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Fernando Pessoa/Alberto Caeiro – A Espantosa Realidade das Cousas – Poesia

A Espantosa Realidade das Cousas Fernando Pessoa/Alberto Caeiro A espantosa realidade das cousas É a minha descoberta de todos os dias. Cada cousa é o que é, E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, E quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo. Tenho escrito bastantes poemas. Hei de escrever muitos mais. Naturalmente. Cada poema meu diz isto, E todos os meus poemas são diferentes, Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto. Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra. Não me ponho a pensar se ela sente. Não me perco a chamar-lhe minha irmã. Mas gosto dela por ela ser uma pedra, Gosto dela porque ela não sente nada. Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo. Outras vezes oiço passar o vento, E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido. Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto; Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo, Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar; Porque o penso sem pensamentos Porque o digo como as minhas palavras o dizem. Uma vez chamaram-me poeta materialista, E eu admirei-me, porque não julgava Que se me pudesse chamar qualquer cousa. Eu nem sequer sou poeta: vejo. Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho: O valor está ali, nos meus versos. Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.

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Sobre ideologia e inferno existencial

A cegueira ideológica – malevolamente e idiotizada aqui nesse espaços por elementos que se supõe detentores de capacidade cognitiva elementar – reduz a capacidade de pensar a estrume de ameba, mas passo a considera que o inferno ideológico é uma prisão miserabilíssima, toda cheia do fogo do ódio aos que lhes são contrários. Nesse fogo estão submergidos os réprobos, tendo um abismo de fogo em cima de si, um abismo ao redor de si e um abismo abaixo de si. Fogo há nos olhos, fogo na boca, fogo por todos os lados. “Eu não sou um exemplo do que é viver neste mundo. Sou um privilegiado. Mas não posso estar contente. O mundo é o inferno. Não vale a pena ameaçarem-nos com outro inferno porque já estamos nele. A questão é saber como é que saímos dele“ José Saramago. Pintura: Hironymus Bosch, 1483 – Anjo Levando Alma para o Inferno – Óleo sobre painel de madeira.

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Emil Mihai Cioran – A compreensão instantânea

Ninguém poderia sobreviver à compreensão instantânea da dor universal, pois cada coração só foi moldado para uma certa quantidade de sofrimentos. Existem como que limites materiais para nossa resistência; entretanto, a expansão de cada desgosto os alcança e, às vezes, os ultrapassa: é frequentemente a origem de nossa ruína. Daí deriva a impressão de que cada dor, cada desgosto, são infinitos. Eles o são, na verdade, mas somente para nós, para os limites de nosso coração; e mesmo que este tivesse as dimensões do vasto espaço, nossos males seriam ainda mais vastos, pois toda dor substitui o mundo e de cada desgosto faz outro universo. A razão esforça-se inutilmente para mostrar-nos as proporções infinitesimais de nossos acidentes; fracassa ante nossa tendência para a proliferação cosmogônica. Daí decorre que a verdadeira loucura nunca é devida aos acasos ou aos desastres do cérebro, mas à concepção falsa do espaço que o coração se forja…

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Quem são os inimigos dos ambientalistas?

