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Ruído branco e insônia

Som da televisão quando não está sintonizada pode ser classificado como ruído branco Direito de imagemGETTY IMAGES Pode ser o som da televisão ou rádio quando não estão sintonizados ou até mesmo o barulho constante do ar-condicionado. Em ambos os casos, trata-se de um ruído branco, sinal sonoro que contém todas as frequências na mesma potência.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Esse barulho faz com que o limiar auditivo atinja seu nível máximo, o que significa que, na presença desse tipo de som, os estímulos auditivos mais intensos têm menos capacidade de ativar o córtex cerebral durante o sono. Isso explica, por exemplo, por que algumas pessoas conseguem pegar no sono mais rápido se a televisão estiver ligada com um volume moderado. “O ruído branco é, literalmente, uma parede de energia sonora”, diz Seth Horowitz, neurocientista especializado em audição. Atualmente, há diversos dispositivos que emitem ruído branco, como aplicativos de celular, disponíveis no mercado com a promessa de melhorar a qualidade do sono. Ruído branco pode ajudar a abafar sons que variam de intensidade, como o ronco – Direito de imagemGETTY IMAGES Disfarce De acordo com os especialistas, o ruído branco é ideal para disfarçar ou abafar outros sons do ambiente, como o barulho de carros, obras ou cachorros latindo. “Funciona muito bem para quem acorda com qualquer interrupção repentina de som”, diz Horowitz. Como a audição é o único sentido que continua funcionando mesmo durante o sono, o ruído branco serve para bloquear sons cujas frequências variam de intensidade e podem estimular o córtex cerebral. Mas será que há contraindicações? “Não, a menos que o volume (do ruído branco) seja tão alto que possa afetar a audição”, afirma Nitun Verma, porta-voz da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM, na sigla em Inglês). O ser humano tem com um número limitado de células ciliadas – cerca de 10 mil -, responsáveis ​​por captar o som. São elas que detectam os sons de alta frequência e, com o envelhecimento, começam a falhar. Mas o neurocientista Seth Horowitz adverte que, se o ruído branco for aplicado todas as noites por um período prolongado, pode afetar essas células. Som constante de ventilador pode ajudar quem tem sono leve a dormir – Direito de imagemGETTY IMAGES Além disso, ele lembra que o sono é indispensável para a regeneração do organismo. “A exposição constante ao ruído branco fará com que as células (ciliadas) permaneçam ativas e dê mais trabalho a elas para sanar qualquer dano que haja nessa área.” Dúvidas sobre os benefícios Apesar dos inúmeros artigos sobre a eficácia do ruído branco para dormir melhor, não há pesquisas científicas suficientes para comprovar esse benefício. Horowitz observa que os estudos sobre a audição e o sono são relativamente novos. Segundo ele, ainda há muito a se explorar nessa área. Mas, ao invés de recorrer a truques para dormir, os especialistas afirmam que o mais importante é adotar uma rotina ou padrão de sono estável. Segundo o médico Nitun Verma, da Academia Americana de Medicina do Sono, nem todos os distúrbios podem ser tratados com ruído branco. A tática não seria produtiva, por exemplo, em casos de apneia – quando a pessoa para de respirar durante o sono. Você dorme mais facilmente com a TV ligada? Direito de imagemGETTY IMAGES Horowitz menciona, por sua vez, o ruído rosa e o ruído marrom. O primeiro combina frequências altas e baixas, como o som da chuva, enquanto o segundo pode ser representado, por exemplo, pelo barulho de uma queda d’água à distância – o ruído branco seria como escutar uma cachoeira dentro do próprio quarto. “Eles soam mais naturais, porque é assim que percebemos o som no mundo. O ruído branco é mais forte porque abrange uma faixa de frequência mais ampla”, explica. No entanto, os ruídos rosa e marrom não apresentam força suficiente para bloquear os barulhos externos. BBC

