque o senado é uma bagunça”. O salário da prendada dama é de R$7.600,00.

E pasmem, ainda recebia hora extra.

O governo do Lula é corrupto. Ponto!

Mas com a porcalhada da oposição, os petralhas acabam se beneficiando, uma vez que falta moral a oposição para apontar o dedo na sujeira dos cuequeiros e mensaleiros. Corrupção não é uma questão de quantidade ou valores. É corrupção por si só!

Cada presidente tem seu cupim. Lulinha “fenômeno” de um lado e Luciana “encostada” de outro.

O interessante, ou cômico, ou trágico, ou tudo isso junto, é que a dona da Daslu, já em liberdade em virtude de liminar concedida pela justiça, foi condenada exatamente por uso de caixa 2.

O editor

Discurso pronto

Os partidos ensaiam uma justificativa-padrão para os “por dentro” e os “por fora” que aparecem nos grampos da Operação Castelo de Areia, em diálogos alusivos a financiamento de campanhas. “Por dentro” seriam doações feitas aos comitês dos candidatos. “Por fora”, aos partidos -contrariando o sentido de “caixa dois” desde sempre associado à expressão.

Foi assim que o DEM explicou os R$ 300 mil recebidos por Mendonça Filho da Camargo Corrêa, “por fora”, na campanha de 2006 em Pernambuco: teriam chegado ao partido e sido repassados em duas parcelas ao candidato. O PSDB dirá que o dinheiro da empreiteira abastecia o cofre dos diretórios estaduais e nacional, os quais decidiam quanto dar e a quem.

Coluna Painel – Folha de São Paulo

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