Cecília Meireles – Poesia – 20/01/24
Boa noite Agitado Cecília Meireles Os violinos choram, soturnos, Dentro da noite morta e triste, Elegias vãs de Noturnos… E nada existe… nada existe… Sombras. A câmara apagada… Sombras… Meu vulto é longe… ausente… Silencio… Calma… Sonho… Nada… Vago, leve, indecisamente… Noite. Que noite!… Pelas bordas Das jarras negras, morrem lírios… Chopin. Falecem pelas cordas Tremulas trêmulos martírios… Andam, no vento, aromas soltos, Saudades lentas… Alto, passa O véu do luar nos céus revoltos, Cheiros de signos de desgraça… No livro “Nunca mais… e poema dos poemas”. 1923.