Augusto dos Anjos – Versos na tarde – 22/01/2014

Vencedor
Augusto dos Anjos¹

Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração – estranho carniceiro!

Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma
Nenhum pôde domar o prisioneiro.

Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,

Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem…
E não pôde domá-lo enfim ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!

¹Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos
* Espírito Santo, PB. – 20 de Abril de 1894 d.C
+ Leopoldina, MG. – 12 de Novembro de 1914 d.C

>> biografia de Augusto dos Anjos


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