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W.H. Auden – Versos na tarde – 26/12/2016

Blues Fúnebres W.H. Auden¹ Que parem os relógios, cale o telefone, jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais, que emudeça o piano e que o tambor sancione a vinda do caixão com seu cortejo atrás. Que os aviões, gemendo acima em alvoroço, escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu. Que as pombas guardem luto – um laço no pescoço – e os guardas usem finas luvas cor-de-breu. Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana, meu meio-dia, meia-noite, fala e canto; quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana. É hora de apagar estrelas – são molestas – guardar a lua, desmontar o sol brilhante, de despejar o mar, jogar fora as florestas, pois nada mais há de dar certo doravante. ¹W.H. Auden * York, Inglaterra – 1907 + Viena, Áustria – 1973 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O poema acima, traduzido pelo poeta e escritor Nelson Ascher, foi extraído do livro “Poesia Alheia – 124 poemas traduzidos”, Editora Imago – Rio de Janeiro (RJ), 1998, pág. 129. Esses versos foram ditos por John Hannah no filme “Quatro casamentos e um funeral”.

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