Posicionamento de Elon Musk sobre demissão em massa na Tesla é lição do que líderes não devem fazer. Por meio de um memorando, a automotiva anunciou o desligamento de mais de 10% dos funcionários à nível global A partir de um memorando interno, divulgado no último domingo (14), Elon Musk anunciou que a Tesla irá demitir “mais de 10% dos funcionários globalmente”. Antes dos desligamentos em massa, a empresa automotiva reunia cerca de 140 mil trabalhadores a nível mundial. As demissões, segundo o aviso, são devido à queda nas vendas e expectativa de “reduzir os custos para aumentar a produtividade” da marca. Uma cópia do comunicado foi publicada, posteriormente, no site Eletreck. De acordo com Jason Aten, colunista da Inc., especialista em gestão e tecnologia, o posicionamento e falas de Elon Musk não devem ser reverberadas por outras lideranças, sejam elas em qualquer campo dos negócios. Segundo Aten, a multinacional falhou em acreditar que fosse possível haver um crescimento infinito, sem antes pensar na gestão de pessoas e equilíbrio financeiro. “Qualquer líder inteligente deveria saber que nada dura para sempre. Agora, como as perspectivas da empresa mudaram drasticamente, essa estratégia não parece tão boa. Basta perguntar aos 14 mil funcionários que estão pagando pelo erro estratégico da Tesla”, aponta o colunista Nesse sentido, Aten reflete sobre como uma empresa bilionária pôde falhar no campo de contratações para além do necessário, resultando em um desligamento em massa. “Não é culpa dos funcionários que você [Elon Musk] tenha escolhido a estratégia errada ou contratado muitas pessoas. Essa responsabilidade [deve recair] sobre o CEO. Ou pelo menos deveria. Se você [dono de uma empresa] vai demitir mais de 5% de seus funcionários, quem deveria simplesmente pedir demissão é [o dono da empresa]. Se você é um CEO e faz uma grande aposta e se revela tão errado que as pessoas param de receber seu salário, você deveria estar no topo da lista [de demissão]”, complementa. Em outra parte do memorando, há um aviso especificamente direcionado aos funcionários que vão se manter na empresa. “Para os restantes, gostaria de agradecer antecipadamente pelo difícil trabalho que temos pela frente”, escreve o recado da Tesla. Para o colunista, essa mensagem não é mais ideal para os funcionários que se mantiveram. “Esta [mensagem] não parece ser a proposta mais motivadora. [Soa como] ‘Ei, o trabalho que você está fazendo ficou mais difícil porque gostaríamos que você trabalhasse mais com menos recursos’. [Então] não é realmente o que motiva a maioria das equipes”, diz Aten. Outro ponto acrescentado pelo colunista, é devido à falta de mais explicações aos funcionários sobre como a Tesla chegou neste ponto. “Este memorando ignora a realidade […] Não faz nada para explicar por que o futuro [da empresa] pode ser diferente. Ignora o fato de que a razão pela qual as entregas da Tesla caíram 8,5% no primeiro trimestre não é porque contratou demasiadas pessoas. É porque a Tesla tem problemas reais que só agora começam a aparecer”, analisa.