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Heriqueta Lisboa – Versos na tarde

Os lírios Henriqueta Lisboa¹ Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples e belos – perfeitos! – ao abandono dos campos. Antes que o sol apareça neblina rompe neblina com vestes brancas, irei. Irei no maior sigilo para que ninguém perceba contendo a respiração. Sobre a terra muito fria dobrando meus frios joelhos farei pergunta à terra. Depois de ouvir-lhe o segredo deitada entre lírios adormecerei tranquila. ¹Henriqueta Lisboa * Lambari, MG. – 15 de Julho de 1904 + Belo Horizonte, MG. – 9 de Outubro de 1985 Escritora brasileira. Considerada pela crítica uma das poetas mais bem-sucedidas da moderna literatura do país. Pouco conhecida do público, a mineira Henriqueta Lisboa foi consagrada por críticos do porte de Antônio Cândido e Alfredo Bosi como uma das poetisas mais bem-sucedidas da moderna literatura brasileira. Henriqueta Lisboa nasceu em Lambari MG em 15 de julho de 1904. Estudou no Colégio Sion da cidade de Campanha MG e dedicou-se ao magistério. Estudou línguas e letras no Rio de Janeiro e, em Belo Horizonte, lecionou literatura nas universidades locais. Desde o segundo livro, Enternecimento (1929), recebeu vários prêmios literários, inclusive a Medalha da Inconfidência de Minas Gerais, com Madrinha Lua (1952), e o Prêmio Brasília de Literatura (1971) pelo conjunto de sua obra. Inicialmente identificada com o simbolismo, Henriqueta Lisboa aceitou a influência do modernismo, mas permaneceu fiel aos temas de sua terra e de sua gente. A partir de Prisioneira da noite (1941) atingiu um lirismo que, nas palavras de Alfredo Bosi, distingue-a como “sutil tecedora de imagens capazes de dar uma dimensão metafísica a seu intimismo radical”. Autora ainda de A face lívida (1945), seu livro mais importante, Flor da morte (1949), Lírica (1958) e outras obras.

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Shakespeare = Christopher Marlowe

‘Big data’ revela autoria mista em peças de Shakespeare William Shakespeare, o “Bardo” inglês,picture-alliance/dpa/D. Reinhardt Célebre dramaturgo recebeu ajuda para escrever 17 peças, inclusive de seu suposto arquirrival Christopher Marlowe; coautoria foi revelada em nova edição da obra do escritor inglês, baseada em pesquisa de dados complexos.    Ele pode ter sido o maior dramaturgo de todos os tempos, mas William Shakespeare (1564-1616) não trabalhou sozinho. Uma equipe internacional de pesquisadores concluiu que 17 de 44 obras do bardo de Stratford-upon-Avon resultaram de colaborações, informou a editora Oxford University Press. Isso é mais que o dobro das oito de 39 peças que foram identificadas pela mesma editora, em 1986, como sendo de autoria mista. Considerado desde o século 18 como sendo rival de Shakespeare, acredita-se agora que Christopher Marlowe (1564-1593) tenha sido coautor da trilogia sobre o rei Henrique 6°. Além disso, acredita-se que Thomas Middleton tenha adaptado a peça Tudo bem quando termina bem. Desde janeiro de 2009, 23 especialistas de cinco países trabalharam na nova edição da obras de Shakespeare. A descoberta de que Marlowe não foi realmente um rival, mas um colaborador, pôs abaixo uma antiga crença sobre o relacionamento deles. “Muitos acadêmicos suspeitavam disso desde o século 18, mas até bem recentemente, não tínhamos nenhuma maneira de comprovar isso de forma confiável”, declarou Gary Taylor, professor da Universidade da Flórida. “Agora podemos estar seguros que [Shakespeare e Marlowe] não só tiveram influências mútuas, mas também trabalharam juntos. Os rivais às vezes colaboram.”   Investigação Segundo Taylor, a equipe de pesquisadores utilizou “big data” ou megadados – conjunto de dados muito grandes armazenados e analisados para otimizar tomadas de decisão – para realizar comparações precisas entre as obras de Shakespeare e alguns de seus contemporâneos. Essas bases de dados informatizadas somente ficaram disponíveis nas duas últimas décadas. “Nós contamos quantas vezes determinadas palavras e frases apareceram nos textos de Shakespeare e outros autores de sua época. Esses padrões se revelaram bastante inconfundíveis”, explicou Gabriel Egan, da Universidade Montford em Leicester. Ele disse que ainda não está claro como funcionava a cooperação entre os autores. É possível que Marlowe tenha escrito os textos e que Shakespeare os tenha editado posteriormente. “Parte do que é interessante está na interação entre esses dois gênios bastante diferentes. É por isso que tais obras tocavam as pessoas como sendo diferentes de Shakespeare”, continuou Taylor, referindo-se à trilogia Henrique 6°. “Podemos ver agora que essa diferença se deve a Marlowe, um escritor que era muito interessado em política, violência e no conflito religioso. Marlowe escreve sobre tais coisas num estilo diferente. Estas descobertas tornam essas peças mais interessantes, não menos”, acrescentou o professor da Universidade da Flórida. Taylor afirmou ainda que a colaboração entre dramaturgos era algo inteiramente normal na época elisabetana e que nada apontava para um grande segredo ou conspiração em relação à cooperação entre Shakespeare e Marlowe. Em consequência, os nomes dos dois dramaturgos aparecerão agora juntos nos títulos de crédito das três partes da peça de teatro Henrique 6°. CA/afp/dpa/lusa/dw

