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Pikitty e o velho novo Keynianismo

Análise sobre a situação política econômica no Brasil e no mundo. Alexandre Costa Os feiticeiros Capitalistas. Como o Neokeynesiamo Thomas Pikitty tentando ultrapassar a crise por meio do alimento dos impostos. A imprensa burguesa especializada, a esquerda e as universidades têm divulgado, em larga escala, o livro do economista Thomas Piketty chamado “Capital no século XXI” que, apesar de apresentar muitas informações e dados, tenta apresentar mecanismos artificiais para conter o aprofundamento da crise capitalista. A tese central do livro é que o desenvolvimento do capitalismo, nos últimos dois séculos, teria apresentado a tendência à concentração da riqueza e a produzir níveis ainda maiores de desigualdade social. A demonstração é feita por meio de malabarismos estatísticos. A proposta central para “resolver” o problema seria o aumento da tributação sobre o capital. A direita, que representa abertamente os interesses dos setores mais vinculados à especulação financeira, sustenta que “o capitalismo de livre mercado” distribui riqueza e é o grande baluarte para a defesa das liberdades individuais. Piketty diz que “o capitalismo de livre mercado”, não leva à redistribuição da riqueza pelo estado e que produz “oligarquias antidemocráticas”. A chamada escola neokeynesiana, liderada por figurões como o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, apoiam as mesmas políticas propagandeadas por Piketty como panaceias para conter a crise do capitalismo. Os mais ousados chegaram a dizer que o livro supostamente seria o substituto para o nosso século de O Capital de Karl Marx que somente seria válido para o século XIX. Na realidade, o livro de Piketty simplesmente tenta apresentar fórmulas requentadas que não explicam a origem real do colapso capitalista de 2008, a disparada do endividamento público e agora da inflação, assim como a recessão industrial em escala mundial. A demonstração da desigualdade provocada pelo capital é quase uma tautologia que somente consegue ser camuflada, medianamente, por causa da propaganda maciça promovida pela burguesia. Karl Marx já tinha demonstrado as causas econômicas que levavam à acumulação da riqueza. Hoje, aproximadamente um bilhão de pessoas passam fome segundo dados das próprias Nações Unidas. A tributação sobre as heranças, do imposto progressivo e de um imposto sobre a riqueza global não levarão a grandes alterações do desenvolvimento parasitário do capitalismo se não forem alteradas as relações de propriedade sobre os meios de produção. A queda dos lucros está levando os capitalistas ao desespero e a promover medidas de força para repassar o peso da crise sobre os trabalhadores. O QUE É O CAPITAL? De acordo com Piketty, o capital seriam todos os ativos em mãos de particulares, empresas e governos que podem ser negociados no mercado. Isso inclui terra, imóveis e direito de propriedade intelectual, assim como coleção de arte e de joias. A taxa de retorno do capital, “r”, de Piketty, não considera a avaliação do capital inicial, que aparece como uma coisa semi-mística, e está baseada na premissa de que dependeria essencialmente da taxa de crescimento, porque o capital se valorizaria por causa do que produz e não pelos componentes envolvidos na produção. A explicação de Piketty para o aumento das desigualdades de riqueza e lucro não considera o lucro monopolista, que está influenciado em cheio pela especulação financeira, e, muito menos, o explica. Karl Marx começou estudo do O Capital com a mercadoria, célula básica da riqueza social que se apresenta sob dois aspectos complementares e excludentes ao mesmo tempo: valor de uso e valor. O valor de uso, ligado aos aspectos físicos da mercadoria, é determinado pela sua utilidade. O valor é a cristalização do trabalho humano na mercadoria. Esta categoria abstrata, entretanto real, manifesta-se no cotidiano através do valor de troca, ou mais simplesmente por meio da troca entre mercadorias diferentes. A partir desta conclusão, Marx apresentou o desenvolvimento da forma valor até a forma dinheiro e, posteriormente, o capital. Ao invés de apresentar a história do dinheiro, ele procura abstrair da aparência acidental deste desenvolvimento a lei interna deste movimento. Essas leis são a base do Livro que apresenta as leis gerais do desenvolvimento histórico sob as leis gerais do materialismo dialético. Em outras palavras, não se trata de uma racionalização da história, uma adaptação da realidade a uma teoria esotérica, mas de encontrar na própria realidade as contradições que a movimentam. A contradição fundamental do capital, uma lei estatística? A lei estatística que supostamente explicaria o aumento contínuo da acumulação de riqueza teria como base que a taxa de retorno sobre o capital sempre excederia a taxa de crescimento do rendimento, o que representaria “a contradição central” do capital. Os capitais têm a tendência a serem remunerados pela taxa de lucro média conforme a lei estudada detalhadamente no Livro III do O Capital de Karl Marx. Os economistas burgueses vulgares não conseguem compreender as leis de funcionamento do capitalismo devido à classe social que representam. O reconhecimento de que o verdadeiro gerador de valor é a força de trabalho da classe operária implicaria em reconhecer o caráter histórico desse sistema social. As categorias genéricas de “valor de trabalho” e “preço natural do trabalho”, entre outras, impediram à economia clássica avançar no entendimento das leis do capitalismo. Para os economistas vulgares serviram com “uma base segura de operações para a sua superficialidade, que somente venera as aparências”. Trata-se de uma operação de camuflagem porque a transformação do valor e preço da força de trabalho em salário “torna invisível a relação efetiva e precisamente mostra o oposto dessa relação, [nela] se fundamentam todas as noções jurídicas tanto do operário como do capitalista, todas as mistificações do modo capitalista de produção, todas as ilusões de liberdade, todos os absurdos apologéticos da economia vulgar”. (Karl Marx, O Capital, Livro 1, Cap. 17) QUAL FOI A BASE DO “ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL”? De acordo com Piketty, o “estado social” teria sido promovido pela aplicação de políticas keynesianas que, após a Segunda Guerra Mundial, teria levado à redução das desigualdades de rendimento (nem tanto da riqueza), por causa do aumento da procura que levou ao crescimento. O financiamento teria acontecido por causa