Este veio de crenças e sua diligente tradução em práticas de “negócios sustentáveis” se configurou nas primeiras duas décadas deste século, ainda em curso. O mote principal dos sustentabilistas é mainstreamming the ecology (colocar a ecologia no coração da economia capitalista). Portanto não venham com esse papo de que somos marxistas e anticapitalistas ferrenhos. Há os que discordam do status-quo. São antes anti-establishment. E representam hoje grupos minoritários. Vamos aprofundar isto. E vou precisar de dois posts para o mesmo assunto. Um texto muito grande ninguém lê e aqui é um embate público, não acadêmico. Quando eu estava na faculdade um professor que estudara a formação da classe industrial paulista e a formação das novas fortunas originadas na commodity da época – o café – se espantava com os alunos da pós graduação que só tinham apetite para falar dos movimentos sociais, dos pobres e oprimidos. Inclusive eu que naquele momento desenvolvia meu mestrado estudando os integristas católicos envolvidos no Golpe de 64. Vocês devem estudar os ricos, o poder econômico por eles constituído pois a opressão e a pobreza estão aí como resultado, dizia nosso professor de estudos agrários. Essas reminiscências me vêm à mente quando vejo diariamente as cotações do dólar dar taquicardia e os colunistas políticos e econômicos se referirem ao Deus MERCADO. O mercado pensa assim, o mercado pensa assado. Olho para o voo solo e torpedeado de Thomas Piketty, o economista francês – que se utilizando de base de dados sistemáticas e séries históricas, longitudinais, nos mostrou didaticamente como ao longo de séculos – e mesmo enfrentando grandes guerras, as fortunas se mantém nas mãos de algumas poucas famílias. Também explica como a ciranda financeira torna novas pessoas tidas como empreendedores exemplares, tipo Bill Gates e Slim o magnata mexicano muito, muito ricas. Ao final do século XX vimos dois fenômenos intimamente ligados ocorrer: a expansão do capitalismo (territorial e culturalmente falando) e a concentração brutal da riqueza. Como substrato, massa de pobres e mesmo bolsões de miséria em países tidos como desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos. Pena, diz Mia Couto filósofo e escritor moçambicano, que em vez de riqueza estamos produzindo ricos, riqueza esta que só é distribuída com escândalo. Basta ver os debates em torno da “renda minima”, não só no Brasil. Faz-se brutais mudanças tecnológicas que destroem milhões de empregos e mesmo as migalhas que serão distribuídas aos que “sobram” desta transição são alvo de controvérsia. A pergunta que não quer calar é: de onde vêm as fortunas do Brasil? Respondo que se você quer saber quem são os inimigos dos ambientalistas, siga o dinheiro. Para abrir o apetite para o próximo post, eu adianto: A riqueza no Brasil tem base fundiária, rentista e imobiliária. Extração de madeira, mineração e comércio do solo urbano. O industrialismo sempre contou com proteção de mercado e as commodities com largos subsídios. O avanço sobre terras públicas, o desmatamento, as Serras Peladas, o avanço do boi e da soja. Sacaram? Samyra Crespo é cientista social, ambientalista e pesquisadora sênior do Museu de Astronomia e Ciências Afins e coordenou durante 20 anos o estudo ” O que os Brasileiros pensam do Meio Ambiente”.

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Toda criação está carregada de destruição – De Marx ao Uber

