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Alberto de Oliveira – Última Deusa – Poesia

Última Deusa Alberto de Oliveira   Foram-se os deuses, foram-se, eu verdade; Mas das deusas alguma existe, alguma Que tem teu ar, a tua majestade, Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.   Ao ver-te com esse andar de divindade, Como cercada de invisível bruma, A gente à crença antiga se acostuma E do Olimpo se lembra com saudade.   De lá trouxeste o olhar sereno e garço, O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto, Rútilo rola o teu cabelo esparto…   Pisas alheia terra… Essa tristeza Que possuis é de estátua que ora extinto Sente o culto da forma e da beleza.   Pintura de Jamil Naqsh

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