Arentino – Poesia – 20/10/23
Boa noite Soneto Pietro Arentino¹ Amemo-nos sem termo nem medida, pois que só para o amor temos nascido… Vive por nosso amor! – é o meu pedido, pois sem tal bem, que valeria a vida? E se depois da vida já perdida ainda se amasse. . . Eu, tendo já morrido pediria outro amor – o bem querido – para poder seguir gozando a vida. Gozemos pois, tal como certamente o primeiro casal no éden, ao ser aconselhado assim pela serpente. Que nos perdemos por amar se diz… Tolice! Outra é a verdade, podes crer: Só quem não ama sente-se infeliz! Trad. de J. G. de Araújo Jorge ¹Pietro Aretino * 1492 – + 1557 d.C Compôs sonetos, embora mais festejado como autor das Cartas” (6 vols.) e dos “Diálogos”. De Veneza, dominou príncipes, fidalgos, imperadores, cardeais e papas, que precisavam comprar, com ouro, o seu silêncio. Além de livros de prosa satírica, escreveu “Sonnetti lussuriosi” (“Sonetos voluptuosos”), com 16 produções licenciosas (1525), compostos para os desenhos pornográficos de Giulio Romano. Seu, cinismo e seu talento fizeram com que fosse chamado, ora o infame, ora o “Flagelo dos Príncipes”, ora “o divino Aretino”.