Arquivo

Mallarmé – Poesia – 29/11/23

Boa noite. Angústia Mallarmé ¹ Não vim domar teu corpo esta noite, ó cadela Que encerras os pecados de um povo, ou cavar Em teus cabelos torpes a triste procela No incurável fastio em meu beijo a vazar: Busco em teu leito o sono atroz sem devaneios Pairando sob ignotas telas do remorso, E que possas gozar após negros enleios, Tu que acima do nada sabes mais que os mortos: Pois o Vício, a roer minha nata nobreza, Tal como a ti marcou-me de esterilidade, Mas enquanto teu seio de pedra é cidade. De um coração que crime algum fere com presas, Pálido, fujo, nulo, envolto em meu sudário, Com medo de morrer pois durmo solitário. (Tradução de Humberto de Campos) Stéphane Mallarmé * Paris, França – 18 de Março de 1842 d.C + Valvins, França – 09 de Setembro de 1898 d.C Stéphane Mallarmé é um importante nome do simbolismo na poesia francesa. Influenciado por Charles Baudelaire, valoriza o artifício de inverter a sintaxe das frases para ressaltar a dificuldade como elemento principal.

Leia mais »

Abin espionava todo mundo

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) usou o software FirstMile para espionar juízes, políticos, jornalistas e adversários de Jair Bolsonaro. Tudo indica que o Exército fez a mesma coisa. A multiplicação e emprego de instrumentos para bisbilhotar a vida alheia é um fato. Pode até ser que um dia se chegue ao equilíbrio perfeito, não é? Todos escarafuncham a vida de todos e se neutralizam as chantagens… “Se você contar que eu assisto a vídeos do Latino na surdina, revelo que você tem um perfil falso para seguir o Jair Renan…” Ou ainda: “Fulano começa a comer a coxinha pelo lado errado”. Vem o contra-ataque certeiro: “E você, que separa o biscoito recheado para ficar lubricamente lambendo o creme!?” PS: “Lubricamente” é palavra do tempo em que ainda se empregava “lubricamente”.

Leia mais »