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Sá de Miranda – Versos na tarde – 10/03/2017

Comigo me desavim Sá Miranda¹ Comigo me desavim, Sou posto em todo perigo; Não posso viver comigo Nem posso fugir de mim. Com dor da gente fugia, Antes que esta assi crecesse: Agora já fugiria De mim , se de mim pudesse. Que meo espero ou que fim Do vão trabalho que sigo, Pois que trago a mim comigo Tamanho imigo de mim? ¹Francisco de Sá de Miranda * Coimbra, Portugal – 28 de agosto de 1481 d.C + Amares, Portugal – 1558 d.C

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Gilmar Mendes: Temer pode retornar à Presidência se for cassado pelo TSE

Segundo Gilmar, Temer pode manter seus direitos políticos intactos Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Gilmar Mendes sustenta que Michel Temer pode retornar à Presidência da República na hipótese de perder o mandato no julgamento sobre a cassação da chapa vitoriosa na disputa presidencial de 2014.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Assim, poderia candidatar-se ao Planalto numa eleição indireta feita pelo Congresso Nacional, onde dispõe de ampla maioria. Gilmar Mendes, hoje um dos principais conselheiros de Temer, falou sobre o tema à agência Reuters. Na sua avaliação a comprovação do uso de caixa, potencializada pelos depoimentos de delatores da Odebrecht à Justiça Eleitoral, afeta a chapa Dilma Rousseff—Michel Temer como um todo. “Evidente que o vice participa da campanha”, disse o ministro. “Mas quem sustenta a chapa é o [candidato a] presidente, o cabeça de chapa.” Por esse raciocínio, a caracterização do abuso do poder econômico levaria à cassação dos dois integrantes da chapa. Mas apenas Dilma, deposta pelo Senado há seis meses, ficaria inelegível. Seria dela, não do seu vice, a responsabilidade pelo ingresso de verbas de má origem na caixa registradora do comitê. Prevalecendo esse entendimento, Temer não seria alcançado pela inelegibilidade. Gilmar Mendes, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal, disse que não há dúvida quanto à forma de preenchimento do cargo de presidente em caso de cassação da chapa. A Constituição prevê que, durante a segunda metade do mandato, a eleição tem de ser indireta e conduzida pelo Congresso Nacional. A defesa de Temer vinha sustentando a tese segundo a qual a contabilidade da campanha do vice deveria ser apartada das contas da cabeça de chapa. Relator do processo, o ministro Herman Benjamin torce o nariz para a tese. Que tornou-se dura de roer depois que os delatores da Odebrecht deixaram claro que a construtura repassou milhões por baixo da mesa ao comitê encabeçado por Dilma. O Planalto passou a opera rem favor da protelação do julgamento. Gilmar Mendes não exclui a hipótese de o processo se estender até o ano eleitoral de 2018. Ele acredita que o relatório de Herman Benjamin “dificilmente” ficará pronto “antes do final do semestre”. Por quê? “Como ele abriu, pode ter pedidos de novos depoimentos por parte das partes, e provas e perícias. Há possibilidade de delay (atraso)”. Gilmar afirma, de resto, que os ministros do TSE podem pedir vista do processo, o que contribuiria para retardar o julgamento. “Não é de se excluir que (o processo) dure até o ano que vem”, disse. BlogJosiasdeSouza

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Repsol faz a maior descoberta de petróleo dos últimos 30 anos nos EUA