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Crise na Venezuela: o Brasil é um zero à esquerda

Como o Brasil se tornou irrelevante na mediação da crise na Venezuela. Manifestantes lembram dos 100 dias de protestos na Venezuela. FERNANDO LLANO AP País de Nicolás Maduro passa de 100 dias de protestos nas ruas enquanto segue isolado.Drama de Caracas expõe deserto diplomático na América Latina depois de ciclo pró-ativo “Queremos contribuir para que a Venezuela  encontre em paz um caminho e que o povo venezuelano seja feliz”. A frase é do ex-presidente Lula, então em seu primeiro mês de seu primeiro ano de mandato, em janeiro de 2003. Naquela época, o Brasil liderava a criação de um grupo de países amigos da Venezuela para ajudar a Organização dos Estados Americanos (OEA) a buscar uma saída para a grave crise que afetava o país. Um ano antes, ainda sob o presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Brasília puxou um movimento no chamado Grupo do Rio para condenar a tentativa de golpe de Estado que tirou Hugo Chávez brevemente do poder e isolar a gestão George W. Bush, que apoiara a rebelião. Chávez telefonou para agradecer FHC, feliz de o bolivariano ter voltado ao cargo. Agora, 14 anos depois, discute-se novamente um diálogo com Caracas por meio de países vizinhos. Mas, diferentemente daquela época, o Brasil hoje passa longe de liderar esta conversa. Com uma conjuntura política bastante diferente, tanto no Brasil quanto na Venezuela e em toda a América Latina, Caracas vive um estado de convulsão política em meio a um deserto diplomático. A situação se aproxima de mais um capítulo tenso. A oposição venezuelana, nas ruas há mais de 100 dias em jornadas de protestos que já contabilizam mais de 90 mortos, realizou um referendo simbólico neste domingo que resultou na rejeição de uma nova Assembleia Nacional Constituinte, proposta por Maduro. Por não ter valor legal, a oposição espera que o plebiscito sirva como uma espécie de ultimato para o presidente, que marcou para o próximo dia 30 a eleição dos novos deputados constituintes. Além de redigir uma nova Carta, que segundo Maduro é essencial para ajustar o país à nova situação, os novos nomes eleitos vão substituir um Parlamento dominado pela oposição e tirá-la de vez do jogo. A campanha pela Constituinte dividiu ainda mais chavistas que já estão rachados.  A iminência da eleição da Constituinte voltou a tentar mover o xadrez de declarações e intenções, na falta de iniciativas mais articuladas no hemisfério a respeito da crise. O Brasil lançou uma nota nesta segunda, condenando a iniciativa de Maduro, alentando a consulta popular da oposição e apoiando “uma negociação efetiva a favor da paz e da democracia na Venezuela”. Já o Governo Donald Trump ameaça com sanções. Se por um lado a conduta dura de Washington pode ser comemorada pela oposição que vê Maduro imparável, por outro deve certamente alimentar a retórica chavista radical de que é preciso lutar contra o intervencionismo externo, especialmente o norte-americano. A próxima reunião da cúpula do Mercosul, que ocorrerá a partir de sexta-feira na Argentina, tem na pauta a suspensão da Venezuela do bloco – algo que já está em vigor desde dezembro. Todos os olhos se voltam, no entanto, para a Colômbia, que toma a iniciativa de tentar liderar um diálogo. O presidente Juan Manuel Santos, munido do Nobel que ganhou por negociar o fim do conflito colombiano, embarcou neste domingo para Cuba para tentar convencer Raúl Castro a apoiar o início de uma conversa regional com Caracas. Segundo o jornal Financial Times, a ideia teria o apoio do México e da Argentina. De fato, segundo uma fonte diplomática, ouvida por EL PAÍS, a Colômbia, assim como Uruguai, Chile e o Equador, seriam os melhores países para liderar esta conversa. “O fato de termos um Governo sem legitimidade democrática direta até 2018 dificulta um eventual protagonismo brasileiro em um novo grupo de amigos”, disse, desde sua embaixada. “Outros países, dentre eles a Colômbia, teriam