Para que servem esses píncaros elevados da filosofia, em cima dos quais nenhum ser humano se pode colocar, e essas regras que excedem a nossa prática e as nossas forças? Vejo frequentes vezes proporem-nos modelos de vida que nem quem os propõe nem os seus auditores têm alguma esperança de seguir ou, o que é pior, desejo de o fazer. Da mesma folha de papel onde acabou de escrever uma sentença de condenação de um adultério, o juiz rasga um pedaço para enviar um bilhetinho amoroso à mulher de um colega. Aquela com quem acabais de ilicitamente dar uma cambalhota, pouco depois e na vossa própria presença, bradará contra uma similar transgressão de uma sua amiga com mais severidade que o faria Pórcia. E há quem condene homens à morte por crimes que nem sequer considera transgressões. Quando jovem, vi um gentil-homem apresentar ao povo, com uma mão, versos de notável beleza e licenciosidade, e com outra, a mais belicosa reforma teológica de que o mundo, de há muito àquela parte, teve notícia. Assim vão os homens. Deixa-se que as leis e os preceitos sigam o seu caminho: nós tomamos outro, não só por desregramento de costumes, mas também frequentemente por termos opiniões e juízos que lhes são contrários. Michel de Montaigne, in ‘Ensaios – Da Vaidade’
Como se estar vivo fosse uma coisa desprezível…
“Aqueles que sonham acordados têm consciência de mil coisas que escapam aos que apenas sonham adormecidos.” Edgar Allan Poe
Poema Entre eu e ela há Um vínculo que Eu não posso descrever Em palavras. Porque não está em Palavras, está no corpo.
Arqueólogos encontram restos mortais que indicam existência de comunidades estáveis na região amazônica da Bolívia muito antes do que o imaginado. Primeiras sociedades teriam iniciado processo de domesticação de plantas. Os humanos formaram comunidades estáveis no sudoeste da Amazônia há mais de 10 mil anos, muito antes do que se imaginava, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (24/04). A presença destes povoados foi indicada por restos mortais encontrados na região de Llanos de Moxos, na Bolívia. Até agora, havia sido descoberta nesta área a existência de sociedades complexas, que habitaram a região, porém, vários séculos mais tarde, e que possuíam estruturas cerimoniais, estradas e praticavam a agricultura, plantando mandioca, batata-doce, pimenta e amendoim. Segundo o principal autor da pesquisa, José Capriles, da Universidade da Pensilvânia, foi, no entanto, uma surpresa descobrir que a região já era povoada séculos antes, no início e meados do período Holoceno. Devido à carência de pedras na Amazônia, é difícil para pesquisadores identificar sítios arqueológicos pré-cerâmicos. Para o estudo, os arqueólogos analisaram o terreno e grandes quantidades de terra queimada, carvão vegetal, conchas e restos de animais encontrados no local. A análise revelou a presença de comunidades estáveis com reduzida mobilidade e uso intensivo de recursos na região entre 10,6 mil e 4 mil anos atrás. Durante as escavações foram encontrados restos de cinco covas, onde estavam enterrados adultos. A maioria dos corpos foram enterrados na horizontal e de costas. Segundo Capriles, essa posição muito provavelmente estaria vinculada a crenças sobre a morte. Em uma das covas foram localizados ainda conchas grandes e restos de um pigmento vermelho. Llanos des Moxos é uma zona úmida na bacia do Amazonas, na região os especialistas estudaram três ilhas florestais. As evidências indicam que os grupos que habitavam essas ilhas dependiam principalmente da exploração de recursos silvestres. Eles eram caçadores, pescadores e coletores. De acordo com Capriles, os três locais estudados têm aspectos em comum, que contariam uma estratégia cultural bastante desenvolvida, embora haja evidências que mostram que a intensidade de exploração de recursos variou entre eles. O estudo diz que os povoados foram abandonados muito antes do surgimento de sociedades agrícolas complexas em Llanos de Moxos. Pesquisadores de diferentes universidades dos Estados Unidos, Suíça, Chile e Bolívia participaram do estudo, divulgado na revista especializada Science Advances, que lança uma luz sobre a transição social e ambiental na região, em grande parte ainda desconhecida. Os arqueólogos acreditam que essas primeiras sociedades, devido ao seu crescimento ou escassez de recursos, tenham iniciado o processo de domesticação de algumas culturas, como a da mandioca. CN/efe/ots
A Floresta Amazônica detém a maior biodiversidade do planeta e precisa ser protegida Foto deDaniel Beltrá/ Greenpeace “A natureza não pode ser vista como um mero recurso econômico, mas como uma garantia de vida das futuras gerações”, afirma Nilo D’Ávila, Diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil. “Reduzir o combate ao desmatamento faz com que o Brasil perca competitividade econômica, o que pode inclusive afetar a geração de empregos. Mercados internacionais e consumidores querem garantias de que o nosso produto agrícola não esteja manchado com a destruição florestal”, declara D’Ávila. Durante sua campanha, Bolsonaro não apresentou propostas para o meio ambiente, mas sim ameaças. Agora que foi eleito presidente, exigimos responsabilidade com a agenda socioambiental. Precisamos agir agora para evitar que a temperatura do planeta suba para além de 1.5 graus. Bolsonaro pode ser um dos últimos presidentes do Brasil que pode agir a tempo de evitar um dano irreversível ao planeta. Por isso, trabalharemos para proteger a floresta, combater as mudanças climáticas e denunciar retrocessos, nos opondo à perda de direitos e ao enfraquecimento da democracia brasileira. Ao longo de 26 anos no Brasil, o Greenpeace nunca se furtou a criticar governos e políticos cujos projetos representassem ameaça ao meio ambiente e à população, independente do partido ou da cor da bandeira que defendem. Foi esta nossa linha de conduta nos governos Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e com Parlamentares dos mais diversos campos. Greenpeace continuará defendendo o meio ambiente, a paz e a justiça social. Esses são os valores que guiam a organização desde a sua fundação, assim como a independência e a não violência.