Shakespeare – Poesia – 22/08/23
Boa noite Soneto II Shakespeare ¹ Passados quarenta invernos sobre a tua fronte, Após cavarem fundos sulcos nos vergéis de tua beleza, O vigor de tua orgulhosa juventude, hoje tão admirada, Será um esmaecido ramo sem nenhum valor. Então, ao te perguntarem onde está o teu encanto, Onde está a riqueza de teus luxuriosos dias, Respondes, com olhos fundos, Que não passaram de vergonha e descabidos elogios. Que louvores mereciam o uso de teus dotes, Se pudesses responder: “Este belo filho meu Me vingará, e justificará todos os meus atos”, E provará ter herdado de ti toda a formosura. Isto farás de novo quando fores mais velha, E o sangue te aquecer quando te sentires fria. ¹William Shakespeare * Stratford-upon-Avon, Reino Unido, 1564 + Stratford-upon-Avon, Reino Unido, 23 de abril de 1616