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Governo age nos bastidores para adiar julgamento sobre o mandato de Temer

Esquenta no TSE a chapa Dilma-Temer Numa articulação que envolve ministros, políticos e magistrados, o governo tenta protelar no Tribunal Superior Eleitoral o desfecho da ação que pode resultar na cassação da chapa Dilma Rousseff—Michel Temer e na consequente interrupção do mandato do atual presidente da República.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Auxiliares e aliados de Temer receiam que o ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE, votará a favor da cassação. O medo foi potencializado pela decisão de Benjamin de interrogar delatores da Odebrecht sobre repasses ilegais feitos ao comitê de campanha vitorioso nas eleições presidenciais de 2014. Dois dos sete ministros que compõem o plenário do TSE terão de deixar o tribunal. Henrique Neves sairá em abril. Luciana Lóssio, em maio. Caberá a Michel Temer indicar os substitutos que irão compor o colegiado incumbido de julgá-lo. O blog apurou que o presidente pende para a indicação de dois advogados que já atuam como substitutos dos titulares no TSE: Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto. Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal aprovou a lista tríplice com os candidatos à vaga do ministro Henrique Neves. Os nomes de Admar e Tarcísio, preferidos de Temer, constam da lista. O terceiro é Sérgio Banhos. A movimentação do relator Herman Benjamin sugere que ele não está alheio ao que se passa ao redor. Ao intimar delatores da Odebrecht para depor em plena Quarta-feira de Cinzas, o ministro sinalizou a intenção de submeter seu voto ao plenário do TSE antes da saída dos colegas Henrique Neves e Luciana Lóssio. Ao farejar o risco, operadores de Temer passaram a cultivar o desejo de que um dos ministros da Corte Eleitoral formule um pedido de vistas do processo, empurrando o julgamento com a barriga. Um magistrado ouvido pelo blog disse que já haveria um ministro propenso a provocar o adiamento. Chama-se Napoleão Nunes Maia Filho. Ele é colega de Herman Benjamin no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tem boas relações com Gilmar Mendes, ministro do Supremo, presidente do TSE e um dos principais conselheiros de Michel Temer. O pedido de vista não impede que Henrique Neves e Luciana Lóssio se manifestem no processo. Se quiserem, os dois podem antecipar os seus votos. Como que decidido a se contrapor a eventuais manobras, o relator do processo desenvolveu um método que facilita a formação do juízo dos colegas. Herman Benjamin divulga a íntegra dos documentos do processo no site do TSE. Vão à vitrine inclusive os depoimentos que o ministro faz questão de colher pessoalmente. Acumularam-se nos autos indícios de que as arcas do comitê petista foram abastecidos com verbas de má origem. Ciente dos riscos que corre, Temer escorou sua defesa na tese segundo a qual a contabilidade de sua campanha à vice-presidência nada tem a ver com as contas do comitê de Dilma. Essa linha de defesa divide o plenário do TSE. Na dúvida, o Planalto prefere trabalhar pelo adiamento. Avalia que a hipótese de cassação do mandato de Temer diminui na proporsão direta da aproximação do ano eleitoral de 2018. Sobretudo se os indicadores econômicos melhorarem, como aposta o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). A ação que acusa Dilma e Temer de prevalecer na eleição de 2014 graças a abusos políticos e econômicos foi movida pelo PSDB de Aécio Neves, derrotado na disputa. O tempo passou. E o tucanato agora integra o governo Temer. O processo é histórico. O TSE jamais submetera uma campanha presidencial a semelhante processo investigatório. Gilmar Mendes, o presidente do TSE, concorda com a relevância do julgamento. Mas, paradoxalmente, não parece muito preocupado com o resultado. Nesta quinta-feira, ele declarou o seguinte: “Esse processo é extremamente importante, histórico, independentemente do resultado. No fundo, o que se investiga? Uma forma de fazer política, que nós esparamos que fique no passado. Então, mais do que a importância do resultado —cassação ou confirmação, improcedência ou procedência—, o importante é que haja esse documento histórico sobre como se fazia campanha no Brasil. Nesse caso, um retrato bastante autêntico, porque estamos falando de campanha presidencial. É uma campanha presidencial vencedora. Isso é o que me parece relevante.” O retrato, de fato é relevante. Mas se o quadro exposto no processo for degradante, o resultado não é irrelevante. Ao contrário, pode desaguar numa frustração histórica. BlogJosiasdeSouza BlogJosiasdeSouza

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O mito da caverna jornalística