Recursos encontrados no Alasca chegam a 1,2 bilhão de barris do petróleo cru leve À direita, Antonio Bufrau, ao lado do CEO, Josu Jon Imaz. EFE A petrolífera espanhola Repsol fez no Alasca a maior descoberta convencional de petróleo dos últimos 30 anos em território norte-americano, segundo informou a empresa à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) do país. A Repsol explora a região em um consórcio com a Armstrong Energy.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Os poços da descoberta (Horseshoe-1 e Horseshoe-1A), perfurados na temporada de inverno da exploração 2016-2017, se somam ao de Pikka, desenvolvido em 2014 e 2015 mas não quantificado até o momento, e ampliam em 32 quilômetros uma formação descoberta em ações de exploração anteriores na região de Nanushuk. Segundo a empresa, essa área é uma das que possuem maior potencial da bastante produtiva região do North Slope do Alasca. Segundo o órgão de regulação da Bolsa, a Repsol calcula que os recursos registrados a partir dos dados existentes sobre a formação de Nanushuk somem aproximadamente 1,2 bilhão de barris de cru leve. Esse número equivale a quatro anos de consumo global na Espanha. Em novembro do ano passado, a Administração dos EUA anunciou que havia encontrado uma jazida estimada em 20 bilhões de barris diários no Texas; embora, segundo fontes da empresa, isso não tenha ainda se confirmado e não apareça como tal nos rankings do setor. A empresa, presidida por Antonio Brufau, tem participação de 25% em Korseshoe e 49% em Pikka. A Armstrong é dona do restante e também, atualmente, a operadora. Antes da descoberta em Horseshoe, a Repsol utilizou, como operadora, 13 poços de exploração e prospecção em North Slope, onde foi possível encontrar vários reservatórios na formação de Nanushuk, na região de Pikka. A Repsol está explorando ativamente no Alasca desde 2008. Desde 2011 a empresa realizou múltiplas descobertas na zona de North Slope, na área de Armstrong. As diferentes campanhas nessa zona, que se considerava madura, demonstraram haver um significativo novo potencial. Além disso, a infraestrutura existente no Alasca permitiu a exploração dos recursos com maior eficiência. Produção a partir de 2021 Está previsto que um porcentual significativo dos recursos identificados seja reclassificado como reserva comprovada e provável tão logo forem obtidas as licenças administrativas do projeto Nanushuk. O plano de desenvolvimento preliminar de Pikka prevê que a produção seja iniciada a partir de 2021, com um potencial ao redor de 120.000 barris de petróleo por dia. O objetivo da Repsol é alcançar nesse ano em toda sua produção 700.000 barris por dia, por isso, quando for incorporado será um acréscimo importante. O poço Horsehoe-1, perfurado a uma profundidade total de 1.828 metros (6.000 pés), revelou uma coluna líquida de petróleo de mais de 46 metros (150 pés) em distintos reservatórios da formação Nanushuk. Por sua vez, em Horseshoe-1A, perfurado a uma profundidade total de 2.503 metros (8.215 pés), foi encontrada uma coluna líquida de petróleo de mais de 30 metros (100 pés), também em Nanushuk.

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12 Pontos para você entender o sistema de voto distrital

