Tomaz Vieira da Cruz – Versos na tarde – 16/01/2017
Selvagem Tomaz Vieira da Cruz ¹ Ninguém, ninguém, ninguém me queira mais; podem trazer-me tudo quanto existe: as pérolas de Ofir e as irreais ilusões que contentam quem é triste. Podem trazer-me, em doidos vendavais, a luz da felicidade que sentiste, mulher ditosa que em cortejo vais seguida de quem ama de quem riste. Podem passar, ó loucas multidões que eu bem o sinto, em tétrica miragem, o labirinto em vossos corações… Podeis passar, ó luz do sol fecundo, porque eu não troco o amor desta selvagem por todas as grandezas deste mundo! ¹ Tomaz Vieira da Cruz * Lisboa, Portugal – 1900 + Lisboa, Portugal – 1960 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]