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Catulo da Paixão Cearense – Poesia

Tu passaste por esse jardim Catulo da Paixão Cearense Tu passaste por este jardim! Sinto aqui certo odor merencório Desse branco e donoso jasmim Num dilúvio de amoras pendeu Os arcanjos choraram por mim Sobre as folhas pendidas do galho Que a luz de seus olhos brilhantes verteu Tu passaste, que de quando em quando Vejo nas rosas no hastil lacrimado Das corolas de todas as flores As minhas angústias, abertas em flores Neste ramo que ainda se agita Uma roxa saudade palpita E esse cravo, no ardor dos ciúmes Derrama os perfumes num poema de amor De um suspiro deixaste o calor Neste cálix de neve, estrelado Neste branco e gentil monsenhor Vê-se os íris de um beijo esmaltado Tu deixaste num halo de dor Nas violetas magoadas, sombrias A tristeza das ave-marias Que rezam teus lábios à luz do Senhor Vejo a imagem da minha ilusão Nessa rosa prostrada no chão Meus afetos descansas nos leitos Deste lindo amores-perfeitos Como chora o vernal jasmineiro Que me lembra o candor de teu cheiro! Este cravo sangüíneo é uma chaga Que se alaga no rubor da cor As gentis magnólias em vão Muito invejam teu rosto odoroso Rosto que tem a conformação De um suspiro adejando saudoso E esses lírios têm a presunção De imitar em seus níveos brancores Esses dois ramalhetes de amores Andores de flores num seio em botão.  

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