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Ovídio Martins – Versos na tarde – 19/06/2016

Para Além do Desespero Ovídio Martins¹ Para além do desespero… Apenas a criança Numa paisagem de nada A sua boca não ri (Nunca soube que uma boca de criança foi feita para rir) ¹Ovídio Martins * São Vicente, Cabo Verde – 17 de Setembro de 1928 Ovídio Martins é um escritor e jornalista Caboverdiano. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A crise no Rio, os porcalhões responsáveis e os guardanapos

Os responsáveis pela crise no Rio de Janeiro, que fez com que o governador em exercício decretasse estado de calamidade pública – o que já repercute na imprensa internacional -, são aqueles porcalhões que se sujaram dos pés à cabeça em uma festa milhardária no exterior, e tiveram que lavar a cabeça com guardanapo, enquanto riam e gargalhavam do sofrimento do povo fluminense. Em entrevista, o governador destacou que se o Estado do Rio de Janeiro fosse uma empresa, iria ser fechada. Mas, e o povo, como fica com isso? O jornal inglês The Guardian deu destaque na noite desta sexta-feira (17) ao decreto de calamidade pública, destacando que a medida ajuda a engrossar a lista de outros problemas que o país já precisava enfrentar, como impeachment da presidente Dilma, Zika, investigações sobre corrupção e dificuldades econômicas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “A maior preocupação para os 500 mil visitantes esperados para os Jogos é o corte no orçamento da segurança pública, o que contribui para os problemas enfrentados pela ‘pacificação’ de favelas e para um ressurgimento de crimes violentos. Isto em meio a advertências de que terroristas teriam o evento como alvo”, diz o jornal inglês. >> ‘The Guardian’: Calamidade pública no Rio é embaraço para anfitrião da Olimpíada Entre os personagens daquela festa milhardária estava o antigo secretário da Fazenda do Estado, que foi ministro da Fazenda no governo Dilma e hoje engana o mundo ao dirigir organismo internacional na área financeira. Outros que estavam ali enganam empresários, se empregando em suas empresas, talvez para fazer lobby de cobrança. E outro, da área de saúde, deve estar enganando ou tentando também com lobby para receber o que, quando secretário, ficou devendo a essas empresas. Em agosto de 2010, Sérgio Cabral já dizia: “Ganhamos as Olimpíadas, que parecia um sonho impossível. Estamos mudando o Rio”. Ele tinha razão, ele já sabia que o Rio ia quebrar, mas na mão de outros. Mais tarde, em novembro do mesmo ano, Cabral declarou: “Ganhamos as Olimpíadas de 2016 não foi para termos 21 dias de alta cobertura de segurança dos convidados. Ganhamos para dar à população do Rio.” E o povo, como fica? É obrigado a assistir a tudo isso calado. O próprio decreto fala em necessidade de atender às áreas de segurança, saúde e educação, basicamente. Na segurança pública, o cidadão é assaltado e morto. Na saúde, o enfermo tem como expectativa a morte. O acidentado no trânsito e o pobre doente em casa, se necessitarem do Samu, vão morrer, na ausência de ambulâncias, médicos e remédios. Na educação, o aluno do colégio público, como não pode estudar, corre o risco da delinquência ou da sobrevivência sofrida. Os servidores não recebem seus salários. E La Nave Va… E a Justiça não dará a esses senhores nem uma ‘tornozeleirinha’. Eles, os responsáveis por questões desde a queda de helicópteros com crianças mortas até o superfaturamento de empresas terceirizadas de todas as áreas, que não recebem do governo estadual mas também não reclamam, o que indica que os contratos firmados devem ter sido bem vantajosos para os envolvidos. E o povo, como fica? Depois que eles financiaram a Olimpíada, o povo se limita a trafegar por vias engarrafas, correndo o risco de perderem o emprego, os que ainda têm um, por não conseguirem chegar aos locais de trabalho na hora certa. E o povo, como fica? Os cientistas políticos e os sociólogos fazem suas previsões sobre o que pode vir a acontecer com esse povo. Eles concluem, por exemplo, que os policiais que vão para as ruas para tentar defender o estado e as famílias saem de casa conscientes de que suas próprias famílias podem perder o provedor. Os criminosos estão mais armados. Já a família precisaria esperar dois ou seis meses para receber os proventos do policial que morreu. E o povo, como fica? Enquanto o Brasil sofre, eles já providenciaram suas passagens e passaportes para viverem nas residências que devem ter no exterior. JB