Feitos e desfeitas: de volta a Platão Por Gabriel Bocorny Guidotti* O Mito da Caverna, de Platão, fala sobre um grupo de prisioneiros que, desde o nascimento, vivem acorrentados em uma caverna e passam o dia todo olhando para uma parede iluminada por uma fogueira.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Na parede, são projetadas imagens (sombras) de formas corriqueiras do nosso cotidiano: objetos, pessoas, animais etc. Os prisioneiros interpretam as projeções como verdadeiras, adquirindo uma visão distorcida do mundo. Certo dia, um prisioneiro consegue escapar, atingindo o mundo externo. Lá, ele descobre que as coisas que conhecia não são reais. Ao retornar à caverna, seus confrades não acreditam no que diz. Suas ideias, absurdas demais, não poderiam indicar a verdade. O fugitivo é ridicularizado, chamado de louco. Caso continuasse com aquela baboseira de “mundo real”, seus colegas tratariam de matá-lo. O Mito de Platão é um dos primores da filosofia. Serve de insumo para diferentes áreas do conhecimento. Apliquemos esse conceito à realidade jornalística. Imaginemos o público dos veículos de comunicação representando os prisioneiros da caverna. Num dia de trabalho qualquer, um jornalista decide fazer uma matéria sobre a corrupção na Assembleia Legislativa de seu estado. Proativo, ele não se contenta com os discursos fervorosos dos deputados sobre negativas de envolvimento em qualquer escândalo. Decide investigar. Vai atrás de fontes plausíveis, na sociedade civil e na polícia. Descobre provas irrefutáveis de que os casos de corrupção, de fato, ocorreram. No dia seguinte, a matéria é publicada. A repercussão tempestuosa na imprensa pautou, inclusive, outros veículos de comunicação, quando estes antes apenas faziam o trivial: publicavam depoimentos vazios de parlamentares mentirosos. A realidade não existe O jornalista do exemplo conseguiu sair da caverna. Negou a realidade que se apresentava a ele. Como resultado – e diferentemente do Mito, de Platão – as pessoas acreditaram em sua versão. Mas nem sempre acreditam. Os críticos, frequentemente, afirmam que a mídia busca mostrar a verdade que lhe convém. Não há como negar que alguns veículos procuram manipular certos acontecimentos a fim de prejudicar pessoas que desejam fora da cena. Uma pessoa que lê uma matéria poderá discordar da forma como ela foi escrita. Outra dirá que o texto apresentou os fatos de forma isenta, negando qualquer tentativa de indução. Platão não teria percebido, mas o jornalismo tratou de atualizá-lo: a realidade não existe, mesmo que o trabalho de comunicação busque a objetividade. Tudo é interpretação a respeito de um tema. Em suma, onde há humanidade, há discordância. O objetivo de jornalismo é mostrar a realidade, sim, da forma mais isenta possível. Isenção, todavia, é algo intangível. Quando o jornalista sair da caverna e retornar com uma reportagem, parte do público desejará desacreditá-lo, pedirá sua cabeça. Mas ele cumpriu seu papel na história do “mito jornalístico”, ainda que não tenha agradado a todos. Da mesma forma como a projeção de um objeto pela fogueira é distorcida, sempre haverá distorção na arte de comunicar. Cumpre a cada um diferenciar as bem-intencionadas das mal-intencionadas. *Gabriel Bocorny Guidotti é jornalista e escritor

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Lava Jato: Chegará a alcançar o judiciário?

