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Walt Whitmann – Poesia – 13/09/24

Boa noite. A base de toda metafísica Walt Whitmann E agora, senhores, Uma palavra eu lhes dou para permanecer em suas memórias e mentes, Como base, e fim também, de toda metafísica. (Também, para os alunos, o velho professor, No final de seu curso apinhado.) Tendo estudado o novo e o antigo, os sistemas grego e alemão, Kant tendo estudado e exposto – Fichte e Schelling e Hegel, Exposto o saber de Platão – e Sócrates, maior que Platão, E maior que Sócrates buscado e exposto – Cristo divino tenho muito estudado, Eu vejo reminiscentes hoje aqueles sistemas grego e alemão, Vejo as filosofias todas – igrejas cristãs e princípios, vejo, Sob Sócrates claramente vejo – e sob Cristo o divino eu vejo, O caro amor do homem pelo seu camarada – a atração de amigo por amigo, Do marido bem-casado e a esposa mãe de crianças e os pais, De cidade por cidade, e terra por terra.

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Baleia ou sereia

Uma academia de ginástica colocou um anúncio espetacular que dizia o seguinte: “Neste verão, o que você quer ser? Sereia ou baleia?” Uma mulher lhes enviou uma resposta por email respondendo assim: “Ontem vi um anúncio com uma foto de uma menina escultural de biquíni e com a frase deste verão. O que você vai ser? Sereia ou baleia? Resposta: As baleias estão rodeadas de amigos. As baleias tem uma vida sexual ativa, ficam grávidas e tem lindos bebês. As baleias amamentam. As baleias estão por aí percorrendo os mares e conhecendo lugares interessantes como a Antártida e os arrecifes de coral da Polinésia. As baleias tem amigos golfinhos. As baleias comem camarões. As baleias jogam jatos de água e brincam muito. As baleias são enormes e quase não tem depredadores naturais. As baleias estão bem resolvidas, SÃO BONITAS e SÃO AMADAS. Ao contrário, as sereias NÃO EXISTEM… Se existissem, viveriam em crise existencial: Sou um peixe ou um ser humano? Não tem filhos porque matam os homens que estão encantados por sua beleza. Sua reprodução seria como os peixes, sem contato físico, sem amor. São lindas, mas vivem tristes e sozinhas sempre… Estimada academia, prefiro ser uma baleia.” – Autor desconhecido Dando uma subida na autoestima. Devemos aceitar-nos como somos, desde que nossa saúde nunca esteja em jogo. Boa terça feira.

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Arquitetura – Portas – Janelas

Estação Ferroviária do Rossio,1886, Lisboa,Portugal,Estilo Manuelino Projetada pelo arquiteto português José Luís Monteiro, atendendo encomenda da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.

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Fernando Veríssimo – O lixo

Fazia muito tempo que não lia nada de Luiz Fernando Verissimo, nos tempos áureos de devorador de livros, ou nos jornais que circulavam na empresa, sempre lia a coluna dele, brilhante escritor, inteligente e de um humor raro. Lixo Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam. – Bom-dia. – Bom-dia. – A senhora é do 610. – E o senhor do 612 – É… – Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente… – Pois é… – Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo… – O meu o quê? – O seu lixo. – Ah… – Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena… – Na verdade sou só eu. – Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata. – É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar… – Entendo. – A senhora também… – Me chame de você. – Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim… – É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra… – A senhora… Você não tem família? – Tenho, mas não aqui. – No Espírito Santo. – Como é que você sabe? – Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo. – É. Mamãe escreve todas as semanas. – Ela é professora? – Isso é incrível! Como foi que você adivinhou? – Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora. – O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo. – Pois é… – No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado. – É. – Más notícias? – Meu pai. Morreu. – Sinto muito. – Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos. – Foi por isso que você recomeçou a fumar? – Como é que você sabe? – De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo. – É verdade. Mas consegui parar outra vez. – Eu, graças a Deus, nunca fumei. – Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo… – Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou. – Você brigou com o namorado, certo? – Isso você também descobriu no lixo? – Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel. – É, chorei bastante, mas já passou. – Mas hoje ainda tem uns lencinhos… – É que eu estou com um pouco de coriza. – Ah. – Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo. – É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é. – Namorada? – Não. – Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha. – Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga. – Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte. – Você já está analisando o meu lixo! – Não posso negar que o seu lixo me interessou. – Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia. – Não! Você viu meus poemas? – Vi e gostei muito. – Mas são muito ruins! – Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados. – Se eu soubesse que você ia ler… – Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela? – Acho que não. Lixo é domínio público. – Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso? – Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que… – Ontem, no seu lixo… – O quê? – Me enganei, ou eram cascas de camarão? – Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei. – Eu adoro camarão. – Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode… – Jantar juntos? – É. – Não quero dar trabalho. – Trabalho nenhum. – Vai sujar a sua cozinha? – Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora. – No seu lixo ou no meu? Luiz Fernando Veríssimo 👏🏽👏🏽👏🏽

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