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Arte: “Píeres flutuantes”, o novo projeto de Christo

Instalação no Lago de Iseo, no norte da Itália, é sonho de longa data do renomado artista. Durante duas semanas, visitantes da pequena Sulzano podem caminhar sobre as águas por três quilômetros. Instalação “Píeres flutuantes” poderá ser apreciada até 3 de julho em Sulzano A pequena Sulzano, no norte da Itália, espera receber por volta de 800 mil visitantes entre este sábado (18/06) e 3 de julho, graças aos chamados “Píeres flutuantes” (“Floating Piers”, em inglês), novo projeto de Christo, estrela da pop art. Fixados sobre pontões flutuantes, três quilômetros de píeres com 16 metros de largura interligam Sulzano a duas ilhas próximas no Lago de Iseo, Monte Isola e San Paolo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Trata-se de um substituto natural para a balsa que transporta, normalmente, os 2 mil residentes das ilhas até o continente. O prefeito de Sulzano, Fiorella Turla, chama a instalação de “o milagre de Christo”. O artista e a esposa Jeanne-Claude, que morreu em 2009, desenvolveram o conceito dos “Píeres flutuantes” já na década de 1970. Inicialmente, a ideia era que a instalação ficasse no Rio da Prata, na Argentina, e na Baía de Tóquio, no Japão. No entanto, eles nunca obtiveram permissão para realizar seu projeto nesses locais. Na instalação, foram usados 75 mil metros quadrados de tecido Finalmente, o sonho se tornou realidade no Lago de Iseo, localizado entre Milão e Veneza. “É um pouco como andar sobre um colchão d’água”, descreveu Wolfgang Volz, fotógrafo exclusivo de Christo e gestor do projeto. Trabalho intenso Apesar das difíceis condições meteorológicas, a instalação foi concluída dentro do cronograma. “No mês passado, tivemos três tempestades, mas elas não afetaram a obra”, disse Volz. No total, 220 mil cubos plásticos foram agrupados e cobertos por 75 mil metros quadrados de tecido amarelo dourado. “Esta cor é dália amarelo. Este amarelo profundo não é uma cor só: o tecido muda de coloração pela manhã, parecendo quase vermelho; ao meio-dia, quando o Sol está a pino, ele fica dourado”, afirmou Christo à DW. Christo sobre os cubos de plásticos dos pontões A empresa alemã Geo – Die Luftwerker, baseada em Lübeck, foi contratada para preparar o tecido: cortá-lo, costurá-lo e instalá-lo sobre os píeres. “No final, tivemos que trabalhar em turnos das 7h às 23h”, conta o diretor da companhia, Robert Meyknecht. Ele também teve de adquirir equipamentos especiais para a obra, como máquinas de costura potentes para o tecido grosso e um projetor a laser para obter os moldes específicos. “Cada parte tinha uma forma diferente”, explica o diretor. “Píeres flutuantes” interligam Sulzano a duas ilhas no Lago de Iseo O trabalho nos pontões não foi fácil para a equipe de Lübeck. “O movimento criado pelas ondas foi mais forte do que eu esperava”, comentou Meyknecht. Ele disse ter ficado particularmente impressionado com altura das ondas durante a tempestade. “Christo estava lá e parecia tão animado quanto um menino”, conta. A realidade é efêmera Christo ama a natureza. Suas obras de arte ambientais são, da mesma forma que as pessoas que as observam, expostas ao vento, ao sol a à chuva, dando vida aos trabalhos artísticos. “Isto não é uma imagem, um filme ou televisão, isto é a realidade”, disse Christo à DW. O tecido que ele estende sobre ou em torno de objetos simboliza a natureza temporária da arte efêmera. Nesse contexto, a instalação “Píeres flutuantes”, que custou 13 milhões de euros (por volta de 50 milhões de reais), não é exceção, ficando em exibição durante apenas 16 dias. Tecido muda de cor conforme a hora do dia, diz Christo Liberdade total Nascido na Bulgária, Christo financia seus trabalhos sem patrocinadores ou subvenções públicas. Em vez disso, ele vende seus esboços e fotos das instalações. O artista afirma ser cético quanto a todos os tipos de propaganda, seja política, ecológica ou religiosa. “Ninguém pode usar este trabalho para fazer propaganda, porque ele é baseado na liberdade total”, diz. Ele chegou até a admitir que sua obra é completamente inútil. “Ninguém precisa deste projeto. Somente eu, Jeanne-Claude e alguns amigos queríamos tê-lo. Isso é arte pura.” Na verdade, Christo, a esposa e os amigos não foram os únicos a querer o projeto. O prefeito de Sulzano também saúda a atenção internacional que a cidade deve receber nos próximos dias. Para as centenas de milhares de visitantes aguardados, a liberdade será mais do que um conceito quando andarem sobre a instalação flutuante – assim como para Christo.

