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T.S. Eliot – Poesia – Versos na tarde – 20/05/2017

Quarta-Feira de Cinzas III T.S. Eliot¹ III Na primeira volta da segunda escada Voltei-me e vi lá embaixo O mesmo vulto enrodilhado ao corrimão Sob os miasmas que no fétido ar boiavam Combatendo o demônio das escadas, oculto Em dúbia face de esperança e desespero. Na segunda volta da segunda escada Deixei-os entrançados, rodopiando lá embaixo; Nenhuma face mais na escada em trevas, Carcomida e úmida, como a boca Imprestável e babugenta de um ancião, Ou a goela serrilhada de um velho tubarão. Na primeira volta da terceira escada Uma túmida ventana se rompia como um figo E além do espinheiro em flor e da cena pastoril A silhueta espadaúda de verde e azul vestida Encantava maio com uma flauta antiga. Doce é o cabelo em desalinho, os fios castanhos Tangidos por um sopro sobre os lábios, Cabelos castanhos e lilases; Frêmito, música de flauta, pausas e passos Do espírito a subir pela terceira escada, Esmorecendo, esmorecendo; esforço Para além da esperança e do desespero Galgando a terça escala. Senhor, eu não sou digno Senhor, eu não sou digno mas dizei somente uma palavra. ¹¹Thomas Stearns Eliot * Nuneaton, Reino Unido – 22 de novembro de 1819 + Chelsea, Londres, Reino Unido – 22 de dezembro de 1880 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Poluição – Oceano Pacífico

Remota e desabitada, ilha no Pacífico tem a maior concentração de lixo plástico do mundo A ilha fica a cerca de 5.5 mil km da costa do Chile – Direito de imagem JENNIFER LAVERS/UNIVERSIDADE DA TASMÂNIA Uma ilha desabitada do Pacífico Sul é o local com a maior densidade de lixo plástico do mundo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A Ilha Henderson, parte do arquipélago de Pitcairn, um território do Reino Unido, tem um número de pedaços de plástico em suas praias estimado em 37,7 milhões. O motivo? Henderson fica no caminho de uma corrente marinha, e acaba recebendo lixo jogado de navios e vindo da costa oeste da América do Sul. Cientistas britânicos e australianos, que mapearam o estado da poluição na ilha, esperam que seu estudo faça as pessoas “repensarem seu relacionamento com o plástico”. Eles estimam que haja uma densidade de 671 itens por metro quadrado e um total de 17 toneladas. “Uma grande parte dos detritos que encontramos na ilha era o que erradamente chamamos de descartáveis”, disse a bióloga Jennifer Lavers, da Universidade da Tasmânia (Austrália). Animais, como crustáceos, acabam afetados pelo lixo O estudo, publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, descreve como o arquipélago, distante mais de 5,5 mil km da costa do Chile, funciona como uma espécie de “pia” para o lixo do mundo, localizado perto de um “ralo” chamado Giro do Pacífico Sul – o maior sistema de correntes marítimas do globo. Além de restos de objetos ligados à pesca, as areias em Henderson estão salpicadas de itens mais familiares do dia a dia, como escovas de dentes, isqueiros e lâminas de barbear. “Caranguejos estão usando tampas, potes e jarras de plástico como novas casas”, disse Lavers. “Pode parecer bonitinho, mas não é. O plástico é velho, frágil e tóxico.” A cientista contou ainda que foi encontrado um grande número de capacetes plásticos, do tipo usado na construção civil. Escala da sujeira Henderson faz parte de uma lista de lugares do mundo reconhecidos como patrimônio da humanidade pela Unesco, a agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, que descreve “praias intocadas” e “paisagens exuberantes”. Uma imagem que não poderia ser mais diferente das divulgadas por Lavers e os colegas. Quantidade de detritos na ilha seria de 37,7 milhões “Quase todas as ilhas do mundo e quase todas as espécies no oceano de alguma forma estão sendo afetadas por nosso lixo. Nenhum país e nenhuma pessoa está impune”, afirmou a cientista. Lavers explicou que o plástico é especialmente devastador para os oceanos porque boia e é para lá de durável – uma garrafa, por exemplo, demora uma média de 450 anos para degradar.

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Tecnologia – WhatsApp e o golpe das cores