“A Operação Lava Jato precisa chegar ao poder Judiciário” A jurista Eliana Calmon. ANDRESSA ANHOLETE Para a jurista Eliana Calmon, escândalo de corrupção que já respingou no Executivo e no Legislativo precisa alcançar todos os poderes Não é de hoje que a jurista Eliana Calmon, de 72 anos, polemiza com seus pares da magistratura. Em 2011, quando ocupava o cargo de corregedora nacional de Justiça, ela afirmou que “bandidos de toga” estavam infiltrados no Judiciário.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A declaração a colocou em rota de colisão com associações de juízes e magistrados, e posteriormente ela disse ter sido mal interpretada: “Eu sei que é uma minoria. A grande maioria da magistratura brasileira é de juiz correto”. Seis anos depois, com o país mergulhado no escândalo de corrupção da Petrobras, que mobiliza juízes de diversas instâncias com processos da Operação Lava Jato, Calmon volta à carga, e afirma que é preciso apurar a responsabilidade do Judiciário no caso. Baiana de Salvador – terra natal da empreiteira Odebrecht, bastante criticada pela jurista-, ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça. Em 2014, filiada ao PSB, tentou sem sucesso uma vaga no Senado Federal, e posteriormente anunciou apoio ao candidato tucano Aécio Neves, que disputou e perdeu a presidência naquele ano. Veja a entrevista concedida por Calmon ao EL PAÍS por telefone. Pergunta. Como você avalia a Lava Jato até o momento? Resposta. A Lava Jato foi um divisor de águas para o país. A partir dela vieram à tona as entranhas do poder brasileiro, e sua relação com a corrupção em todos os níveis de Governo. Mas para que tudo isso fique muito claro, seja passado a limpo de fato, precisa se estender para todos os poderes. Muitos fatos envolvendo o Executivo e o Legislativo vieram à tona, mas o Judiciário ficou na sombra, é o único poder que se safou até agora. P. Você acha que membros do Judiciário também tiveram um papel no escândalo de corrupção? R. O que eu acho é o seguinte: a Odebrecht passou mais de 30 anos ganhando praticamente todas as licitações que disputou. Enfrentou diversas empresas concorrentes, muitas com uma expertise semelhante, e derrotou todas. Será que no Judiciário ninguém viu nada? Nenhuma licitação equivocada, um contrato mal feito, que ludibriasse e lesasse a nação? Ninguém viu nada? Por isso eu digo que algo está faltando chegar até este poder. Refiro-me ao Judiciário como um todo, nas três instâncias. Na minha terra, na Bahia, todo mundo sabia que ninguém ganhava nenhuma causa contra a Odebrecht nos tribunais. O que eu questiono é que em todas estas décadas em que a empreiteira atuou como organização criminosa nenhum juiz ou desembargador parece ter visto nada… E até agora nenhum delator mencionou magistrados. P. Mas não existe um corporativismo no Judiciário que dificultaria processos contra os magistrados? R. Os juízes exercem atividade jurisdicional para serem isentos. Ponto. É o seguinte: o juiz de primeiro grau é processado perante o próprio tribunal. O de segundo grau é processado pelo Superior Tribunal de Justiça, e os ministros pela Suprema Corte. P. Como vê a indicação do senador Edison Lobão (PMDB-PA), investigado pela