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Literatura – Uma mulher, uma arma carregada: Emily Dickinson

Nascida em 1830, de pais calvinistas, em Massachusetts, Emily Dickinson é reconhecida como uma das maiores poetas dos Estados Unidos. Por:Kathleen E. Gilligan Embora seus poemas frequentemente tratem da morte, ela de fato escreveu sobre muitos assuntos. Vida, natureza, amor, ciência, céu, inferno, religião, escrita e anseio são apenas alguns dos tópicos que ela explorou. Em muitos casos, seus poemas parecem ter uma mensagem direta, detalhada de um jeito que mesmo aqueles que não estão familiarizados com poesia são capazes de perceber o seu significado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Outras vezes, a poesia dela pode parecer confusa ou estranha, até mesmo ao leitor mais atento. Nesses casos, é necessário esquadrinhar as pistas que ela deixa em suas palavras, de modo a decifrar o significado oculto. Seu uso aparentemente aleatório de letras iniciais maiúsculas, a ausência de pontuação ou a obsessão por travessões e o uso incorreto da gramática, tudo foi feito deliberadamente, às vezes para realçar a mensagem que, de outro modo, seria ignorada. Um poema assim, de múltiplos significados, é “My Life had stood – a Loaded Gun –”. Para o leitor comum, o poema personifica uma arma; diversas pistas metafóricas, no entanto, levam a uma segunda mensagem e significado: uma mulher e suas palavras têm um poder enorme. Em toda a sua obra, Dickinson não parece se importar com o que é aceito socialmente. Ela não foge de assuntos como religião e/ou céu e inferno, talvez os mais controversos da época e que, por isso mesmo, podem ter sido evitados por outros autores e poetas (e mulheres, em particular). Em vez de tentar ocultar sua aversão à religião organizada, ela fez o contrário, ostentando suas concepções. “Some keep the Sabbath going to church” e “I’m ceded – I’ve stopped being Theirs –” são exemplos perfeitos disso. Ainda assim, alguns de seus poemas contêm significados ocultos que não são necessariamente óbvios. Emily Dickinson raramente publicava seus poemas, não por que tivesse receio da crítica e sim por ter ficado insatisfeita com a edição que alguns deles sofreram por parte daqueles a quem ela os enviara. Se não tinha receio da crítica, é provável que ela simplesmente gostasse de criar poemas de duplo sentido. “My Life had stood – a Loaded Gun –”, escrito em versos que alternam trímetros iâmbicos e tetrâmetros, com as estrofes rimando em abcb ou abcd, é ainda mais interessante pelos seus dois significados. O tema e o narrador do poema O primeiro verso inclui de pronto uma cesura, armando o cenário para o significado literal do poema em seis estrofes (1). “My life” é o tema do verso, tornando-se posteriormente o tema do poema (1). Todavia, o narrador, ou a persona do poema, é de fato a arma, conforme indicado após a falsa terminação do segundo verso: “The Owner passed – identified –/And carried Me away –” (3-4). O “Me” é a arma (4). Parafraseando, a arma permaneceu no canto até que o seu proprietário veio e a levou. De outro modo, se examinamos mais profundamente estes versos, poderemos conectá-los a uma mulher e suas palavras. O “My Life” se torna a vida de uma mulher, enquanto o “Loaded Gun” indica o potencial de perigo e poder que há na mulher. Todas as quatro palavras iniciam com letra maiúscula e no verso, embora tenha uma sílaba a mais, “Loaded” praticamente se torna paralela ou equivalente às demais. A mulher permaneceu “In Corners” até que o seu “Owner”, ou esposo, a “identified”, ou escolheu, e a “carried” consigo (2-4). Dickinson está dizendo que as mulheres são poderosas, mas são instrumentos dos homens e frequentemente não têm outra escolha a não ser esperar pelo casamento. A segunda estrofe diz o que a arma personificada faz. Dickinson emprega uma anáfora nos versos iniciais, salientando a mudança que ocorreu. “We” se refere à arma e seu proprietário, afirmando claramente que eles “roam in Sovreign Woods –” e “hunt the Doe –”, ou atravessam o bosque e caçam um cervo (5-6). O verso “every time I speak to Him” alude a quando a arma dá um tiro e “The Mountains straight reply –” é o som do tiro atingindo as montanhas e retornando (ecoando) até a arma e seu proprietário (7-8). Este significado é óbvio, apesar da linguagem figurativa a respeito das montanhas ecoando. Quanto ao segundo significado, sobre as palavras de uma mulher, há alguns indícios generosos nessa estrofe. “Sovreign” frequentemente indica alguém de autoridade e poder supremos e nesse caso se refere aos homens (5). O “We roam in Sovreign Woods –” alude à presença do esposo e da esposa no mundo dos homens (5). O “We Hunt the Doe –” foi cuidadosamente formulado por Dickinson (6). “Doe” poderia facilmente ter sido substituído por “deer” ou “buck”, mas o escolhido foi a fêmea da espécie (6). Este verso dá a entender que, no mundo dos homens, as fêmeas ou o poder delas são abatidos. Os homens não podem permitir que as fêmeas se tornem poderosas demais. Quando a fêmea “speak for Him”, “The Mountains straight reply –” (7-8). Dickinson está dizendo que quando uma mulher toma uma decisão que normalmente é do homem, ou se aventura a escrever algo (aventurando-se em um território que os homens têm como deles), ela nada consegue. Poderíamos ler estes versos como se o caminho da mulher fosse bloqueado por uma parede (“Mountains”) ou como se ela fosse imediatamente recebida com críticas (“straight reply”) (8). As duas interpretações prosseguem na terceira estrofe. O “smile” e a “light” que “Upon the Valley glow –” indicam a faísca e o clarão de quando a arma dispara (9-10). “It is as a Vesuvian face/Had let it’s pleasure through” compara a faísca e o clarão a uma explosão súbita e violenta, como o Vesúvio em erupção (11-12). O significado da estrofe muda se a persona é uma mulher. O “smile” e o “cordial light” poderiam ser a máscara educada que uma mulher deve usar no mundo dos homens, ou mesmo a aparência amável de sua