CHINESES, ROBÔS E A ‘UBERIZAÇÃO’ DAS RELAÇÕES DE TRABALHO: DIGA ADEUS ÀS FÉRIAS E AO 13° UMA DAS GRANDES maravilhas do capitalismo é a inovação. Inovar significa, de maneira simples, criar algo novo ou fazer algo velho de uma nova maneira. E nisso o capitalismo é craque. Talvez dois mais importantes economistas políticos que analisaram o fenômeno da inovação foram o alemão Karl Marx (escudado por vezes por seu amigo Friedrich Engels) e o austríaco Joseph Schumpeter No Manifesto de 1848, numa das passagens mais famosas do texto, Marx e Engels afirmam: “A burguesia não pode existir sem revolucionar permanentemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção, portanto as relações sociais todas”. Enquanto as sociedades baseadas em outros modos de produção se caracterizavam pela estabilidade das relações econômicas e sociais, o capitalismo é marcado pela revolução permanente. E é essa instabilidade que permitiu que a burguesia realizasse em poucos séculos de domínio maravilhas maiores que “as pirâmides egípcias, dos aquedutos romanos e das catedrais góticas”. N’O Capital de 1867, Marx volta a mostrar seu alumbramento com as inovações, no capítulo 13, intitulado “Maquinaria e Grande Indústria”. Mas o tema perpassa todo seu sistema. No modelo de Marx, o capitalista busca aumentar a massa de mais-valor que extrai de seus trabalhadores. Se estamos em um mundo de produtos idênticos – camisas brancas, por exemplo –, o capitalista pode aumentar seus lucros fazendo seus operários trabalharem por mais horas que a concorrência (mais-valor absoluto), ou fazer com que seus trabalhadores produzam mais mercadorias em menos tempo (mais-valor relativo). Para Marx, a dificuldade estava no mais-valor relativo. Para produzir mais em menos tempo, são necessárias novas máquinas e equipamentos, novas formas de comunicação, de transporte, de organização da produção, novos sistemas de logística etc. O capitalista que conseguir criar ou fazer uso dessas inovações terá uma maior taxa e uma maior massa de lucro, conquistando cada vez mais participação no mercado. Caminhará para se tornar um dos gigantes do setor. Quem não for capaz – ou não tiver recursos para inovar – será engolido. Aliás, mesmo a empresa líder do mercado – como contam as histórias da Kodak e da Nokia – mostra que a bancarrota está sempre na esquina. Em 1911, na sua obra Teoria do Desenvolvimento Econômico, Schumpeter fez bom uso das teorias de Marx, a partir de uma ótica liberal. Para Schumpeter, a mudança não nasce a partir de modificações nos gostos dos consumidores. Na verdade, são os empresários inovadores que criam novos produtos e “educam” (esse é o termo usado pelo autor) os consumidores sobre sua necessidade. Toda criação está carregada de destruição. Um exemplo pessoal. Nos meus tempos de faculdade, a viagem de ônibus era embalada por música ouvida através de um CD player e, principalmente, um walkman. Eu andava com três ou quatro fitas na mochila, e o mundo parecia bom. Jamais imaginei que um dia, poucos anos mais tarde, haveria uma coisa chamada Ipod – ou o MP3 da feira, seu primo pobre ao qual tive acesso –, no qual cabiam as músicas de todos os CD’s que eu tinha na minha casa (sobrando espaço, aliás). Nós jamais demandamos um telefone celular que fosse também um computador, uma televisão e um Ipod (aliás, o smartphone matou o Ipod de modo lento e cruel). Mas como fica evidente nesses dois exemplos, toda criação está carregada de destruição. O Ipod destruiu o discman, o smartphone destruiu o Ipod. Isso é parte do fenômeno que Schumpeter chamou de “destruição criativa”. O novo produto ou o novo processo destrói o que era velho. Mês passado foi divulgado que, com o fechamento de uma loja na Austrália, há hoje apenas uma única Blockbuster no mundo. Há uma década, eram 9 mil lojas, com pés nos quatro cantos do mundo, no Brasil inclusive. Uma rede literalmente global foi morta por uma inovação: Netflix. Outro exemplo: há poucos anos atrás ter frota de táxis era um ótimo investimento. Para obter uma licença de taxista, o sujeito precisava desembolsar uma pequena fortuna. Hoje qualquer um pode se cadastrar no Uber e operar como táxi. Mas nem tudo são rosas. Muitos são os trabalhadores ao longo da história que sofreram (e sofrerão) com o desemprego derivado de alguma inovação poupadora de mão de obra. No início do século 19, os chamados ludistas destruíram as máquinas que lhes roubavam os empregos. O drama dos trabalhadores instigou os economistas: seria a inovação boa também para os trabalhadores? As condições médias de trabalho no mundo todo têm piorado. Para os marxistas, a resposta seria negativa. Essas inovações, num sistema capitalista, forçariam os salários para baixo, reduzindo o poder de barganha dos trabalhadores, jogando alguns na miséria, outros no subemprego e muitos em empregos precários. Os liberais, via de regra, respondem essa pergunta afirmativamente. Ainda que a inovação destrua alguns empregos, ela cria fundos que permitem investimentos e aumento da produção que farão com que a região inovadora seja capaz de criar mais vagas de trabalho, que pagam salários maiores. Depois de um começo vacilante, as evidências pareciam corroborar a visão liberal. Os países mais inovadores são os que oferecem mais e melhores empregos. Enquanto países atrasados tecnologicamente têm menos vagas e piores salários. Mas há algumas décadas, desde o início da hiperglobalização após o fim da Guerra Fria, um movimento contraditório vem acontecendo. Com a entrada de mais de 1 bilhão de chineses no mercado de trabalho capitalista – sem contar os de outros lugares –, multidões de trabalhadores de países subdesenvolvidos têm escapado da miséria. Porém, as condições médias de trabalho no mundo todo têm piorado. Nos países centrais, por exemplo, os ganhos de produtividade não parecem se materializar em aumentos de salários (ainda que esse dado seja controverso). Além disso, tem crescido, desde os anos 1970, o número de horas trabalhadas pelos americanos, bem como a proporção daqueles que trabalham mais de 40 horas semanais. Quarenta horas semanais foram uma conquista de trabalhadores ingleses (uma pequena porção, é verdade) ainda em 1889. Um cenário

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“2019 não está muito longe de 1930”, diz escritora judia sobrevivente do nazismo

