Um empreendedor do Vale do Silício, nos Estados Unidos, quer revolucionar o conceito de escola.
Max Ventilla criou a AltSchool, uma escola alternativa com aulas personalizadas geridas por computadores.
“As atividades são personalizadas, assim como o conteúdo, segundo o conhecimento e as necessidades de cada aluno”, explica.
Na prática, isso significa que o ensino leva em conta o ritmo do aprendizado de cada aluno, independente “da série” em que ele esteja.
Assim, estudantes de diferentes idades podem estudar o mesmo conteúdo, de acordo com a facilidade – ou dificuldade – com que lidam com assuntos específicos, como matemática, por exemplo.
A AltSchool espera que o método ajude milhares de alunos.
“Há casos de crianças com diferença de cinco anos nas matérias em que são piores ou melhores”, diz Ventilla.
“E essa é a regra. Não se trata de apenas alguns alunos”, acrescenta.
Na prática
Mas e o qual é o impacto dessa nova tecnologia para os professores?
“Gosto de pensar neles (computadores) como professores com superpoderes”, diz Patrice Greenglase, professora na AltSchool.
Os professores usam dados para personalizar a lista de lições de casa para cada aluno.
“Analisar os dados ajuda os estudantes, os pais e os professores a saber o que fazer depois”, opina Greenglase.
Para ela, o método “é muito prático. Em vez de dar nota B (“Bom”), o professor deveria dizer ‘precisa se esforçar mais”.
“Mas não sabe como”, ressalva.
Sediada em San Francisco, na Califórnia, a AltSchool tem oito-escolas laboratório e anuidade de cerca de R$ 100 mil.
Algoritmos
Com os dados armazenados, a equipe da escola constrói algoritmos que vão orientar os professores sobre o que será ensinado a cada estudante.
Cada criança contribui para melhorar o algoritmo.
“Mais alunos podem ser beneficiados por essa tecnologia na medida em que ela é usada por mais gente”, defende Ventilla.
Mas críticos temem que o papel do professor seja reduzido e que eles fiquem cada vez menos preparados.
“O mais extraordinário sobre a AltSchool é que temos 60 professores e 60 engenheiros trabalhando lado a lado”, responde.
Ele sonha alto – a expectativa é vender a tecnologia a escolas públicas.
“Não existe dúvida de que, no futuro, as crianças vão receber a melhor educação porque nossa tecnologia gera um efeito em cadeia e tem um papel central nisso”, diz.
“Dentro de dez anos, diferentes escolas poderão usar a plataforma e o resultado disso é que todo mundo vai sair beneficiado.”
Segundo o empreendedor, “vai ficar cada vez mais fácil para que novos estudantes possam aderir à tecnologia”.
“É isso que esperamos”, conclui.