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Willian Butler Yeats – Poesia – Literatura

A Canção do Delirante Aengus Willian Butler Yeats Eu fui para uma floresta de nogueiras, Porque minha mente estava inquieta, Eu colhi e limpei algumas nozes, E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo; E, quando as claras mariposas estavam voando, Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas, Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho E capturei uma pequena truta prateada. Quando eu a coloquei no chão E fui soprar para reativar as chamas, Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir, E, alguém me chamou pelo meu nome: Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente Com flores de maçãs nos cabelos Ela me chamou pelo meu nome e correu E desapareceu no ar, como um brilho mais forte. Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos Por tantas terras cheias de cavernas e colinas, Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi, E beijar seus lábios e segurar suas mãos; Caminharemos entre coloridas folhagens, E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo As prateadas maçãs da lua, As douradas maçãs do sol.

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Eleições e América Latina

Brasil, México e Venezuela: eleições vão redesenhar mapa político da América Latina Foto:Guilherme Imbassahy/Jornalistas Livres Neste ano, sete países vão escolher novos presidentes; cenário é indefinido quanto à retomada da esquerda na região. Para a América Latina, 2018 será um ano crucial para a política regional e internacional. Seis países irão passar por eleições presidenciais importantes, como é o caso de Brasil, México, Colômbia e Venezuela. Além disso, Cuba terá, pela primeira vez desde o triunfo revolucionário, a escolha, pela Assembleia Nacional, de um presidente da nova geração que não participou diretamente da Revolução de 1959. Para Igor Fuser, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), as eleições na região se situam em um contexto de embate entre a supremacia estadunidense e a autonomia dos povos latino-americanos. “De um lado, [temos] o esforço dos Estados Unidos de restabelecer a supremacia de seus interesses na América Latina e reforçar o poder das classes dominantes por meio de políticas neoliberais. E, do outro lado, a resistência dos povos da América Latina na busca por maior autonomia, por melhores condições de vida, por maior igualdade social e desenvolvimento econômico”, ressalta. Nesse sentido, a região acompanha com atenção o processo eleitoral no Brasil. A votação é considerada, por especialistas, como uma das mais imprevisíveis desde a redemocratização do país. A jornalista peruana Veronica Goyzueta, que trabalha como correspondente internacional, define a imprevisibilidade como ponto comum em todas as eleições latino-americanas. Ela destaca os cenários eleitorais no Brasil e no México como fundamentais para a definição do contexto regional. “Caso Lula seja candidato no Brasil e caso [Andrés Manuel] López Obrador consiga ganhar no México, a gente vai ter uma virada de dois governos que são super importantes”. De acordo com ela, os cenários fragmentados ainda não revelam a possível tendência de renovação da esquerda ou de avanço do conservadorismo no continente.  O jornalista pós-graduado em Políticas e Relações Internacionais José Reinaldo Carvalho aponta que as forças no México estão divididas, o que pode dificultar a vitória de López Obrador, fundador e atual líder do partido de esquerda Movimento de Regeneração Nacional (Morena). “O que está em jogo no México é a velha luta para que as forças democráticas, populares, patrióticas, antineoliberais, consigam derrotar o governo neoliberal do [Enrique] Peña Nieto”, diz. Além do México, Carvalho ressalta a importância das eleições na Colômbia como forma de “redesenhar o mapa político latino-americano”. Ele lembra que será a primeira eleição presidencial após a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que pôs fim a meio século de guerra civil no país. “Antes da questão direita/esquerda e antes da questão neoliberalismo/não neoliberalismo, o problema principal é se as eleições vão garantir a continuidade do processo de paz, que, infelizmente, já está muito ameaçado mesmo antes das eleições”, ressalta. Na Colômbia, a última pesquisa de intenção de votos registra liderança do candidato Sergio Fajardo, ex-prefeito de Medellín, que se apresenta como um independente “nem de esquerda, nem de direita, nem de centro”. O jornalista José Arbex Jr. destaca também a questão venezuelana como dramática, “não apenas pela conjuntura atual de crise, mas por tudo o que o bolivarianismo do [ex-presidente] Hugo Chávez representou na história recente da América Latina”. “O que está em disputa na Venezuela não é a simples condição do país e o controle do petróleo nacional. Está em disputa a perspectiva histórica aberta pelo bolivarianismo. Nesse sentido, a eventual derrota na Venezuela representará, simbolicamente, um golpe muito profundo nas esquerdas do hemisfério”, analisa. Cuba também vai determinar, em março, quem sucederá o presidente Raúl Castro. A eleição no país se dá em um processo indireto, com a indicação do mandatário pelo Congresso eleito pelo povo. Outros dois países ainda vão passar por eleições presidenciais neste ano: Costa Rica, em fevereiro, e Paraguai, em abril. Emilly Dulce Publicado originalmente no site do jornal Brasil de Fato