de estar na linha de frente neste momento”. E o presidente colombiano vem acenando neste sentido: na semana passada, Santos somou-se aos apelos da oposição e pediu que Maduro cancelasse a Constituinte para facilitar o diálogo. Já o Brasil, além de viver uma crise política que enfraquece a musculatura que poderia ser despendida para a política externa, não tem a postura mais neutra para liderar esta conversa agora. É o que defende Carolina Silva Pedroso, pesquisadora da Universidade do Sul da Flórida e especialista em Venezuela. “Aloysio [Nunes, ministro das Relações Exteriores] é muito interessado no tema, mas, por outro lado, é um interesse muito ideologizado”, diz. “E o que a Venezuela menos precisa agora é de alguém escolhendo um lado”. A pesquisadora diz que Fernando Henrique Cardoso e Lula mantinham conversas com oposição e Governo em Caracas e esse fator foi crucial para que a liderança da criação do grupo funcionasse. “Além disso, agora, o timing para a criação de um novo grupo já passou”. Flávio da Silva Mendes, pesquisador do departamento de sociologia da Unicamp, também defende que a mudança do Governo brasileiro, após o impeachment de Dilma Rousseff, contribuiu para o isolamento de Caracas. “Se ainda fosse a Dilma ou o PT [na presidência], seria outra relação, que não era de apoio direto, era mais neutra”, diz ele, que também é autor do livro Hugo Chávez em seu labirinto: O movimento bolivariano e a política na Venezuela (Alameda). “A mudança do Governo no Brasil contribuiu muito para o isolamento da Venezuela”. A relação próxima entre os dois países foi fruto de uma certa conveniência econômica, defende Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e colunista do EL PAÍS. “Na época da criação dos amigos da Venezuela, Chávez era um dos melhores clientes das empresas brasileiras. Por isso fazia sentido toda aquela parceria”, diz. “Mas isso enviou um sinal à oposição de que o Governo brasileiro estava totalmente alinhado com o venezuelano”. Ele também defende a neutralidade para as negociações agora. “O mediador ideal neste momento deve ter influência tanto na oposição quanto no Governo, e o Brasil não tem condições de influenciar nesta situação agora”. O caminho, para Stuenkel, seria então via OEA. “Está muito evidente que o governo chavista

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Brasil: A Inquisição Curitibana

Sursis: Alma Brasileira em liberdade condicional, Direito Colonial para interesses estrangeiros. Qual mãos limpas em atos sujos, qual nada! É a velha e perniciosa presença colonial que dá curso e validade, além de enorme divulgação, às ações que causam unânime repúdio entre os que creem em justiça e a associam ao direito, ou os que assim precisam idealizar. Trato da inquisição curitibana.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]Do descobrimento pelos portugueses até nossos dias decorreram 517 anos. Agora observe o esclarecido leitor que tivemos, de 1500 até 1603 como regra maior de conduta e organização, as Ordenações Afonsinas (breve tempo) e as Manuelinas, às quais se seguiram as delongadas Ordenações Filipinas, cuja efetividade ultrapassou nosso formal status de Nação independente, pois ainda se aplicavam, no Brasil, em 1830. Podemos afirmar, com ressalvas, que nossa disciplina legal, aqui elaborada – não confundir com aqui idealizada –, completa 187 anos, confrontando com 330 anos de importação jurídica. Em princípio as leis, que organizam e estabelecem as regras de convivência de uma sociedade, deveriam ser fruto desta própria sociedade. Das opções escolhidas pelos habitantes do País, ou seja, da livre manifestação daqueles que vivem nos limites territoriais da Nação. Jamais impostas por estrangeiros, o que, no cotidiano da justiça e do direito, sempre nos ocorreu. Mas vejamos o exemplo, nas Ordenações Manuelinas, sobre o direito e o judiciário. No livro primeiro, como ocorrera nas Afonsinas e se repetirá nas Filipinas, estas Ordenações tratam do “Regedor de Justiça na