“Quem aqui foi eleito, mas quase não foi votado e entrou no vácuo de outro deputado, favor levantar a mão” Primeiro Ponto – Do jeito que tá, não dá. Nas últimas semanas, manifestações que nasceram da articulação à esquerda acabaram ganhando a adesão de multidões compostas por representantes de todo o espectro político brasileiro, inclusive do pessoal da extrema direita e daquela turma que grita “Anauê” com o braço esticado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Foi desse jeito meio confuso que aportou, no Brasil, o Cisne Negro de Taleb, surpresa que deixou partidários de esquerda e de direita um bocado perdidos em suas tentativas de, pela retórica ou pela manipulação midiática, apropriarem-se de tal fenômeno. Nessa diversidade de orientações políticas, poucos pontos em comum podem ser encontrados nas multidões que ocupam ruas e avenidas. Apenas uma coisa parece ser consensual: algo precisa ser mudado. Do jeito que está, não dá mais. Mas mudar o que, exatamente? Destruir tudo parece coisa de criança. Na verdade, o que a História nos ensinou é que, muitas vezes, pequenas e discretas mudanças podem ser muito mais efetivas do que radicais e repentinas transformações. Que nos diga a maquinazinha de Gutenberg. É preciso pensar muito bem antes de dar os primeiros passos, pois a direção a ser tomada é, às vezes, muito mais importante que a velocidade da mudança. No começo de qualquer caminhada, uma pequena alteração na trajetória inicial pode, anos mais tarde, representar uma gigantesca diferença no destino final. Segundo ponto – Estamos sozinhos nessa história Estamos sozinhos, mas não solitários. Foi aí que o pessoal que está no poder há mais tempo do que seria desejável para o fortalecimento de uma democracia jovem (independentemente dos méritos e deméritos de tais governantes) colocou em pauta a possibilidade de uma reforma política no Brasil. Sejam boas ou más as intenções por trás dessa proposta, ocorra ou não um plebiscito ou um referendo, o fato é que os holofotes finalmente se voltam para um assunto fundamental: o sistema eleitoral que nós, cidadãos, desejamos. Quanto a esse ponto, independentemente de nossas inclinações ideológicas, se de direita ou esquerda, um fato devemos ter sempre em mente: as últimas pessoas que devemos consultar sobre esse assunto são os próprios congressistas. E porque isso? Porque eles são maus? Porque são ladrões? A resposta é muito mais simples e inclui congressistas honestos e corruptos: porque eles foram eleitos pelo sistema que está aí (e muitos deles diversas vezes reeleitos). Portanto, esperar que os atuais congressistas nos esclareçam a questão com honestidade, ou que decidam espontaneamente alterar o sistema político que os beneficiou, é o mesmo que esperar que o vencedor de uma partida altere as regras de um jogo no qual ele já se tornou craque. É o mesmo, enfim, que incumbir a raposa de projetar um novo sistema de defesa para a proteção do nosso galinheiro. Então, sinto muito: nós, cidadãos, estamos totalmente sozinhos nessa história. Precisamos descobrir por nós próprios qual o sistema político que nos convêm e, feita essa descoberta, exigir dos atuais congressistas a mudança desejada. Força já percebemos que não nos falta. Este texto pretende colaborar e abrir um pouco mais de espaço para a discussão sobre nosso sistema político. E começamos com uma pergunta. O que é, afinal, voto distrital? A melhor forma de começar a responder é explicando como funciona o sistema atual. Terceiro ponto – O que é o Sistema Proporcional O deputado federal Tiririca (PR), nas eleições de 2010, teve a maior votação do Brasil e “puxou” mais três candidatos que, sozinhos, não seriam eleitos O sistema proporcional é, hoje em dia, o sistema pelo qual elegemos Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores. Por ser o de mais fácil compreensão, vamos usar, como exemplo, a eleição de Deputados Federais. Hoje, o eleitor vota em qualquer candidato de qualquer partido que concorra em seu Estado. O morador de Cacimbaúna do Sul pode votar em Aldegundo Percegonha, garboso candidato do Partido Urbanista, cuja carreira política esteve sempre vinculada a outra cidade, situada no extremo oposto do mesmo Estado. As razões para alguém votar em um sujeito, assim, tão distante de sua própria comunidade, podem ser várias: Aldegundo Percegonha pode ser bonitão, ou um grande artista, ou ter um bom discurso, ou ser um craque no futebol, e por aí vai. No sistema proporcional, além disso, votar em um candidato significa votar, indiretamente, no partido do candidato (o tal “voto na legenda”). E isso acaba beneficiando outros candidatos desse partido, ainda que o eleitor não conheça nenhum deles e apenas queira votar no Aldegundo Percegonha, um cara simpático. Vamos explicar mais adiante como isso funciona, mas já tenha isso em mente agora. Quarto ponto – A herança do vovô Getúlio para seus netinhos “Pô… de nada” No Brasil, esse sistema proporcional começou a ser montado a partir 1932, momento da ascensão de Getúlio Vargas ao poder. E foi montado com um objetivo claro. Nas palavras de Fábio Comparato, a intenção era criar um sistema eleitoral “duplamente fraco”, tanto “pela ampla liberdade de criação de partidos” como “pela introdução de voto em candidatos individuais, e não em partidos” (em A Necessária Reformulação do Sistema Eleitoral Brasileiro, ed. Del Rey, 1996). Todo mundo sabe o que aconteceu depois: Estado Novo, totalitarismo, repressão. Trata-se de um sistema que, aparentemente, possibilita que pequenos partidos tenham acesso ao poder. Porém, a consequência prática é pulverizar a representação dos interesses da população em inúmeros partidos. Dividir para conquistar, uma técnica utilizada por Getúlio Vargas com muito sucesso, e que os militares empregaram décadas mais tarde, durante a Ditadura Militar, pouco antes de saírem do poder — para tentar conter o avanço dos opositores ao regime. E o resultado é o que vemos hoje no Brasil: um excessivo número de partidos, exigindo que os governantes costurem sua base parlamentar com a agulha dos favorecimentos pessoais, distribuindo cargos entre várias legendas para, através de acordos e apadrinhamentos, alinhavar o apoio do Poder Legislativo. Além disso, o sistema proporcional faz com que

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