Após fugir dos nazistas quando criança, Ruth Weiss se mudou para a África do Sul. Agora a autora de 94 anos está em turnê, com o sexto volume de sua saga sobre a família judaica Löw. A DW a encontrou para uma conversa. Ruth Weiss nasceu em 26 de junho de 1924 em Fürth, Baviera, como Ruth Löwenthal. Em 1936, sua família emigrou para a África do Sul e abriu uma mercearia em Johanesburgo. Como jornalista, ela lutou contra o apartheid, motivo por que foi forçada a deixar o país em 1966. Morou na então Rodésia do Sul (atual Zimbábue), na Zâmbia e em Londres. Em 1992 retirou-se para a Ilha de Wight para escrever. Dez anos mais tarde retornou para a Alemanha, morando em Lüdinghausen, na região de Münster. Desde 2015 vive com o filho, na Dinamarca. Aos quase 95 anos, ela se encontra em turnê pela Alemanha, onde acaba de ser lançado o sexto volume de seu ciclo de romances, Die Löws – Nachspiel. Eine jüdische Familiensaga in Deutschland.  (literalmente: “Os Löws – Postlúdio. Uma saga familiar judaica na Alemanha”). A DW a entrevistou sobre o país antes e agora. DW: O novo volume de sua grande saga familiar, contada ao longo de 350 anos, acaba de ser publicado. Esse livro nos leva até o ano de 2015: neonazistas, a morte de uma requerente de asilo. O que a senhora queria contar com a história de Pippa, a bisneta do judeu alemão Adolph Löw? Ruth Weiss:  Que há uma grande ruptura entre a geração de hoje e o que aconteceu no passado. É um longo tempo, embora não se tenham passado nem 100 anos desde o início do nazismo. Os descendentes são como a personagem principal do meu romance, que se muda para uma casa herdada sem se preocupar a quem ela pertencia antes. Só um incêndio lhe dá o impulso de investigar. É então a primeira vez que ela é confrontada com a história de sua família. O assunto também é reconciliação? Sim, se trata de reconciliação. A compreensão surge através de histórias particulares, não da grande política. A senhora vai continuar sua narrativa? Depende da editora. A princípio, na verdade, meu ciclo de romances não foi concebido como uma saga familiar. Depois que me aposentei, estive em Fürth, onde nasci, e comecei a ler histórias judaicas do passado, começando no século 17. Foi quando eu descobri que os judeus sem teto naquela área tinham um grande problema na época: não podiam permanecer num lugar por mais de 72 horas. Então vagavam de uma comunidade judaica para outra. Mas por causa do grande número de propriedades dos governantes, e por eles terem que pagar algo cada vez que cruzavam a fronteira, era um fardo enorme para essas pessoas pobres. Comecei a escrever minha história, e depois do primeiro volume a editora quis uma continuação. Capa da edição alemã de “Os Löws – Postlúdio. Uma saga familiar judaica na Alemanha” A senhora tem programação cheia nesta turnê: leitura numa escola pela manhã, entrevista extensa à tarde, à noite mais uma leitura e bate-papo. Por que ainda considera tão importante contar sua história pessoal e outras narrativas na forma de romance? Não sou sobrevivente de nenhum campo, claro. Sou uma sobrevivente que teve a tremenda sorte de emigrar e também de poder escrever. Isso significa que aprendi a comunicar como era na época – e foi realmente muito tempo atrás. Acredito que isso é importante, sobretudo para os jovens. Enquanto puder, quero seguir fazendo isso. Como reagem os jovens, em geral? Surpreendentemente interessados. Nos dias em que estive em turnê de leitura, não tivemos transtornos, ninguém se levantou, foi embora ou se comportou mal. Pelo contrário: desta vez houve muito mais perguntas do que o usual. Acho que tem a ver com a atual situação política, que hoje em dia também haja refugiados, muito mais do que no meu tempo. A senhora cresceu num vilarejo perto de Nurembergue. Com a tomada do poder pelos nazistas, a vida se tornou insuportável para a sua família. A senhora se mudou para Fürth, onde frequentou a escola secundária judaica. Quais são suas lembranças desses dias? Os anos no vilarejo e na escola foram muito bons. Nós, as crianças, estávamos completamente integradas. Meus pais, é claro, não pertenciam ao lugar. Havia um assentamento, e é lá que vivíamos, éramos os únicos judeus. Logo ao lado morava o professor. O que ignorávamos é que ele era um membro do NSDAP [o partido nacional-socialista]. A influência dos nazistas foi tão grande que, mesmo no vilarejo, a mudança se deu de forma muito rápida. Comício nazista em Nurembergue Em 1936, aos 12 anos, a senhora emigrou com sua família para a África do Sul. Por que esse país? Em abril de 1933, meu pai tinha perdido o emprego. Ele tinha parentes emigrados para a África do Sul no início do século 20 e que estavam dispostos a afiançá-lo. Naquela época, a África do Sul ainda estava aberta a imigrantes, havia demanda de brancos. Pelo menos até perceberem que tínhamos a cor da pele certa, mas a religião errada. Primeiro a senhora trabalhou num escritório de advocacia, depois na livraria de seu primeiro marido, o jornalista Hans Weiss, também numa seguradora e, em Londres, numa editora. Como chegou ao jornalismo? Devido ao paternalismo. Weiss tinha sido jornalista do Berliner Tageblatt, e eu trabalhava numa companhia de seguros. Não pude estudar, pois não havia dinheiro. Então, logo após me formar, comecei a trabalhar. A partir dos anos 50, Hans Weiss era correspondente da Deutsche Presseagentur no sul da África. Quando começou, ainda havia o VWD [Serviços Econômicos Unidos], responsável pela seção de negócios. Como eu tinha um cargo muito alto no setor de seguros e, portanto, algo a ver com economia, Hans disse para eu tomar conta disso. Então, no começo escrevia apenas as histórias de negócios – sob o nome dele. Na época, a África do Sul era bastante interessante para as mídias alemã e inglesa, mas não o

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