Lava Jato, para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado? R. Um presidente que está com seu ibope tão baixo quanto está o Michel Temerdeveria ser mais cauteloso. Do ponto de vista jurídico nada impede que ele articulasse com a bancada do PMDB no Senado para colocar o Lobão na presidência. Mas em razão do envolvimento dele no processo da Lava Jato melhor seria que ele ficasse de fora. Por outro lado, a decisão era da bancada do partido, que é majoritária, então isso é normal. Se não fosse o Lobão ia botar quem? Está todo mundo comprometido. Você fecha o olho e pega um parlamentar… Pegou um corrupto! Pegou outro, corrupto! Eliana Calmon em sua residência. ANDRESSA ANHOLETE  P. O que achou da indicação do ministro da Justiça licenciado, Alexandre de Moraes, para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal? R. Eu gostei da indicação. Aí todo mundo me pergunta “ah, mas o Moraes é político!”. Olha, eu gostei porque conheço ele e conheço os outros que foram cotados para assumir a vaga… E aí você conclui o que quiser. Esta história dele ser político, ora, eu conhecia os outros candidatos e não tinha ninguém bobo. Todos no STF têm inclinações políticas. Não é por amizade que apoio o nome dele. O que acontece é que ele é jovem e muito talentoso, tem livros maravilhosos sobre direito. É brilhante como intelectual e como militante na advocacia. Agora, se ele vai vender a alma ao diabo ou não, aí temos que ver… P. Enquanto os processos da Lava Jato na primeira instância avançam com rapidez, no STF o ritmo é diferente. O que provoca essa lentidão na Corte Suprema? R. O processamento das ações nos tribunais anda a passos de cágado. Não é só o Teori Zavascki ou o Edson Fachin [ex-relator e atual relator da Lava Jato no STF] que são responsáveis por isso. A tramitação do processo é muito lenta, e é óbvio que aqueles que detêm foro especial não têm interesse em fazer com que o processo, com que essas ações penais andem rápido. A legislação é cruel, há uma dificuldade de fazer andar esses processos. Veja na primeira instância, por exemplo: o Sérgio Moro recebe uma denúncia, e ele faz um juízo de valor, acolhendo ou não. Se acolheu, o denunciado já se torna réu. Agora no foro especial, quando o relator recebe a denúncia, ele nem inicia a ação penal. Ele abre uma intimação para que o indiciado na denúncia venha se defender. Só depois dessa defesa é que ele leva para a corte. Isso estende muito o processo, é muito demorado. E só depois disso começa o processamento. O processamento das ações nos tribunais anda a passos de cágado P. Temer foi muito criticado por ter

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Edward Hopper – Pro dia nascer melhor – 25/02/2017

Semana Edward Hopper¹ ¹Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de 1967) foi um pintor, artista gráfico e ilustrador norte-americano conhecido por suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na contemporaneidade. Em ambos os cenários urbanos e rurais, as suas representações de reposição fielmente recriadas reflete a sua visão pessoal da vida moderna americana[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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