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Energias solar e eólica ganham competitividade

Em âmbito global, custos de painéis e turbinas caíram acentuadamente nos últimos anos. Segundo agência internacional, preços devem diminuir ainda mais devido ao progresso tecnológico e à evolução do mercado. Ao longo dos últimos sete anos, os preços dos painéis solares fotovoltaicos baixaram cerca de 80%, e os das turbinas eólicas, entre 30% e 40%. E os valores deverão cair ainda mais em todo o mundo, aponta o relatório The Power to Change, divulgado pela Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) nesta quarta-feira (15/06) em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. O custo médio da eletricidade gerada por usinas eólicas localizadas em terra (onshore) poderá se reduzir em 26%, até 2025, e a de painéis solares, em 59%. Isso significa que o preço da eletricidade cairá para 0,04 a 0,05 euro por quilowatt-hora (kWh), na média mundial. Desse modo, as fontes renováveis estarão muito mais em conta do que energia gerada a partir de reatores nucleares e de usinas termelétricas. “Já tivemos uma redução de custos drástica nos últimos anos, e este relatório mostra que os preços deverão cair ainda mais, graças ao progresso tecnológico e à evolução do mercado”, analisa Adnan Z. Amin, diretor geral da agência. “A luz solar e o vento já são as fontes mais baratas em muitos mercados ao redor do mundo. Por razões econômicas, a nova redução de custos reforçará a tendência da passagem da energia gerada por combustíveis fósseis à das fontes renováveis.” Energia eólica tem custos mais competitivos A energia gerada por turbinas eólicas onshore já é muito barata. Segundo o relatório, na média global, a geração de eletricidade a partir de aerogeradores em terra mais modernos custa 0,07 dólar (0,057 euro) por kWh. Os responsáveis pelo estudo calculam que esses custos poderão cair 26% até 2025, devido ao barateamento adicional da produção, construção e manutenção; ao contínuo desenvolvimento do know-how local; e às instalações mais eficientes, com maiores turbinas, torres e rotores. Na média global, um quilowatt-hora de fonte eólica ficaria em apenas cerca 0,04 euro – enquanto a eletricidade gerada pelas novas usinas termelétricas a carvão atualmente custa mais do que o dobro na Europa. Segundo estimativa dos autores, haverá também uma grande redução de custos da energia gerada em parques eólicos localizados no mar (offshore). Os primeiros parques eólicos offshore estão em funcionamento sobretudo na Europa, mas a tecnologia ainda é relativamente recente, e sua participação na capacidade eólica global é de apenas 3%. Em comparação, a produção no mar é ainda relativamente cara, custando mais do que o dobro da geração de energia eólica onshore. Contudo, também aqui, os custos deverão cair de forma substancial, devido ao tamanho maior das usinas e ao aperfeiçoamento contínuo da complexa tecnologia necessária à instalação e manutenção. Com isso, a eletricidade proveniente dos parques eólicos offshore deverá ficar 35% mais barata na média global, estimam os especialistas. Parque fotovoltaico em Templin, na Alemanha Energia fotovoltaica ainda mais em conta A produção de eletricidade por meio da energia solar fotovoltaica vive uma dinâmica quase inacreditável. Em 2010, custava ainda entre 0,25 e 0,35 euro/kWh, porém cinco anos mais tarde já era dois terços mais barata: 0,107 euro por kWh, na média global. Graças a uma produção e a módulos fotovoltaicos mais eficientes, a redução de custos continua em ritmo acelerado: segundo dados da Irena, os custos da energia solar poderão diminuir 59% na média global até 2025, chegando a menos que 0,05 euro/kWh. Para demonstrar quão barata pode ser a eletricidade proveniente da luz solar, os autores mencionam um grande parque solar a ser construído nos Emirados Árabes Unidos. No segundo trimestre de 2016, a operadora de energia de Dubai recebeu uma oferta para produzir lá energia solar por 0,025 euro/kWh, um preço considerado recorde, em nível mundial. As usinas termossolares, por sua vez, ainda não conseguiram acompanhar o boom da energia fotovoltaica. Em vez de converter a luz solar diretamente em eletricidade, elas aquecem água por meio de espelhos, e o vapor resultante aciona um gerador de eletricidade, como numa usina convencional. As usinas termossolares se localizam principalmente em regiões desérticas. A grande vantagem é que também armazenam energia e podem produzir eletricidade durante a noite. Segundo o relatório da agência Irena, aqui os custos podem cair cerca de um terço. Clima precisa da política Analistas da Bloomberg New Energy Finance também apostam numa queda significativa nos preços da energia eólica e solar. Em seu estudo New Energy Outlook 2016, publicado dois dias antes do relatório da agência internacional, eles preveem uma redução de 41% dos custos de produção de energia eólica onshore, até 2040,e de cerca de 60% para a fotovoltaica. Os especialistas acreditam que, até essa data, serão investidos nessas tecnologias renováveis 6,4 trilhões de euros, contra apenas 1,7 trilhão de euros na produção de energia em usinas de carvão e gás. Ao mesmo tempo os especialistas enfatizam que esses números não são suficientes para atingir os objetivos climáticos: para limitar o aquecimento global em 2ºC, os investimentos em energias renováveis deveriam ter um volume aproximadamente 70% maior. Comparada às previsões da Bloomberg, na avaliação da Irena a redução de custos de produção da energia eólica e solar fotovoltaica poderia ser mais rápida. No entanto os especialistas da agência internacional enfatizam repetidamente em seu relatório o termo “poderá”, e a importância da política. “Para continuar com a transição energética, devemos agora colocar o foco político em reduções de custos ainda maiores e, assim, aproveitar as enormes oportunidades econômicas”, aponta Amin, mostrando-se convencido de que a meta é viável. “Os vencedores desta transformação são os consumidores, o ambiente e as gerações futuras.” DW

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