O que é o golpe das cores do WhatsApp e como se prevenir Este novo golpe promete trocar as cores do WhatsApp, mas o objetivo é outro: encher seu celular de anúncios publicitários e acessar dados pessoais Você quer trocar a cor do WhatsApp em seu celular? Pense duas vezes antes de aceitar um convite suspeito. Uma nova fraude que promete personalizar a cor do popular aplicativo de mensagens está circulando por celulares do mundo inteiro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Trata-se de um página na internet com o logo e a aparência do WhatsApp, mas em azul em vez de verde, além de um nome muito parecido: шһатѕарр.com. A URL falsa usa caracteres do alfabeto cirílico (“ш”e “т”) para se passar pelo original e convida usuários de dispositivos iOS, Android, Blackberry e Windows Phone a trocar a cor do WhatsApp. A instalação, no entanto, faz proliferar um vírus que enche o aparelho de anúncios publicitários. Como funciona e como evitar a fraude A URL enganosa já aperece em espanhol e usa o mesmo nome do WhatsApp, mas com caracteres cirílicos (e não começa com “https”) – Direito de imagemШҺАТЅАРР.COM O golpe funciona da seguinte maneira: Primeiro, pede-se que o usuário encaminhe a URL enganosa a 12 de seus contatos ou a sete de seus grupos de WhatsApp. Em seguida, deve-se ativar um link. Pouco depois, aparece uma mensagem: as novas cores do WhatsApp estão disponíveis apenas no aplicativo de desktop. Então, o usuário tem que instalar uma extensão do Google Chrome, cujo nome é “BlackWhats”. Pede-se para fazer o download de uma extensão fraudulenta: BlackWhats. Direito de imagem BLACKWHATS A página web é uma plataforma adware, ou seja, um software malicioso que mostra avisos publicitários em seu navegador. Uma imagem de alerta já aparece no momento da instalação. Imagem de alerta diz que página pode ser perigosa Esse tipo de golpe é conhecido como phishing e tem como objetivo acessar dados pessoais do usuário contidos em seu telefone ou conta de e-mail. Por isso, não é recomendável clicar em sites pouco confiáveis ou fazer o download de extensões desconhecidas. Como evitar cair em fraudes do tipo: Confirme o endereço web: o fato de um endereço terminar em .org não garante que ela seja oficial. Analise o endereço com cuidado e cheque todos os caracteres. https x http: mesmo que nem sempre seja uma garantia, note se aparece no início do endereço o protocolo https, a versão segura do http. Não faça download de extensões suspeitas: pergunte-se se você realmente precisa instalar a extensão e por que ela é necessária. Revise a gramática: os erros de ortografia são habituais nesse tipo de golpe. Desconfie se o convite obriga a compartilhá-lo com seus contatos: costuma ser uma estratégia comum para distribuir o vírus adware. Mas quem está por trás da fraude? Não há nomes vinculados ao registro do шһатѕарр.com, mas há um endereço no Arizona, nos EUA, segundo o WHOIS, a base de dados que permite identificar o proprietário de um domínio de endereço IP na internet, explica o veículo International Business Times. Esta não é a primeira vez que os usuários do WhatsApp são vítimas de golpes. Algumas ações fraudulentas tentam convidar usuários para assinaturas gratuitas do Netflix ou a ganhar dinheiro muito facilmente. O WhatsApp sugere em seu site que se evite clicar em aplicativos que pedem para reenviar a mensagem ou que prometem ganhos financeiros. “Sempre advertimos ao remetente: ignore e apague a mensagem”, diz a empresa.

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Alemanha – Como é viver sem catracas

Alemanices: Viver sem catracas Plataforma na estação de trem de Essen, no oeste da Alemanha Não há barreiras para acessar o transporte público na Alemanha, o que não significa que se possa andar sem bilhete. Fiscais aparecem de surpresa e multam quem não tiver passagem válida.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Viver sem catracas é uma realidade na Alemanha. As plataformas são simplesmente uma extensão da calçada. Não há barreiras pra entrar no ônibus, bonde, trem ou metrô. A única regra é ter um bilhete válido para a viagem. Tem quem se arrisque a usar o transporte público sem pagar. Schwarzfahren – termo para viajar sem passagem – pode custar muito caro. Assim como na Suíça e na Áustria, fiscais aparecem sem aviso para checar os passageiros. Os bilhetes são comprados em máquinas automáticas ou em balcões de atendimento. Nos ônibus, também é possível comprar o bilhete diretamente com o motorista. Não há cobradores. A jornalista Karina Gomes¹ vive na Alemanha desde 2013 O mesmo vale para os trens regionais (Regio), trens rápidos (S-Bahn) e os de longa distância operados pela Deutsche Bahn (DB), empresa responsável pelo sistema de trens na Alemanha. Em viagens longas, funcionários passam regularmente pelos corredores perguntando aos passageiros quem acabou de embarcar para que o bilhete seja checado. As cidades são geralmente divididas por zonas, e o preço dos bilhetes varia. Alguns tipos de passagens precisam ser carimbados em máquinas espalhadas nas estações e dentro dos meios de transporte. Se o passageiro não o fizer, pode ter problemas. A maioria dos passageiros possui cartões mensais ou anuais, que também são checados. Os fiscais podem vir em caravana e entrar simultaneamente em todas as partes dos vagões para evitar que alguém escape do controle. Ou ainda checar o bilhete de quem está deixando o metrô, bonde ou ônibus naquela estação. Os fiscais são uniformizados, mas também podem ficar à paisana, como um passageiro comum. De repente, apresentam a identificação e pedem o bilhete. Na ausência dele, as multas variam e podem chegar a 60 euros. Os controladores pedem documentos, recolhem os dados e dão um boleto para quitar a multa. Se o passageiro tiver o dinheiro na hora, o pagamento é feito ali mesmo. O transporte público alemão tem outras peculiaridades, dependendo da cidade. Em geral, não é permitido comer dentro do ônibus. Se você o fizer, o motorista pode dar uma advertência e exigir que você deixe o veículo. É possível transportar bicicletas, mas se alguém quiser entrar com um carrinho de bebê, tem prioridade, e o ciclista precisa desembarcar imediatamente. Durante a noite, em geral depois das 21h, a entrada no ônibus é permitida apenas pela porta dianteira, e é preciso mostrar o bilhete ao motorista do ônibus. Viver sem catracas na Alemanha não significa transporte gratuito. O controle é aleatório e esporádico, porque existe um entendimento de que é preciso contribuir para o sistema funcionar. A pontualidade é obviamente uma marca do transporte da Alemanha, mas atrasos também acontecem com frequência. Os usuários são informados por painéis eletrônicos. Mas se o transporte público segue o itinerário é como diz a placa: não às 11h10, mas às 11h08. Um minuto de atraso pode atrapalhar toda a viagem. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]¹Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos em direitos humanos e sustentabilidade e vive há três anos na Alemanha.

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