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Viena: Um Século de Revolução na Arte

Viena lembra centenário de uma era de transformação Detalhe de “O beijo”, pintura de Gustav Klimt Capital austríaca recorda cem anos da morte de Gustav Klimt, Egon Schiele, Koloman Moser e Otto Wagner, representantes do art nouveau e do modernismo e que transformaram metrópole no Danúbio em centro mundial da arte. Para os austríacos, o ano de 1918 não marcou apenas a derrota na Primeira Guerra Mundial e o fim do Império Austro-Húngaro, mas também a morte de grandes expoentes da Secessão Vienense (art nouveau) e do modernismo. Para lembrar o centenário dessa era de transformação, Viena preparou uma série de exposições sem precedentes sobre os pintores Gustav Klimt, Egon Schiele e Koloman Moser, como também sobre o arquiteto Otto Wagner. São nomes que transformaram a cidade imperial no Danúbio num dos principais centros artísticos da época e que ainda hoje são admirados por aficionados da arte, do design e da arquitetura. O Museu Leopold de Viena deu o pontapé inicial nesta semana com a primeira de seis mostras especiais – na capital austríaca e arredores serão cerca de 20 – com destaque para Klimt e Moser, entre outros. De 13 de fevereiro a 2 de setembro, o Museu Histórico Artístico de Viena vai erguer novamente a sua Stairway to Klimt (Escadaria para Klimt), plataforma que permite observar o ciclo de pinturas que o então jovem artista executou no salão de entrada do edifício. Egon Schiele, Self-Portrait with Chinese Lantern Plant, 1912, Leopold Museum Klimt e Moser Gustav Klimt morreu aos 55 anos, em fevereiro de 1918, de um AVC seguido de uma infecção pulmonar. O pintor foi o principal representante do art nouveau austríaco, tendo sido líder da Secessão Vienense, nome dado à associação de artistas plásticos em Viena no final do século 19 e início do século 20 e pelo qual também ficou conhecido o art nouveau na Áustria. Além de pintor, Klimt também foi designer, sendo o responsável pelas portas de metal do prédio da Secessão, projetado pelo arquiteto Josef Olbrich no final do século 19 em Viena. Em 1902, ele pintou para o mesmo edifício o Friso de Beethoven. Entre suas principais obras posteriores, está o quadro O beijo, executado entre 1907-1908. Conhecido por cartazes, postais e papéis de parede que caracterizam até hoje o art nouveau, Koloman Moser foi pintor, artista gráfico e um dos principais representantes do art nouveau vienense. Ele morreu de câncer, em outubro de 1918, aos 50 anos. Trabalhos gráficos de Kolomar (Kolo) Moser marcaram o art nouveau Schiele e Wagner De 3 de março a 4 de novembro, o Museu Leopold combina quadros e trabalhos gráficos de Egon Schiele com suas poesias, como também documentos, fotos e objetos de sua vida. De 15 de março a 7 de outubro, o Museu Viena (Wien Museum) apresenta um grande mostra sobre o arquiteto Otto Wagner. Egon Schiele seguiu, na Áustria, os passos do expressionismo e foi, ao lado de Gustav Klimt e Oskar Kokoschka, um dos principais representantes do modernismo em Viena. Ele morreu de gripe espanhola em 31 de outubro de 1918, com apenas 28 anos. Otto Wagner foi arquiteto, urbanista e teórico da arquitetura na Viena da Belle Époque, desenvolvendo ao longo do tempo até sua morte um estilo menos ornamentado e mais funcional, sendo hoje considerado um dos precursores do modernismo arquitetônico. Ele morreu em abril de 1918 de uma infecção advinda da má alimentação durante os anos de guerra. Edifício projetado por Otto Wagner em Viena, com desenho de adorno de fachada por Koloman Moser Para além de 1918 As exposições em Viena querem mostrar não somente a obra desses grandes artistas, mas também o seu impacto para além de sua época. Entre 23 de março e 26 de agosto, o Museu Belvedere traz, primeiramente, a mostra Klimt ist nicht das Ende – Aufbruch in Mitteleuropa (Klimt não é o final – uma nova era na Europa Central), para depois mostrar de 19 de outubro a 17 de fevereiro de 2019 Egon Schiele – Wege einer Sammlung (Egon Schiele – Caminhos de uma coleção). A partir de 30 de maio, o Museu de Artes Aplicadas (MAK) analisa em mostra a influência de Otto Wagner sobre os contemporâneos e as gerações subsequentes de arquitetos e designers. Além disso, em dezembro, o MAK vai mostrar alguns de seus tesouros da Secessão Vienense, dedicando-se também à obra de Koloman Moser. CA/afp/dpa/ots

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