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Economia – Davos

Ônibus elétrico de carga ultra rápido foi apresentado em Davos A carga rápida é um dos focos de atenção para quem pretende adotar os ônibus elétricos em frotas de transporte público. A multinacional ABB quer ficar o pé nesse nicho e a vitrine do Fórum Econômico Mundial é atrativa para a empresa, que se autodenomina a líder nessa área, com mais de 6 mil estações de recarga em 50 países. Em Davos, onde acontece o encontro, existem oito delas. Chamadas de Terra 53, as instalações tornam viável a movimentação dos ônibus totalmente elétricos com tecnologia Tosa, sigla para Sistema de Alimentação Otimizado para Trólebus. Criado pela ABB na Suíça e em uso em Genebra, o Tosa será implantado em breve na cidade francesa de Nantes. O destaque é o recarregamento da bateria em 20 segundos, durante o embarque e desembarque de passageiros. “A mudança para veículos elétricos não é mais uma questão de se, mas sim de quando e com que rapidez”, argumenta o CEO da ABB, Ulrich Spiesshofer. De acordo com a empresa, recursos de energia eficientes já vêm sendo adotados em outros segmentos de infraestrutura. É o caso do transporte ferroviário e marítimo. A mobilidade eletrônica, por exemplo, está presente em navios petroleiros, cargueiros e de passageiros por meio dos sistemas Azipod, que movem as embarcações com hélices de propulsão elétrica direcionáveis de alta eficiência. Resultado: eles tornam-se mais manobráveis e podem reduzir a necessidade de combustíveis fósseis a bordo em 40% ou mais. Fonte: InfraRoi)

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Educação – Chile

‘Nunca deveria estar nas mãos do mercado’, Chile aprova ensino superior público universal Foto: Alex Ibañez/ Presidencia do Chile Governo chileno decidiu aprovar reforma do ensino superior que põe fim às universidades privadas e adota um modelo de ensino superior gratuito e universal.   O Congresso chileno aprovou na última quarta-feira (24/01) uma reforma que vinha sendo debatida pelos parlamentares do país desde o início do segundo governo de Michelle Bachelet, em 2014. A promessa de gratuidade universal do ensino superior era a principal promessa da chefe do executivo chileno. Além da gratuidade universal, a reforma chilena cria ferramentas para avaliação do ensino superior que possam garantir a qualidade. O Ministério da Educação do Chile divulgou informações de que nos últimos 4 anos o governo conseguiu aprovar um total de 29 leis sobre educação. A votação se encerrou na quarta-feira, e apontou 102 votos a favor e duas abstenções. A aprovação na Câmara dos Deputados é a etapa final para que a lei seja aprovada. Segundo informa a Carta Educação, Paula Narváez, porta-voz do governo, teria afirmado que a lei “dá tranquilidade aos jovens para que seus talentos, suas capacidades, sua inteligência possam se desenvolver em um Estado que lhes dá oportunidades”. Governo chileno decidiu aprovar reforma do ensino superior que põe fim às universidades privadas e adota um modelo de ensino superior gratuito e universal     A presidente do país, Michelle Bachelet, comemorou a aprovação no Twitter, lembrando que acredita que sua lei de Universidades Estatais “fortalece uma gestão institucional, devolve ao Estado seu papel de protagonismo para assegurar uma educação superior pública de qualidade”.  A reforma é uma resposta a um projeto da ditadura de Augusto Pinochet, considerada a ditadura mais sangrenta da América Latina. Entre 1980 e 1990, uma série de privatizações foram realizadas no país. A ditadura militar chilena retirou do Estado a responsabilidade de oferecer direitos sociais como a educação, e abriu espaço para um ensino privado. Sem regulamentação, as mensalidades de ensino dispararam nos anos 1990. Até então, o governo financiava escolas privadas e as universidades públicas eram pagas. Dessa forma, estudantes utilizavam financiamentos de bancos privados para que pudessem estudar e iniciavam a vida adulta com dívidas. Em 2006, esse formato da educação gerou os maiores protestos da história do país desde a ditadura, o que ficou conhecido como “revolta dos pinguins”. Os “Pinguins”, como ficaram conhecidos os estudantes secundaristas chilenos devido ao uniformes com terno e gravata, foram às ruas e ocuparam escolas em todo o pais reivindicando gratuidade do ensino e também do transporte. Em 2011, outra onda de protestos de estudantes universitários também exigia mudanças no modelo. “Ao avançar com a gratuidade na educação superior, queremos construir um país mais igualitário, com igualdade de oportunidades. Com a aprovação no Congresso, consagramos como lei um direito social que nunca deveria estar nas mãos do mercado!”, afirmou a presidente no Twitter. Bachelet preside o país desde 2014. Ela pertence ao Partido Socialista do Chile, e já foi presidente do país entre 2006 e 2010. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Defesa na América Latina e a primeira mulher a se eleger para a presidência do Chile.

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