Casa da Suplicação”. Este “magistrado” deveria ser procurado entre fidalgos “de sangue limpo, bom, virtuoso e de muita autoridade, temente a Deus, sem perversão nem paixão” (sic). Contextualizando, era o juiz um representante classista, da aristocracia de então, da burguesia, de hoje. Sua percepção não deveria ser conspurcada por ânimo particular, mas pelo ideal de justiça da época – e que será de sempre – qual seja a de um segmento social, jamais de toda sociedade, mas, já com a hipocrisia que permeará toda história, “com gracioso acolhimento, para que todos vejam o caridoso e piedoso regedor e guardem a lembrança de seus cuidados” (sic). Poderíamos trazer para atualidade este fiel regedor, tratando com desvelo uma específica imprensa e mesmo, caridosamente, vazando conteúdos, cenas e falas para seus mais diletos acólitos. Haverá alguma divergência sobre o que enunciarei, mas pediria a benevolência, sem o cinismo de um regedor, para minha canhestra compreensão. A partir da Revolução Francesa, tivemos, sem os retrocessos tão comuns em nossos dias, duas ideias de sociedade: a do contrato de Rousseau e da sociedade sem conflitos de Marx. A opção pelo contrato social levou à luta ideológica; o que afirmo sem qualificar, pois entendo a ideologia como a proteção de um interesse particular. Em meus artigos sempre coloquei, por exemplo, a religião, qualquer que fosse, como ideologia. Ora, nesta luta sempre desigual, o detentor do poder colocará a lei, o direito a seu serviço; se colônia, a lei do ou dos colonizadores. Na sociedade rousseauniana, o Brasil, neste século XXI, é colônia da banca, do sistema financeiro internacional, e, embora com diferenças sutis e mínimas, do interesse geopolítico estadunidense, onde também prepondera a banca. Banqueiros. Qual a virtude do regedor de hoje? Nesta sociedade conflituosa onde um poder se destaca e age, não pelo acordo social, mas como imperador absolutista? Não mais de uma linhagem pura e reconhecida, mas com o dócil aceitar da traição nacional; nem com a virtude, pois há de proteger criminosos e a eles se associar; nem agirá também para que se lhe guarde boa lembrança, vez que manterá em cárcere, sem qualquer condenação, como forma de tortura para “confessar” os feitos e os não feitos, encontros com quem jamais esteve e falas nunca proferidas, o que não poderíamos qualificar de gracioso acolhimento. Este é o regedor que temos. Aos crimes comprovados dos favoritos da banca, a liberdade e os louvores de vida dedicada à família e à pátria; se um desgarrado regedor condena, o pronto habeas corpus de um plantonista madrugador, e, nesta proposital legislação caótica, importa-se a lei estrangeira e aqui, por ela, se processa. E para isto se organizam cursos e seminários colonizadores pela potência colonial. Por que estranhar o desmonte industrial, a cremação da engenharia nacional, o vilipêndio do defensor do Brasil, com prisão perpétua?Chegamos agora a um ponto crucial. A condenação sem crime em processo, confessadamente não lido, de um líder popular. Alguém que buscou, como um bom selvagem, a harmonia social dos acordos, ao invés da luta a que tantos sempre propugnaram. Há enorme expectativa sobre as reações e se ocorrerão na continuidade desta condenação. Há também grande perplexidade pela sujeição aos evidentes interesses da banca, pronunciados pelos seus mais autorizados porta-vozes, nesta condenação e futura prisão do líder. Será a confissão de um agente, na agonia dos últimos instantes, do crime contra a Pátria? Em artigo recente, sobre o fim de uma era de progresso, iniciada por Vargas, e sentindo profunda agonia por meus adolescentes netos, intitulei-o “Com a morte na alma”, uma existencial alusão sartriana. Neste vejo a sociedade em liberdade provisória, em “sursis”. Espero que o povo brasileiro reaja e meu próximo artigo, fechando a trilogia, tenha por título “A idade da razão”. Autor: Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

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